8 Dicas

Dica 1:
Família
A família tem um papel fundamental para a boa ou má evolução do paciente com Demência. Por esta razão, reúna a família, discuta as possibilidades de participação de cada um na divisão de tarefas. Não exclua o paciente das reuniões festivas como Natal, aniversários, etc. Conscientize a todos, principalmente os netos. Nunca isole o paciente, trate-o sempre com carinho e respeito. Sua presença e amor são medidas eficientes que associadas ao tratamento farmacológico podem controlar muitas alterações apresentadas pelo paciente no curso da Demência.
Os passeios ao ar livre são aconselháveis e para isso dê preferência a roupas e calçados confortáveis de acordo com as condições climáticas. Evite sair com o paciente se ele estiver agitado ou agressivo. Preferencialmente, saia com dois acompanhantes. Evite ainda terrenos tortuosos, subidas ou descidas, prefira terrenos planos. Observe sinais de cansaço, suor intenso, falta de ar, e se presentes, peça ajuda imediata.
Atividades de lazer sempre são importantes. Se o paciente apreciava ir à praia, é possível manter esta atividade por um longo período. Mas, leve-o para a praia nos horários adequados para o banho de sol, entre 7h e 10h da manhã e após às 16h. Use protetor ou bloqueador solar e mantenha-o protegido sob o guarda-sol. Lembre-se, a pele merece muitos cuidados, em qualquer idade, especialmente nos indivíduos idosos quando a sensibilidade às agressões externas aumenta.
A situação exemplificada pela figura ao lado é extremamente conflitante para a família. De um lado, vê-se uma cuidadora solitária estressada, cansada pelos cuidados diuturnos dispensados ao paciente. De outro lado, observam-se outros membros da família descansados, bem trajados, que apenas “passam” para ver como o pacientes está. É muito comum, que com o passar do tempo e repetição desta situação, a família enfrente importantes conflitos entre seus membros, podendo chegar a rupturas em sua estrutura . Neste caso, é importante que todos os membros da família sejam envolvidos com os cuidados. A divisão de tarefas é uma alternativa possível e bastante funcional, caso a família se disponha a adotar este método.
Dica 2:
Atividade/Lazer
Os contatos com plantas, flores, pequenos animais de estimação, entre outras atividades lúdicas, têm sido referidos por diversos pesquisadores como benéficos para portadores de Demência, especialmente aqueles que apresentam alterações de comportamento como agitação e agressividade. Estas atividades podem ser incentivadas, porém, não se esqueça, elas devem ser supervisionadas. Molhar plantas e mexer com a terra, pode ser muito bom, mas você precisa garantir que o terreno apresenta segurança. Cuidado com tábuas, pregos, vasos pesados, pesticidas e adubos químicos. Em relação aos animais, converse com um veterinário para saber qual porte, raça e temperamento de cachorro ideal para o paciente. Mantenha vacinação atualizada.
Pacientes que ficaram viúvos, ou que passaram a viver longe de pessoas queridas precisam de atenção especial para evitar quadros depressivos. Ver fotos de pessoas queridas é um excelente passatempo, mas escolha fotos que marcaram eventos felizes para evocar lembranças agradáveis. Lembre-se que a memória remota está preservada, e por isso o paciente pode passar agradáveis momentos revendo momentos marcantes da sua vida.
Na Doença de Alzheimer, a memória mais prejudicada inicialmente é a memória recente. Por esta razão, álbuns com fotos de família, amigos, viagens, etc. costumam ser uma atividade extremamente prazerosa para o paciente, que ao observar alguns registros reconhece a situação e faz comentários sobre eles. Contudo, selecione as fotos que trazem pessoas e lembranças agradáveis. Os filmes antigos também costumam ser bem vindos para aqueles pacientes que gostavam de cinema. Fitas de vídeo, portanto, podem ser excelentes opções de lazer.
Alguns cuidadores têm a falsa impressão de que ao reunir amigos que costumavam bater longos papos, ou jogar cartas com o paciente estarão promovendo bons momentos de lazer. É preciso atentar para alguns detalhes e tomar certos cuidados. Por exemplo: pacientes que têm dificuldades com a linguagem, esquecem palavras, etc. podem ficar expostos a situações constrangedoras, especialmente diante de amigos que não entendem bem o que está acontecendo com eles. Jogar cartas envolve habilidades de raciocínio e planejamento que podem estar comprometidas. Pense que as perdas são graduais, e por isso, você deve observar para qual atividade o paciente ainda tem independência. Selecione os amigos que podem participar com ele, cada falha cometida deve ser encarada com naturalidade.
Pacientes bem alimentados, com atividades regulares durante o dia, não costumam “assaltar a geladeira” à noite. O paciente deve receber seis refeições diárias e a dieta leve e fracionada, ou seja, pequenas quantidades de cada vez. Os pacientes com voracidade, que é uma perda da saciedade que alguns pacientes apresentam ao longo da doença, e que faz com que a pessoa queira alimentar-se a todo momento, devem ter todas as suas refeições fracionadas (divididas) em pequenas porções. Por exemplo: café da manhã dividido em duas partes, lanche da manhã também, e assim por diante. Esta estratégia permite que o paciente voraz tenha a sensação de estar sendo atendido em sua necessidade de mais refeições, quando na verdade, ele estará recebendo a mesma quantidade de alimentos, o que para ele é o ideal. Retire os estímulos visuais, como fruteira, baleiros, potes de biscoitos, etc. e mantenha a geladeira limpa
Dica 3:
Comportamento
Algumas alterações de comportamento são bastante comuns no curso das Demências. A falta de iniciativa, ou apatia, representada pela ilustração ao lado, está presente quando o paciente, especialmente nas fases iniciais da Doença de Alzheimer, pode passar horas sentado, sem manifestar nenhuma iniciativa. É preciso que ele receba estímulos de sua família para envolver-se em alguma atividade para a qual ele ainda tenha competência. Convide-o para auxiliar em alguma tarefa, leve-o para passear, mantenha o diálogo, e evite comentários com amigos ou outras pessoas da família sobre a doença e sua evolução.
A figura sugere o paciente que apresenta o falso reconhecimento de que os personagens que está vendo nos programas de TV estão na realidade em sua casa conversando com ele. Delírio este, que o faz conversar com o personagem como se ele estivesse em sua frente. É preciso lidar com muito respeito com esta situação. Deve-se pensar que, para o paciente, a impressão é bastante real. Portanto, não o corrija, explique o que acontece às pessoas da casa e por mais engraçada que seja a situação, não permita que o paciente seja motivo de risos e comentários.
Tente conversar com o médico que acompanhará o paciente antecipadamente. Aproveite para relatar-lhe todos os déficits e dificuldades apresentadas pelo paciente. Evite falar sobre elas diante dele (a). É preciso levar em consideração o fenômeno conhecido como anosognosia, presente nas fases iniciais da doença, que se refere a falta de percepção que a pessoa com demência tem do próprio déficit, assim, no momento em que você relata ao médico alguma falha que ela tenha cometido, por não se lembrar do que fez, pode se magoar ou até mesmo tornar-se agressiva.
As figuras ao lado apresentam situações que devem ser evitadas, pois, freqüentemente desencadeiam alterações de humor e comportamento, como por exemplo, irritabilidade, agitação ou agressividade. Diante disso, é oportuno considerar que pacientes que apreciavam almoçar ou jantar fora com seus amigos e familiares podem continuar a fazê-lo, porém, é fundamental a criteriosa escolha do local. Evite restaurantes sofisticados, superlotados, barulhentos, mesas postas com vários tipos de talheres e copos, pois mesmo aqueles pacientes acostumados a freqüentar este tipo de ambiente, podem não se lembrar de como usar adequadamente talheres de peixe, cálices de vinho, etc. Prefira restaurantes calmos, bem iluminados e espaçosos. Que a música ambiente, se houver, seja da preferência do paciente. Alimentos pesados, bebidas alcoólicas, refrigerantes, precisam ser evitados mesmo quando o paciente está fora de casa. Tente manter o padrão da dieta recebida por ele diariamente, que deve ser leve com tempero suave em pouca quantidade. Procure sentar-se longe dos estímulos visuais, como doces, chocolates, sorvetes, tortas, etc.
Pacientes com diagnóstico de Demência não devem jamais sair sozinhos. A desorientação espacial é um fenômeno comum e você precisa considerar que mesmo nos itinerários “familiares”, ou seja, aqueles que por toda a vida o paciente fez, podem se tornar absolutamente estranhos a ele. Por esta razão, quando você perceber que já existe esta desorientação, mantenha as portas de casa que dão acesso à rua fechadas. E para não precisar retirar as chaves da fechadura, o que poderia causar agitação no paciente, instale uma fechadura adicional na parte inferior ou superior na porta, e esta chave sim, retire-a e guarde-a com você. Não permita que o paciente saia sozinho.
Evite que o paciente saia de casa acompanhado apenas por um amigo. É impossível afirmar se ele permanecerá calmo e orientado por todo o tempo que estiver fora. A desorientação espacial, por exemplo, é uma ocorrência comum e pode gerar para o acompanhante muita dificuldade para fazer o paciente aceitar o itinerário certo para retornar a sua casa. Estes pacientes são muito especiais, e levando-se em consideração, horário e tipo da atividade, ambiente, e abordagem correta do cuidador, é possível manter quase todas as atividades que ele fazia anteriormente a doença.
Esteja sempre atento ao atravessar a rua com alguém que tem Demência, é um conselho que precisa ser adotado. Dê-lhe o braço ou a mão, não exerça muita pressão, mas segure firme para que ao tentar se soltar, ele não consiga. Lembre-se, as ruas de tráfego intenso oferecem grande perigo para pessoas com marcha lentificada, deficiências físicas ou mentais, e por isso, devem ser evitadas. No caso do paciente encontrar-se muito agitado, saia de casa apenas se necessário, e neste caso, solicite que mais uma pessoa da família ou conhecida os acompanhe.
Sair para passear, ir à praia etc, são oportunidades de socialização. Pense, no entanto, que um minuto de distração do cuidador pode se transformar em grande transtorno para todos. É necessário considerar que estes pacientes apresentam desorientação espacial e facilmente se perdem, por isso não os deixe sozinhos. Providencie que estejam identificados com nome, endereço e telefone que podem ser gravados em pulseiras e pingentes
Dica 4:
Situações de risco
Para garantir a tranquilidade e principalmente a segurança do paciente confuso, é preciso que sejam colocadas telas de proteção nas janelas, especialmente nos ambientes de apartamentos localizados em andares altos. Se necessário, use como argumento a “presença de insetos” no ambiente.
É possível levá-lo ao supermercado, desde que para pequenas compras. Nunca deixe que ele pegue algo em uma prateleira enquanto você vai a outro setor, não o deixe só. Evite cansá-lo, não o deixe carregar sacolas, empurrar carrinhos, etc. Lembre-se, o paciente pode estar confuso, desorientado, e por isso, ficar alterado. Todas as atividades precisam ser supervisionadas.
Caso o paciente esteja apresentando um comportamento desinibido, com palavras e atitudes maldosas, evite levá-lo a passear por locais movimentados ou frequentados por estranhos. Lembrese, muitas vezes o paciente aparentemente não está doente, e para quem desconhece o que está acontecendo com ele, uma palavra ou gestos inadequados podem gerar reações violentas naquele que se sentiu ofendido ou desrespeitado, trazendo conseqüências bastante nocivas para o paciente.
Caminhadas regulares costumam ser prazerosas e propiciar um condicionamento físico bastante satisfatório. Porém, antes de iniciar qualquer atividade física, é necessária uma avaliação médica, para que seja determinado o tipo e o tempo gasto com cada atividade. Isto varia de pessoa a pessoa. Além disso, recomenda-se fazer sempre uma refeição leve antes da atividade. Levar água.
Os horários de refeições podem ser extremamente prazerosos para todos que convivem com o paciente. Acompanhe-o durante as refeições, sente-se à mesa com ele, inicie uma conversa simples, bem humorada. Evite que as medicações fiquem visíveis sobre a mesa. Após a refeição, ofereça o medicamento que já foi previamente separado por você. Supervisione sempre, tenha certeza de que a medicação foi ingerida.
Medicamentos e produtos tóxicos devem ser acondicionados em locais inacessíveis ao paciente. Alguns cuidados, porém, devem ser tomados. Os armários devem ser fechados, possuir ventilação, e as chaves devem igualmente ser inacessíveis ao paciente. Acidentes podem acontecer, e é preciso que o cuidador esteja atento para evitá-los. Você já deve ter percebido que as medidas que o auxiliam a prevenir acidentes são muito simples e fáceis de serem colocadas em prática.
A situação exemplificada pela figura ao lado é bastante comum entre idosos. É preciso levar em consideração que as avaliações médica, oftalmológica e odontológica fazem parte do contexto dos cuidados que deve ser dispensado a pessoa idosa com ou sem Demência. As próteses dentárias mal adaptadas costumam ficar frouxas na boca, o que dificulta a mastigação, deglutição e a comunicação. Além disso, podem causar para o paciente e sua família uma situação de grande constrangimento e lesões na mucosa oral ocasionando dor. Providencie para que o paciente visite o dentista uma vez por ano.
Nas fases iniciais da doença, os déficits com as atividades profissionais podem estar presentes. Pacientes que aparentemente são independentes para continuar exercendo suas atividades no trabalho costumam cometer falhas importantes, especialmente aquelas que envolvem finanças, documentação, etc. Sempre que possível, dê ao paciente a sensação de que ele continua exercendo suas atividades no trabalho com a mesma eficiência de antes. Isto é possível permitindo que ele execute sua atividade normalmente, mas que seu trabalho, sem que ele saiba, seja avaliado por outra pessoa, e se necessário refeito.
Adaptar o ambiente pode, às vezes, ser fundamental para manter a segurança pessoal e evitar acidentes como os representados pelas figuras. Tente manter o ambiente o menos poluído possível. Evite muitas peças de mobiliário, como por exemplo, mesas de centro, objetos de decoração espalhados, tapetes soltos, animais de estimação nas áreas de circulação do paciente, etc. Procure manter boa iluminação e peças na decoração que sejam familiares ao paciente, isto permite que não haja uma descaracterização do ambiente, o que o tornaria estranho. Muitos acidentes ocorrem devido a um simples tropeço, e caso haja uma queda, é importante que você busque ajuda, não levante o paciente do chão sem ter certeza de que não houve nenhuma fratura.
Os perigos que uma escada pode representar para um idoso com Demência são ilustrados ao lado. Porém, não se assuste, lembre-se de que o objetivo aqui é prevenir acidentes, e que algumas adaptações muito simples podem permitir maior segurança, especialmente entre aqueles pacientes que perambulam. Para manter a segurança é preciso que você dificulte o acesso do paciente às escadas, desencorajando-o assim a subir e descer desnecessariamente. Instale portões nos dois acessos, superiores e inferiores; mantenha iluminação adequada e se a escada for carpetada, certifique-se de que o carpete esteja bem preso e sem rugas; instale nos degraus faixas adesivas antiderrapantes coloridas e facilmente visíveis, e corrimões nos dois lados da escada.
A partir do momento do diagnóstico de Demência, é conveniente que todas as atividades desenvolvidas pelo paciente sejam supervisionadas. Especialmente as atividades instrumentais, que são aquelas que envolvem capacidade de planejamento e execução de uma tarefa mais complexa, podem estar comprometidas, e o que acontece é um verdadeiro desastre. Os eletrodomésticos, utensílios de cozinha, alimentos perecíveis, podem se constituir em diferentes perigos para o paciente, como por exemplo, incêndios, intoxicações, queimaduras, inundações, quedas, fraturas, ferimentos cortantes, entre outros. Não deixe que o paciente trabalhe sozinho na cozinha, oriente (enquanto possível), supervisione, auxilie.
Faça sempre um reforço positivo, elogie-o com frases do tipo “Olhe como você ficou bem, barbeado. O que você acha?” ou “Esta roupa ficou muito linda em você”. Prefira usar, sempre que possível barbeador elétrico, as lâminas podem causar acidentes e neste caso, é necessária sua supervisão direta. Mesmo que haja no ambiente certa desorganização dos objetos utilizados pelo paciente, evite comentários. Posteriormente, guarde tudo nos locais apropriados.
Explique ao paciente antecipadamente que você o levará ao médico para uma avaliação da sua saúde. Faça isso usando palavras calmas, em tom de voz baixo e suave, tente tranquilizá-lo. Evite palavras com tom ameaçador como: “Se você não for ao médico, eu...”; Prefira: “Quando sairmos do consultório médico, nós vamos à casa de...”; ou qualquer outra atividade que você sabe, será bem vinda pelo paciente. É importante que embora você tenha tempo apenas para um pequeno passeio, cumpra a promessa.
Procure, na medida do possível, frequentar ambulatórios médicos ou consultórios especializados no atendimento ao portador de Demência e sua família. Os profissionais que atendem neste locais e os outros familiares que lá estão são conhecedores das alterações apresentadas no curso das Demências, e, portanto, como bem ilustrado pela figura ao lado, o paciente não será repreendido pelo seu comportamento e você não se sentirá constrangido (a). Lembre-se, o paciente que perambula precisa de espaço livre e seguro para caminhar.
Dica 5:
Vestuário
Auxiliar o paciente com a escolha adequada das peças do vestuário pode evitar situações como a exemplificada pela ilustração ao lado. Observe quando o paciente apresenta dificuldades para fazer suas escolhas independentemente, e comece a auxiliá-lo. É importante que todas as pessoas da família sejam bem informadas do que acontece com o paciente, especialmente os netos, que pordesconhecerem o que está acontecendo com o avô ou avó, podem inconscientemente causar situações de constrangimento, depressão, irritabilidade e agressividade.
Talvez você já tenha vivenciado situações deste tipo. Embora ela possa causar irritação para o cuidador, é preciso que haja entendimento de que para o paciente está tudo certo. Gradativamente, esta pessoa perde a capacidade de crítica e julgamento, e por esta razão, não consegue diferenciar o que está certo e o que está errado. Tente resolver este problema, escolhendo previamente três mudas de roupa, e apresente-as para o paciente perguntando-lhe qual das três ele gostaria de usar. Além de o vestuário ser adequado ao clima e grau de dependência apresentado, dá ao paciente uma sensação de independência, pois a escolha final é dele.
Estimular o vestuário independente é ideal, mas... Pense que prevenir acidentes também! Observe a figura ao lado e veja como pode ser difícil para alguém que está perdendo sua habilidade de executar tarefas familiares, como vestir-se. Em alguns momentos, apenas orientar e observar pode não ser suficiente, e neste caso, o auxílio do cuidador(a) é indispensável.
Dica 6:
Cuidado pessoal
Ao observar que há dificuldade em vestir-se na ordem correta, por exemplo: vestir a cueca, calçar meias, vestir a calça mantendo o equilíbrio, etc. você precisa auxiliá-lo. Tente fazê-lo mantendo a calma, esta é uma sugestão de grande utilidade, quanto mais ansiosa e nervosa você ficar, mais difícil será completar a tarefa.
Tirar a roupa em público não é um comportamento normal e cria, para o cuidador, grande contrangimento. Em primeiro lugar, é preciso entender que este comportamento desinibido faz parte da evolução da Demência em alguns casos. Portanto, por mais que pareça proposital, não é. Tirar a roupa subitamente também pode ter outros significados, como por exemplo, vestuário apertado, calor, presença de insetos, necessidade de ir ao banheiro, etc. Adapte o vestuário às condições climáticas, dê preferência à roupa confortável de tamanho certo, conduza o paciente ao banheiro em intervalos regulares de tempo. O mais importante, no entanto, é você proteger o paciente do ridículo. Calmamente, conduza-o para outro ambiente e auxilie-o novamente com o vestuário.
As fases intermediárias da doença trazem para o paciente algumas dificuldades para o auto-cuidado, que se referem ao asseio pessoal, banho, vestuário, alimentação, transferência de um local para outro. No caso do asseio pessoal, pode ser preciso que você tenha que orientá-lo em como colocar creme dental na escova de dentes, fazer a barba, pentear os cabelos, higienizar-se após o uso do vaso sanitário etc. É preciso manter uma boa aparência, dessa forma observe o grau de dificuldade apresentada e auxilie-o, mas não faça por ele o que ele ainda é capaz de fazer, pois assim você estará roubando a independência que ele ainda tem.
Observando a figura ao lado é possível avaliar o grau de estresse e desconforto que a situação pode gerar para o familiar cuidador. Infelizmente, esta pode ser uma ocorrência comum e por isso, a família deve estar bem orientada sobre o tipo de conduta que deve ser tomada. O paciente deve receber estímulos para ir ao banheiro em intervalos regulares de tempo, por exemplo, a cada 2 horas. Ter seu vestuário simplificado, sem muitos botões, fivelas, cintos ou presilhas. A ingestão de líquidos deve ser feita até às 17h, sendo que após este horário, pequenas quantidades de líquidos devem ser oferecidas apenas para tomar medicamentos. O mais importante, no entanto, é que o cuidador observe diariamente o paciente para perceber precocemente as dificuldades que ele está encontrando para usar adequadamente o vaso sanitário, e auxiliá-lo nestas dificuldades.
Não se assuste se ao entrar no banheiro, você perceber que o paciente conversa com a própria imagem no espelho. Esta é uma alteração esperada, pois como a memória recente está prejudicada, ao se olhar no espelho ele pode não se reconhecer. Reaja naturalmente, e observe se isto está fazendo com que ele fique assustado ou alterado. Em caso positivo, o espelho deve ser retirado ou coberto.
Dica 7:
Banho
Uma adaptação ideal de box para pacientes com Demência em fases intermediárias e tardias. Portas largas, com material inquebrável que podem ser retiradas se houver necessidade. Aparador apenas com objetos de higiene pessoal que serão utilizados durante o banho; barras de segurança para apoio em seu interior; tapete antiderrapante; banquinho ou cadeirapara sentar-se, se necessário. A ilustração também apresenta uma alternativa que pode ser utilizada por cuidadoras de pacientes que recusam o banho: o uso do maiô e a proposta “agora vamos a praia”, em alguns casos esta alternativa pode ser útil fazendo com que o paciente aceite o banho sem resistência.
Um dos locais mais perigosos para o paciente é o banheiro. Quedas com graves conseqüências costumam acontecer neste ambiente da casa. Providencie para que a porta possa ser aberta por dentro e por fora e auxilie-o sempre que necessário. Acidente como o que é mostrado pela ilustração, pode ser evitado se alguns cuidados forem observados como: colocação de barras de segurança na parede para apoio do paciente; box com chuveiro e tapete antiderrapante em seu interior e cadeiras de banho para pacientes que não conseguem ficar por muito tempo de pé. Banheiras não são aconselháveis, entrada e saída do paciente costumam ser complicadas e oferecer riscos de quedas. Além disso, o paciente costuma sentar-se em sua beirada, o que causa pouca eficiência do banho e o expõe a correntes de ar. Banho ideal é aquele em que com segurança, permite que o corpo inteiro tenha contato com uma ducha de água morna, que além de promover limpeza, oferece conforto.
Dica 8:
Sono e repouso
Conduza o paciente para o leito o mais tarde possível, assim ele possivelmente dormirá mais rápido. Não deixe o quarto totalmente escuro, mantenha luz de vigília (abajur) acesa.
Pacientes agitados devem ter grades laterais colocadas na cama, ou, caso não seja possível, o cuidador deve manter um dos lados da cama encostando-se à parede e colocar colchonetes no chão, ao lado da cama para reduzir o impacto de quedas caso elas ocorram. Se possível, permanecer no quarto com o paciente até que ele adormeça.
Trocar o dia pela noite pode ser um hábito extremamente cansativo para o cuidador, que ao amanhecer precisará contar com energia para dar conta não apenas das tarefas que envolvem o paciente, mas também todas as outras relacionadas a casa, família, trabalho, etc. Para evitar que o paciente troque o dia pela noite evite que ele durma durante o dia, providencie atividades simples para que ele execute e se canse, evite ao máximo café preto, chá preto ou mate, pois estas bebidas são ricas em cafeína, podendo interferir com o padrão de sono. Tente levá-lo para a cama o mais tarde possível, e faça-o levantar pela manhã até 9h.

Preservar a memória

Exercitar a mente e o corpo ajudam a preservar a memória.
A expectativa de vida da população está crescendo e com isso também aumenta a preocupação com as doenças ligadas à velhice. O idoso sofre com o envelhecimento do corpo e do cérebro, sobretudo quando não adota medidas preventivas para conter os problemas de saúde.
Um dos principais males enfrentados pelos idosos é a perda da memória, sintoma típico de doenças como Mal de Alzheimer. Além de não se recordar de acontecimentos recentes, o indivíduo que sofre com a doença também pode ter seu desempenho cognitivo comprometido e desenvolver demências.
Ao atingir certa idade, fica complicado preservar a memória e o desempenho intelectual. A pessoa que sofre de Alzheimer, por exemplo, se esquece com facilidade de acontecimentos recentes, além de não reconhecer amigos e familiares. A doença é progressiva e degenerativa no cérebro, mas pode ser controlada com tratamento.
Outros fatores podem aumentar as chances de sofrer com Alzheimer e, em consequência, a perda da memória. A pressão arterial, a obesidade e a falta de exercícios são alguns dos fatores que agravam os sintomas da doença. Para reduzir os sintomas e não sofrer com a o declínio cognitivo, os médicos recomendam exercitar o corpo e a mente.
Saiba mais: Como Prevenir o Alzheimer
Exercícios mentais ajudam a memória
Estimular o cérebro com atividades intelectuais é muito importante.
O cérebro necessita de estímulos para funcionar corretamente, por isso os exercícios mentais são tão recomendados. Na velhice, a capacidade de armazenar e processar as informações diminui, mas é possível reverter este quadro exercitando a mente de maneira simples no dia-a-dia.
A habilidade mental é danificada por causa da deficiência no funcionamento do córtex frontal, região do cérebro responsável por processar as atividades intelectuais. De acordo com o estudo do cientista Randy Bunker, o desempenho da memória dos idosos pode melhorar através de exercícios simples, como a classificação de palavras em concretas e abstratas.
O treinamento do cérebro para conservar a memória pode ser realizado através de atividades simples, como palavras cruzadas, a leitura de um livro e o jogo de xadrez.
Obs: Frutas vermelhas combatem a perda da memória
Melhore a memória com exercícios físicos
Idosos que fazem exercícios possuem menores chances de desenvolver Alzheimer.
De acordo com a pesquisa feita pela Universidade de Rush nos EUA, a atividade física reduz as chances de sofrer com a perda da memória durante a velhice. O estudo, que foi publicado no periódico Neurology, observou durante dez dias 716 pessoas com idade média de 82 anos.
Os resultados da pesquisa mostraram que, os participantes que realizaram poucas atividades do cotidiano apresentam 2,3 mais chances de sofrer com os males do Alzheimer. Já aqueles que não praticaram exercícios intensos, como caminhada ou corrida, estão 2,8 mais vulneráveis ao declínio do cérebro.
Outro estudo, realizado pela Mayo Clinic de Minnesota, constatou que os idosos que praticam exercícios desde a meia idade possuem 39% menos chances de desenvolver problemas de memória. Entre as atividades mais recomendadas estão a caminhada, os exercícios aeróbicos, a ioga e a natação.
Tal como os exercícios mentais, as atividades físicas ajudam a manter o cérebro ativo porque melhoram o fluxo do sangue e, em consequência, as funções cognitivas.
Fonte: Web

Cuidado

A importância de manter o cerebro ativo.
Por que é importante manter o cérebro ativo?
- Aprender é modificar o cérebro com experiência. Quanto mais você se esforça, mais aprende, e melhor você fica naquilo que pratica.
- Por isso, o melhor remédio para a memória, a atenção e o raciocínio é... usar a memória, a atenção e o raciocínio!
- Manter o cérebro ativo também é fundamental para evitar as perdas que vêm com a idade.
- Motivação é fundamental. Vendo seu desempenho melhorar, você ganha autoconfiança e vontade de continuar aprendendo e mantendo seu cérebro sempre ativo.
- O cérebro custa caro em energia e nutrientes; todas as capacidades que não são usadas vão aos poucos enfraquecendo para ceder recursos às funções que são de fato úteis.
- Por isso é importante manter o cérebro ativo com atividades variadas. Mas isso não basta; um estilo de vida saudável também é fundamental.

Reverter o Alzheimer

Pela primeira vez, foi revertida a doença de Alzheimer em pacientes com a doença, há mais de um ano.
Os cientistas usaram a técnica de estimulação cerebral profunda, que usa elétrodos para aplicar pulsos de eletricidade diretamente no cérebro.
Investigadores canadianos, da Universidade de Toronto, liderados por Andres Lozano, aplicaram estimulação cerebral profunda em seis pacientes.
Em dois destes pacientes, a deterioração da área do cérebro associada à memória não só parou de encolher como voltou a crescer.
Nos outros quatro, foi parado o processo de deterioração.
Nos portadores de Alzheimer, a região do cérebro conhecida como hipocampo é uma das primeiras a encolher.
O centro de memória funciona no hipocampo, convertendo as memórias de curto prazo em memórias de longo prazo.
Desta feita, a degradação do hipocampo revela alguns dos primeiros sintomas da doença, como a perda de memória e a desorientação.
Durante a investigação, a equipa de cientistas canadianos instalou os dispositivos no cérebro de seis pessoas que tinham sido diagnosticadas com Alzheimer, há, pelo menos, um ano.
Assim, colocaram elétrodos perto do fórnix, conjunto de neurónios que carregam sinais para o hipocampo, aplicando, depois, pequenos impulsos elétricos, 130 vezes por segundo.
Após 12 meses de estimulação, um dos pacientes teve um aumento do hipótalamo de 5% e, outro, 8%
Esta descoberta pode levar a novos caminhos para tratamentos de Alzheimer, uma vez que é a primeira vez que foi revertida a doença.
Os cientistas têm, contudo, ainda de conhecer mais sobre o modo como a estimulação funciona no cérebro.
Fonte: Web

Pesquisas no DNA de uma mulher

Cientistas sequenciam DNA de mulher que viveu até os 115 anos
Pesquisadores acreditam que idosa tinha genes que a protegiam contra a demência e outras doenças.
Cientistas holandeses fizeram o sequenciamento completo do DNA de uma mulher que viveu até os 115 anos de idade. 
Tida como a mais idosa do mundo na época de sua morte, a mulher possuía a agilidade mental de uma pessoa décadas mais jovem e nenhum sinal de demência. 
O trabalho, divulgado durante uma conferência da American Society of Human Genetics em Montreal, no Canadá, sugere que a mulher tinha genes que a protegiam contra a demência e outras doenças associadas à velhice. 
Os especialistas esperam que mais investigações como essa possam, no futuro, esclarecer as associações entre variações genéticas, saúde e longevidade. 
O primeiro esboço do código genético de um ser humano foi feito há mais de dez anos. 
Desde então, com a melhoria e o barateamento das técnicas de "leitura" do DNA, algumas centenas de indivíduos tiveram seus genes mapeados. 
A mulher, cuja identidade está sendo mantida em segredo, conhecida apenas como W115, é a mais idosa a ter seus genes mapeados. 
Ela doou seu corpo para pesquisas médicas, permitindo que cientistas estudassem seu cérebro e outros órgãos, assim como seu código genético completo. 
Variações genéticas 
A líder do estudo, a pesquisadora Henne Holstege, do Departamento de Genética Clínica do VU University Medical Center em Amsterdã, disse que W115 parece possuir algumas variações genéticas raras em seu DNA. 
Não está claro que papel essas variações teriam cumprido, mas a equipe suspeita de que os genes da mulher a protegeram contra a demência e outras doenças. 
"Sabemos que ela é especial, sabemos que seu cérebro tinha absolutamente nenhum sinal de Alzheimer", disse Holstege à BBC. 
"Talvez houvesse algo no seu corpo que a protegesse contra a demência". 
"Achamos que existem genes que talvez assegurem vida longa e protejam contra Alzheimer". 
W115 nasceu prematura e não era esperado que ela sobrevivesse. 
Mas ela viveu uma vida longa e saudável, sendo levada para um asilo para idosos aos 105 anos. 
Ela morreu por causa de um tumor no estômago, tendo recebido tratamento para câncer de mama aos cem anos. 
Aos 113 anos, testes de sua capacidade mental revelaram o desempenho de uma mulher com idade entre 60 e 75 anos. 
Exames feitos após sua morte não conseguiram identificar qualquer sinal de demência ou endurecimento de artérias associado a doenças do coração. 
Para o progresso da ciência, a equipe está disponibilizando a sequência do DNA de W115 para outros pesquisadores. 
A BBC pediu ao especialista Jeffrey Barrett, que estuda fatores genéticos associados a doenças no Sanger Centre, em Cambridge, na Inglaterra, que comentasse o estudo. 
"Sequenciar o genoma da mulher mais idosa do mundo é um importante ponto de partida na compreensão de como variações no DNA estão relacionadas a uma vida longa e saudável", disse Barrett. 
"Mas de forma a realmente entender a biologia que sustenta uma vida longa e saudável, precisamos olhar sequências de DNA de centenas de milhares de pessoas". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

O que é a Doença de Alzheimer

"O que é, como surgiu, quem descobriu a Doença de Alzheimer"
Histórico da Doença
Alois Alzheimer, médico alemão que viveu entre a segunda metade do século XIX e o início do século XX, publicou em 1907 o artigo intitulado “A characteristic serious disease of the cerebral cortex” em que apresenta os achados clínicos e anatomopatológicos de um caso peculiar. Trata-se da paciente Auguste D., atendida inicialmente aos 51 anos quando passou a apresentar sintomas delirantes caracterizados por ciúmes intensos em relação ao marido. Além disso, desenvolveu alterações de linguagem e de memória, bem como desorientação no tempo e no espaço que se instalaram logo em seguida e com piora progressiva. A paciente faleceu quatro anos e meio após o início dos sintomas em estágio avançado de demência, e foi submetida a exame anatomopatológico.
Alzheimer observou acúmulo de placas características no espaço extracelular, chamadas de placas senis, e lesões neurofilamentares no interior de neurônios, distribuídas difusamente pelo córtex cerebral. Cinco anos após, em 1912, o renomado professor de psiquiatria alemão E. Kraepelin faz pela primeira vez uma menção, em seu compêndio de psiquiatria, dissertando como “esta doença descrita por Alzheimer”. A partir dessa época, o epônimo doença de Alzheimer passou a ser utilizado para os casos de demência ocorrendo na faixa etária pré-senil, ou seja, antes dos 65 anos, e que apresentavam características clínicas e neuropatológicas semelhantes à paciente inicialmente descrita.
Durante várias décadas esse diagnóstico ficou reservado a tais casos de demência degenerativa pré-senil, em oposição aos casos bem mais frequentes, e já conhecidos no início do século XX, de demência senil. Esta dicotomia teve raízes em disputas acadêmicas entre diferentes escolas psiquiátricas alemãs naquela mesma época. Foi apenas muitas décadas após, no final dos anos 60, que diferentes estudos demonstraram que a então denominada doença de Alzheimer e a demência senil eram, na realidade, a mesma condição clínico-patológica, embora com algumas diferenças de apresentação clínica. A partir da década de 70, o termo doença de Alzheimer passou a ser empregado de forma indistinta para os casos de demência degenerativa que apresentavam as lesões cerebrais descritas como placas senis e emaranhados neurofibrilares, independentemente da faixa etária de início dos sintomas.
Em 1984, um grupo de pesquisadores propôs critérios diagnósticos para a doença de Alzheimer, que, a partir de então, passaram a nortear as pesquisas e a atividade clínica de atendimento a estes pacientes. Com o aumento substancial da expectativa de vida da população mundial verificado nas últimas décadas, a doença de Alzheimer tornou-se um sério e importante problema de saúde individual e coletiva, em decorrência da significativa incapacidade que acarreta aos pacientes, das influências sobre os familiares e cuidadores, além dos custos diretos e indiretos que ocasiona.
NUDEC

Nova descoberta pode levar à cura de Alzheimer

"Que Deus ilumine esses pesquisadores e que seja realmente o caminho para a cura dessa terrivel e dolorosa doença."
Nova descoberta pode levar à cura de Alzheimer
Testada apenas em camundongos, uma substância química provou, pela primeira vez, ser possível impedir a morte de células do cérebro.
Da BBC
Estudo descobriu substância capaz de evitar morte do tecido cerebral (Foto: BBC)
A descoberta da primeira substância química capaz de prevenir a morte do tecido cerebral em uma doença que causa degeneração dos neurônios foi aclamada como um momento histórico e empolgante para o esforço científico.
Ainda é necessário maior investigação para desenvolver uma droga que possa ser usada por doentes. Mas os cientistas dizem que um medicamento feito a partir da substância poderia tratar doenças como Alzheimer, Mal de Parkinson, Doença de Huntington, entre outras.
Em testes feitos com camundongos, a Universidade de Leicester, na Grã-Bretanha, mostrou que a substância pode prevenir a morte das células cerebrais causada por doenças priônicas, que podem atingir o sistema nervoso tanto de humanos como de animais.
A equipe do Conselho de Pesquisa Médica da Unidade de Toxicologia da universidade focou nos mecanismos naturais de defesa formados em células cerebrais.
Quando um vírus atinge uma célula do cérebro o resultado é um acúmulo de proteínas virais. As células reagem fechando toda a produção de proteínas, a fim de deter a disseminação do vírus.
No entanto, muitas doenças neurodegenerativas implicam na produção de proteínas defeituosas ou 'deformadas'. Estas ativam as mesmas defesas, mas com consequências mais graves.
As proteínas deformadas permanecem por um longo tempo, resultando no desligamento total da produção de proteína pelas células do cérebro, levando a morte destas.
Este processo, que acontece repetidamente em neurônios por todo o cérebro, pode destruir o movimento ou a memória, ou até mesmo matar, dependendo da doença.
'Extraordinário'
Acredita-se que esse processo aconteça em muitas formas de neurodegeneração, por isso, interferir nesse processo de modo seguro pode resultar no tratamento de muitas doenças.
Os pesquisadores usaram um composto que impediu os mecanismos de defesa de se manifestarem, e por sua vez interrompeu o processo de degeneração dos neurônios.
O estudo, divulgado na publicação científica "Science Translational Medicine", mostrou que camundongos com doença de príon desenvolveram problemas graves de memória e de movimento. Eles morreram em um período de 12 semanas.
No entanto, aqueles que receberam o composto não mostraram qualquer sinal de tecido cerebral sendo destruído. A coordenadora da pesquisa, Giovanna Mallucci, disse à BBC: 'Eles estavam muito bem, foi extraordinário.'
'O que é realmente animador é que pela primeira vez um composto impediu completamente a degeneração dos neurônios.'
'Este não é o composto que você usaria em pessoas , mas isso significa que podemos fazê-lo, e já é um começo', disse Mallucci.
Ela disse que o composto oferece um 'novo caminho que pode muito bem resultar em drogas de proteção' e o próximo passo seria empresas farmacêuticas desenvolverem um medicamento para uso em seres humanos.
O laboratório de Mallucci também está testando o composto em outras formas de neurodegeneração em camundongos, mas os resultados ainda não foram publicados.
Os efeitos colaterais são um problema. O composto também atuou no pâncreas, ou seja, os camundongos desenvolveram uma forma leve de diabetes e perda de peso.
Qualquer medicamento humano precisará agir apenas sobre o cérebro. No entanto, o composto dá aos cientistas e empresas farmacêuticas um ponto de partida.
Estudo de referência
Comentando a pesquisa, Roger Morris da King's College London, disse: 'Esta descoberta, eu suspeito, será julgada pela história como um acontecimento importante na busca de medicamentos para controlar e prevenir o Alzheimer.'
Ele disse à BBC que uma cura para a doença de Alzheimer não era iminente, mas disse que está 'muito animado, pois é o primeiro teste feito em um animal vivo que prova ser possível retardar a degeneração de neurônios.'
'O mundo não vai mudar amanhã, mas este é um estudo de referência.'
David Allsop, professor de neurociência da Universidade de Lancaster descreveu os resultados como 'muito impressionante e encorajador', mas advertiu que era necessário mais pesquisas para ver como as descobertas se aplicam a doenças como Alzheimer e Parkinson.
Eric Karran, diretor de pesquisa da organização sem fins lucrativos Alzheimer's Research UK, disse: 'Focar em um mecanismo relevante para uma série de doenças neurodegenerativas poderia render um único medicamento com benefícios de grande alcance, mas este composto ainda está em uma fase inicial.'
'É importante que estes resultados sejam repetidos e testados em outras doenças neurodegenerativas, incluindo o mal de Alzheimer.'

Como criar um plano diário de atividades para paciente com Alzheimer?


Sugestões para o cuidador  
Uma pessoa com demência, e em particular com Alzheimer, dependendo do estágio da doença, precisará da assistência de um cuidador para organizar seu dia. Atividades planejadas e assistidas por um cuidador podem aumentar o senso de dignidade e auto estima do paciente dando-lhe mais propósito e significado ao seu dia a dia.
Terapia Ocupacional recomenda atividades estruturadas e rotineiras, que com  a repetição diária, ajudam o paciente a ter noção da hora do dia. Além disso, o paciente pode usar e até mesmo desenvolver suas habilidades, aumentar a qualidade de vida e facilitar o relaxamento. Atividades também podem reduzir comportamentos como perambulação ou agitação.
Ambos, cuidador paciente podem desfrutar do clima de segurança e participação que as atividades proporcionam.
Pense em como organizar seu próprio dia quando planejar o dia do paciente. De modo geral, é bom manter uma rotina; as mudanças na rotina trazem insegurança. O desafio do cuidador é encontrar atividades que proporcionem significado e propósito, assim como promovam alegria e satisfação.
Para fazer uma lista de atividades, comece lembrando-se do que fez na semana passada. Tente fazer um “diário de bordo” e anote as mais marcantes:
  • Que atividades funcionaram e quais não? Porque?
  • Houve momentos em que foi pouco ou foi demais?
  • Quais atividades esporádicas (passear, visitar um amigo, etc.) deram satisfação, ou, ao contrário criaram ansiedade e confusão?
Baseado nestas conclusões escreva um plano diário. Um dia planejado permite menos perda de tempo e energia, indicando o que fazer momento a momento. Permite a você mesmo e ao paciente alguma flexibilidade para atividades esporádicas(não rotineiras), assim como tempo de descansar.
Como devem ser as atividades:
  • Ter significado e objetivo.
  • Utilizar as habilidades do paciente.
  • Criar uma sensação de normalidade.
  • Envolver, quando possível, familiares e amigos.
  • Serem apropriadas para adultos (que não infantilizem o paciente).
  • Dar alegria e promover a auto estima do paciente.
  • Enfatize o processo e não o resultado.
  • Preferidas pelo paciente e executadas nos horários habituais antes de ser acometido pela doença.
 Exemplo de um plano diário
Manhã
o   Lavar-se, escovar os dentes, vestir-se.
o   Preparar o café da manhã
o   Tomar café, conversar
o   Ler o jornal, tentar um trabalho manual, reminiscências através de fotos
o   Fazer um intervalo, ter um tempo quieto.
o   Fazer algumas tarefas em conjunto.
o   Fazer uma caminhada, aplicar jogos que estimulem a ação cognitiva.
Tarde
o   Preparar a refeição e almoçar, ler os emails, lavar pratos.
o   Ouvir música, fazer palavras cruzadas, ver TV.
o   Fazer um pouco de jardinagem, caminhar.
o   Fazer um intervalo (break) ou tirar uma soneca.
o   Fazer um passeio, visitar um amigo
Noite
o   Preparar a refeição e jantar, limpar a cozinha.
o   Fazer reminiscências durante o café e a sobremesa.
o   Jogar cartas, fazer massagem de conforto.
o   Tomar banho, se preparar para ir para cama, ler um livro.  
Sugestão de planilha
Mande-nos seu email em resposta a este artigo e enviaremos gratuitamente uma planilha sugestão para preparar sua lista de atividades.
Avaliação do resultado do plano
Avaliar como o plano diário está funcionando, pensar sobre como o paciente responde a cada atividade e como ele consegue preencher suas necessidades. O sucesso de uma atividade pode variar de um dia para o outro. Em geral, se o paciente parece entediado, distraído ou irritadiço, pode ser a hora de introduzir outra atividade ou fazer uma intervalo para descanso.
Atividades estruturadas e prazerosas podem reduzir a agitação e melhoram o humor. A análise prévia do tipo de atividade e como ela é executada e concluída são tão importantes quanto a alegria e a sensação de ter terminado uma tarefa, de ser útil. Após análise e avaliação  do grau de satisfação do paciente, introduzir novas atividades ou fazer as adaptações necessárias.
10 dicas rápidas para o cuidador na aplicação das atividades
1. Seja flexível e paciente. O tempo dele é diferente do seu.
2. Encoraje a participação do paciente nas atividades da vida diária (AVD’s).
3. Evite corrigir o paciente. Ajude-o a refazer.
4. Ajude o paciente a manter-se o mais independente quanto possível.
5. Ofereça oportunidades de escolha no modo de fazer (se ainda for possível o   paciente fazer escolhas)
6. Simplifique as instruções. Faça um guia passo a passo.
7. Estabeleça uma rotina que seja familiar.
8. Tente entender e responder aos sentimentos do paciente.
9. Simplifique, estruture e supervisione.
10. Ofereça incentivo e apoio.

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