'Delirium', confusão mental em UTI, dobra risco de morte, diz estudo


Pessoas internadas em UTIs estão sujeitas a um quadro caracterizado por confusão mental, dificuldade de raciocínio, agitação, comportamento agressivo e alucinações. Essa síndrome é o delirium que, apesar de comum, ainda é muito pouco conhecida até mesmo pelas equipes de hospitais.

Agora, uma revisão de estudos conduzida por pesquisadores brasileiros do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), em parceria com a Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, concluiu que o problema afeta 31,8% dos pacientes de UTI. O mais grave é que a ocorrência de delirium mais do que dobra o risco de morte no período da internação. Segundo o estudo, pacientes que tiveram delirium apresentaram um índice de mortalidade 2,19 vezes maior.
Além disso, segundo o médico Jorge Salluh, pesquisador do IDOR e um dos autores do estudo, os dados mostram que a ocorrência de delirium está associada ao desenvolvimento de alterações cognitivas mais permanentes. “Muitos recuperaram as funções cognitivas em alguns meses. Houve outro grupo que, três anos depois, não tinha voltado ao estágio original. Para os que já têm alto risco para demência, a ocorrência de delirium pode acelerar o processo”, diz.
A pesquisa, que foi publicada pela revista British Medical Journal (BMJ) nesta semana, serve de alerta para a necessidade de as equipes de saúde se prepararem melhor para lidar com o problema, que tem medidas preventivas fáceis de serem aplicadas.
Família viveu drama de delirium não diagnosticado
O problema acometeu o aposentado Washinton Augusto da Cruz em 2011, enquanto ele se recuperava de uma cirurgia grande de quadril na UTI de um hospital paulista. Para a família, foi um pesadelo, já que, segundo os parentes, a equipe de saúde não conseguiu diagnosticá-lo corretamente e não soube tomar as medidas mais adequadas.
Uma das filhas de Washinton, Catia Aguilhar, conta que o pai sempre teve um histórico saudável. Por causa de uma artrose no quadril, teve indicação cirúrgica. Quando acordou da anestesia, estava alterado. “Ele voltou da UTI totalmente agitado, inquieto, sem falar coisa com coisa. Tinha alucinações, interagia com coisas que só ele via, falava alto, ficou extremamente agitado. Às vezes, os enfermeiros “Em nenhum momento, nenhum dos profissionais que passaram para avaliá-lo sabia dizer o que ele tinha. Os enfermeiros diziam que nunca tinham visto isso na vida”, diz Catia. Outra filha de Washinton, Flávia Aguilhar, lembra que algumas enfermeiras questionavam se ele era alcoólatra. “Nós nos sentimos até mesmo ofendidas quando nos olhavam incrédulas, como se ele estivesse simplesmente tendo uma crise de abstinência de algum tipo de droga. Dizíamos para os enfermeiros que ele era muito tranquilo, e ninguém parecia acreditar.”
Diante da falta de informação no hospital, a família começou a procurar informações com amigos e na internet. Um médico conhecido foi quem alertou para a possibilidade de delirium, que era o que mais se aproximava do quadro. Os sintomas perduraram por cerca de cinco dias. Até que ele acordou sem os sintomas e sem se lembrar dos dias anteriores.
“Quando falávamos sobre delirium no hospital, a equipe médica e de enfermeiros parecia nem saber do que estávamos falando. Percebemos que há uma falta de informação absurda sobre este assunto, além do despreparo para tratamento”, diz Flávia.
Esse caso não é o único. Médicos intensivistas de grandes hospitais ouvidos pelo G1 dizem que, em muitas instituições, o problema não é levado em conta, apesar da simplicidade e do baixo custo das medidas perventivas e das possíveis sequelas permanentes que a síndrome pode deixar.
Veja, abaixo, perguntas e respostas sobre a síndrome:
Quais são os sintomas do delirium?
A médica Viviane Veiga, coordenadora da UTI Neurológica da Beneficência Portuguesa de São Paulo e UTI do Hospital São José, explica que o delirium caracteriza-se principalmente pela alteração dos níveis de consciência. Em alguns casos, o paciente fica agitado e agressivo: é o delírium hiperativo. Em outros momentos, pode ficar mais quieto: é o delirium hipoativo.
"O que acontece é que se a UTI não tem um olhar para essa condição, os casos são subdiagnosticados. Muitos hospitais acabam não sabendo", diz. Hoje existem questionários validados para se aplicar diariamente e identificar com mais facilidade os casos de delirium. 
Quais são as causas?
Segundo Jorge Salluh, a ciência ainda não esclareceu completamente por que surgem esses sintomas. O que se sabe é que estar na UTI é um fator de risco importante para se desenvolver a síndrome.
Características geralmente vivenciadas em UTIs - como infecções graves, alterações agudas no funcionamento de órgãos, uso excessivo de certos sedativos - predispõem o indivíduo a ter delirium. Assim como outros órgãos podem apresentar falências, o delirium é como se fosse uma falência do cérebro.
É possível preveni-lo?
O médico intensivista Carlos Eduardo Nassif Moreira, do Hospital 9 de Julho, diz que há medidas simples e de custo baixo que podem prevenir o surgimento de delirium.
Uma delas é reorientar o paciente, informando a todo momento a data, o horário e o local onde está. A presença mais constante de familiares também ajuda. Para os que tem deficiência visual ou auditiva, é importante devolver óculos e aparelho de audição assim que possível.
Há drogas que devem ser evitadas, pois comprovadamente induzem o delirium. Amarrar o paciente na cama também pode agravar o quadro. "O delirium é uma patologia cujo tratamento e prevenção é multidisciplinar, envolve a equipe toda no processo: médico, enfermeiro, fisioterapeuta e outros profissionais", diz Moreira.
Como é o tratamento?
Segundo Salluh, não há tatamentos específicos para o delirium. O manejo da síndrome envolve medicamentos que podem controlar a agitação psicomotora e diminuir as alucinações. Além disso, tratar a causa inicial que levou o paciente à UTI é essencial.
Por que o problema é pouco conhecido?
De acordo com Salluh, o conhecimento sobre o delirium é muito recente. Um dos motivos é que o uso excessivo de sedativo nas UTIs pode dificultar a observação dos sintomas de delirium. Só em 2001 foi criada uma metodologia específica para identificar casos da síndrome em UTIs.o amarravam à cama”, conta.

Inversão do ciclo sono- vigília: quando o dia vira noite!


Um dos problemas mais questionados no consultório é "o que fazer com o idoso que troca o dia pela noite"
Esse é um transtorno comum nos pacientes idosos, em especial os demenciados, e causa um problema imenso em toda a família, que se vê insone, física e emocionalmente esgotada!
A inversão do ciclo sono - vigília ocorre principalmente pelas alterações neurológicas dos próprios processos demenciais. É comum o paciente querer dormir muito ao longo do dia ( chega a se irritar quando não atendido) e a noite tem um despertar ansioso, com fala verborrágica ( nao para de falar) e grande perambulação ( anda de um cômodo ao outro insistentemente). É uma condição de muito estresse, visto que ao perambular há maior risco de quedas e/ou fraturas, tende a comportar - se de forma agressiva além do risco de lesões pois tira objetos e roupas do lugar sem parar.
Pela descrição já podemos compreender porque a família fica tão desesperada diante deste quadro.
Apesar de ser uma condição clínica comum, como já disse, e até esperada, muitas coisas na rotina diária podem ser feitas para minimizar essas alterações e é fundamental informar o geriatra que acompanha o paciente para que, se necessário, medicações específicas sejam prescritas.
Antes de mais nada precisamos compreender que o paciente demenciado precisa de rotina! Ela é importantíssima para que ele se sinta mais seguro!
Então vamos lá:
1) ao levantar troque de roupa. Nada de pijama, camisola, chinelinho ao longo do dia. Como eles irão compreender se é dia ou noite com a mesma roupa?
2) ao dar as refeições diga em voz alta "café da manhã , " almoço ", "jantar", assim eles saberão que refeição está sendo dada
3) após o almoço eles precisam dormir um pouco! Deixe repousar por, no máximo, 2 horas! !! Depois tem que acordar .
4) A tarde ligue a TV mesmo que aparentemente eles não assistam. Dê alguma atividade como dominó, baralho, caça palavras, desenho, colorir ou quebra cabeça. Se nada disso for possível, leia em voz alta e coloque uma música que goste. Aliás , músicas são "milagrosas"
5) ao anoitecer coloque o pijama, hora de dormir tem que ter roupa de dormir!!!
6) dia é claro, noite é escura! Nada de luzes fortes no quarto ou totalmente acesas! Uma pequena iluminação é suficiente para que se levante a noite com segurança.
Essas são atitudes que, apesar de simples, pouco são feitas e produzem um efeito excelente!
No mais , somente o geriatra poderá prescrever medicação caso seja necessário
O importante é todos saberem que existe tratamento e ninguém precisa passar noites e noites sem dormir
Dormir é primordial para todos nós
Procure ajuda! Dê ajuda!
E lembrem - se: eles não fazem por querer!
Por Dra Roberta França
Geriatra

Los errores más frecuentes cometidos por cuidadores de enfermos de Alzheimer


Los errores más frecuentes cometidos por cuidadores de enfermos de AlzheimerComo probablemente sepas ya, atender a una persona con Alzheimer es una tarea tan dura como compleja. Además de conocer al afectado o afectada y manejar información sobre el proceso que está atravesando, son imprescindibles grandes dosis de esfuerzo, paciencia, constancia, capacidad de comprensión… En resumen: necesitaremos lo mejor de nosotros mismos en todos los sentidos. Pero incluso poniendo el máximo de nuestra parte, es casi inevitable cometer errores.
Entre los más comunes están los relacionados con la comunicación. Es obvio que, con frecuencia, resulta difícil tanto comprender lo que siente el enfermo como tener la certeza de que él nos ha entendido. Por eso en ocasiones, a menudo sin pretenderlo, intentamos demostrarles que tenemos razón y que ellos están equivocados a través de razonamientos lógicos, como si fuésemos a encender una luz en sus mentes que súbitamente les hiciese ser conscientes de la realidad que les rodea. Lo único que conseguiremos con esta clase de comportamiento es incrementar su estado de confusión y, lo que es peor, provocar que adopten una actitud defensiva.
Es importante aprender a no utilizar un lenguaje negativo“no hagas eso”“no digas eso”“no tienes razón”“no es cierto” y fórmulas similares son expresiones a evitar en la mayor parte de los casos. Tampoco debemos ‘forzar’ su memoria, por ejemplo con relatos sobre lo que ‘realmente sucedió’ cuando evoquen eventos pasados y percibamos distorsión en el relato.
Pero entonces… ¿qué hacemos? Una de las claves es aprender a comunicarnos más con emociones que con palabras, tanto a la hora de recibir como a la de emitir. Interpretemos el estado de ánimo de la persona que tenemos enfrente más allá de la literalidad de su discurso, busquemos maneras de hacerle sentir bien en lugar de preocuparnos por aclararle nuestra verdad o sus errores. Una forma de conseguir esto es llevar la conversación hacia temas positivos y agradables. También podemos darles muestras sencillas de cariño: en determinado momento, un abrazo o una caricia puede cambiar la irritación por bienestar.
Hay enfermos incurables, pero ninguno incuidable.
Francesc Torralba
El otro error más habitual es que el cuidador se olvide de sí mismo. Es fundamental mantener la motivación y la autoestima lo más altas posible, encontrar el tiempo y la forma de sentirnos bien a pesar de las dificultades. Recuerda siempre que si tú te dejas ir, habrá dos problemas donde antes había sólo uno. Estas son algunas claves que pueden resultarte de ayuda:
  • Ni dejar de informarnos, ni empacharnos de datos. Cuando el cuidador tiene vínculos emocionales con el enfermo, es normal que busque información sobre lo que le está pasando. Pero escuchar todo lo que nos dicen, leer todo lo que cae en nuestras manos, puede conducir a un estado de pánico poco justificado. Se trata de encontrar un equilibrio.
  • Confía en lo que haces. De lo contrario, tu esfuerzo perderá todo el sentido.
  • No te culpes. No pierdas de vista qué estás haciendo, por qué lo haces y, sobre todo, hasta dónde puedes llegar. No esperes de ti mismo milagros: sólo obtendrás frustraciones.
  • Aceptar no significa tirar la toalla. Debemos estar preparados para los momentos más duros de la enfermedad y asumir que hay cosas que no podemos revertir. Eso no significa rendirse, ni muchísimo menos.
  • Guarda tiempo de calidad para ti. Aunque sean diez minutos al día, necesitas reponer con regularidad tu depósito de ánimo. Por mucho que las cosas se tuerzan, no dejes nunca de hacerlo.
¿Qué has aprendido tú? ¿Cuál es tu experiencia personal? Puedes dejar un comentario para compartir tu conocimiento con la comunidad.

El alzhéimer no puede con la música


El gráfico muestra (en rojo, arriba) el giro cingulado anterior donde se almacenan los recuerdos musicales. Más abajo, visión bilateral de tres biomarcadores de Alzhéimer, en rojo las más afectadas. / MPI F. HUMAN COGNITIVE AND BRAIN SCIENCES
Sin saber muy bien por qué, la música es una de las pocas armas que tienen los terapeutas para hacer frente al avance del alzhéimer. A pesar de la devastación que provoca esta enfermedad en el cerebro y, en particular, en la memoria, una gran parte de los enfermos conserva sus recuerdos musicales aún en las fases más tardías. Ahora, un estudio señala las posibles causas de este fenómeno: la música la guardamos en áreas cerebrales diferentes de las del resto de los recuerdos.
El lóbulo temporal, la parte del cerebro que va desde la sien hasta la zona posterior del oído es, entre otras cosas, la discoteca de los humanos. Ahí se gestiona nuestra memoria auditiva, canciones incluidas. Estudios con lesionados cerebrales apoyan la idea de que guardamos la música en una red centrada en esa zona. Sin embargo, el lóbulo temporal también es el que sufre antes los estragos del alzhéimer. ¿Cómo se explica entonces que muchos enfermos no sepan ni su nombre ni cómo volver a casa pero reconozcan aquella canción que les emocionó décadas atrás? ¿Cómo algunos pacientes son incapaces de articular palabra y, sin embargo, llegan a tararear temas que triunfaron cuando ellos todavía podían recordar?
Para intentar responder a esas preguntas, investigadores de varios países europeos liderados por neurocientíficos del Instituto Max Planck de Neurociencia y Cognición Humana de Leipzig (Alemania) realizaron un doble experimento. Por un lado, buscaron qué zonas del cerebro se activan cuando oímos canciones. Por el otro, una vez localizadas, analizaron si, en los enfermos de alzhéimer, estas áreas cerebrales presentan algún signo de atrofia o, por el contrario, resisten mejor a la enfermedad.
Para localizar dónde guarda el cerebro la música, los investigadores hicieron escuchar a una treintena de individuos sanos 40 tripletas de canciones. Cada trío estaba formado por un tema muy conocido entresacado de las listas de éxitos desde 1977, nanas y música tradicional alemana. Las otras dos canciones eran, por estilo, tono, ritmo o estado de ánimo, similares a la primera, pero las seleccionaron de entre los fracasos musicales, que no fueran conocidas.
Muchos enfermos no saben ni su nombre pero reconocen las canciones que les emocionaron
Tal como explican en la revistaBrain, el diseño del experimento se basaba en la hipótesis de que la experiencia de oír música es, para el cerebro, diferente de la de recordarla y en ambos procesos intervienen redes cerebrales diferentes. Durante las sesiones, la actividad cerebral de los voluntarios fue registrada mediante la técnica de imagen por resonancia magnética funcional (fMRI). Comprobaron que la música se aloja en zonas del cerebro diferentes de las áreas donde se guardan los otros recuerdos.
"Al menos, los aspectos cruciales de la memoria musical son procesados en áreas cerebrales que no son las que habitualmente se asocian con la memoria episódica, la semántica o la autobiográfica", dice el neurocientífico del Max Planck y coautor del estudio, Jörn-Henrik Jacobsen. "Pero hay que ser muy cauteloso cuando afirmamos algo tan absoluto como esto", añade prudente. En concreto, las zonas que mostraron mayor activación al rememorar las canciones fueron el giro cingulado anterior, situado en la zona media del cerebro, y el área motora presuplementaria, ubicada en el lóbulo frontal.
Parte de esa prudencia puede proceder de la metodología que han seguido para realizar la segunda parte de la investigación. Lo ideal habría sido poder estudiar la ubicación de los recuerdos musicales directamente en los enfermos de Alzhéimer y no en la población sana. Pero, como señala Jacobsen, no es sencillo conseguir que un número significativo de pacientes participe en un trabajo como este. Además, está el problema de que muchos de los afectados podrían recordar la canción pero no verbalizar ese recuerdo. Por eso, realizaron un segundo experimento para ver si las zonas donde se guarda la música se ven igual o menos afectadas por la enfermedad del olvido.
El cerebro procesa en zonas diferentes la experiencia de oír música y los recuerdos musicales
Para eso, estudiaron a 20 pacientes con alzhéimer y compararon sus resultados con otra treintena de individuos sanos, ambos grupos con una media de edad de 68 años. Querían ver en qué estado se encontraban las áreas musicales frente al resto del cerebro. En el diagnóstico y seguimiento de la enfermedad se usan principalmente tres biomarcadores: El grado de deposición del péptido β-amiloide, una molécula que tiende a acumularse formando placas en las fases iniciales de la enfermedad. Otra pista es la alteración del metabolismo de la glucosa en el cerebro. Y, por último, atrofia cortical, un proceso natural a medida que se envejece pero que en el alzhéimer es más acusado.
Las mediciones mostraron que los niveles de deposición de beta-amiloide no presentaban grandes diferencias. Pero, en las áreas musicales de los enfermos, el metabolismo de la glucosa entraba en los niveles normales y la atrofia cortical era hasta 50 veces menor que en otras zonas del cerebro. Para Jacobsen, "que muestren un menor hipometabolismo y atrofia cortical en comparación con las otras zonas cerebrales significa que no se ven tan afectadas en el curso de la enfermedad". Y añade: "Pero esto solo puede ser observado, creo que nadie puede explicar por qué eso es así. Sin embargo, el giro cingulado anterior muestra una conectividad aumentada en los enfermos de alzhéimer, lo que podría significar incluso que funciona como una región que compensa la pérdida de funcionalidad de las otras".
Los recuerdos que más perduran son los ligados a una vivencia emocional intensa, y la música está muy unida a las emociones"
"Los recuerdos que más perduran son los que están ligados a una vivencia emocional intensa y justo la música con lo que está más ligado es con las emociones y la emoción es una puerta al recuerdo", dice la musicoterapeuta de la Fundación Alzheimer España, Fátima Pérez-Robledo. Los resultados del estudio vienen a confirmar su práctica cotidiana. "Muchos de los enfermos igual no recuerdan el nombre de un familiar pero sí la letra de una canción", asegura.
En su trabajo diario, Pérez-Robledo tiene que hacer muchas veces de pinchadiscos. Si el enfermo está en una fase inicial, él mismo sugiere los temas que le marcaron. "Rebuscamos en su historia musical, las canciones de su niñez, de su adolescencia, para evocar recuerdos. La escuchan, la bailan o la cantan", explica la terapeuta. Cuando el paciente ya no puede decir qué musica amaba, prueban con las canciones que más se oían cuando era pequeño o, como en muchos casos, es la pareja la que elige aquella canción que sonaba cuando se conocieron.


Para psicólogo, dor da rejeição ativa mesmas áreas da dor física


O sentimento de rejeição é provavelmente a ferida psicológica mais comum e recorrente nas nossas vidas, afirma o livro “Emotional First Aid” (Primeiros Socorros Emocionais), recentemente lançado nos Estados Unidos.
Não há quem não tenha sido preterido em alguma brincadeira infantil, esquecido na hora de uma festa, perdido o emprego ou sofrido desilusão amorosa, enumera o doutor em psicologia e especialista em terapia de casais Guy Winch, autor da obra. “As rejeições são os cortes e arranhões psicológicos que machucam a pele emocional e penetram na carne”, diz ele.
Mesmo com a frequência das ocorrências, o rejeitado pode não conseguir formar uma carapaça – muitos sofrem tanto que a dor lhes inunda de raiva e solapa a autoestima. Não é para menos, explica a terapeuta de casais Marina Vasconcellos. “O ser humano tem necessidade de ser aprovado, de ser aceito. Pertencer a uma sociedade, a uma família, é uma necessidade básica. E a rejeição tira esse direito. Fica um vazio.”
A sensação é profunda, diz ela: “Dói no peito, parece que estão enfiando uma faca”. Não se trata de figura de linguagem. Em seu livro, Winch cita estudos que, por meio de ressonância magnética, mostram que a dor da exclusão social ativa no cérebro as mesmas áreas acionadas pela dor física.
O mesmo acontece em relação ao sofrimento amoroso, demonstrou trabalho mais recente, não citado no livro. Em pesquisa feita nos EUA, 40 pessoas que tinham recentemente levado um chute do parceiro foram submetidas a duas experiências: em uma, viram fotos de seus “ex”; na outra, receberam estímulos térmicos semelhantes ao de café quente derramado na mão. Nos dois casos, o cérebro deu respostas similares. As reações das pessoas, porém, são diferentes.
Há os que simplesmente superam, vão em frente, mas também há os que caem na autocomiseração e na depressão. Sem falar nos casos em que a rejeição se transforma em raiva. “É uma reação que pode vir da própria depressão. Você está indo para o fosso, então violentamente tenta sair do fosso”, afirma a terapeuta de casais Tai Castilho.
Em 551 casos de homens que mataram suas mulheres nos Estados Unidos, quase a metade dos crimes ocorreu em resposta a uma separação, constataram cientistas citados no livro de Winch.  “Há pessoas que acham que o mundo é uma grande teta e que todos têm de fazer o que elas querem”, diz. “O mundo contemporâneo propaga que é possível você ter tudo; se você não tiver, não alcançar, a frustração é maior”, afirma Castilho.
Talvez por isso, diz Vasconcellos, as relações sejam mais instáveis. “As coisas estão mais passageiras. Em relações amorosas, as pessoas não investem o quanto deveriam investir. Se está difícil, já passam para outra.”
Mas fica a dor. Que pode ser superada. “É preciso encarar a rejeição como um aspecto da vida. E reconhecer que você pode trilhar outro caminho para abrandar a dor”, orienta Joel Rennó Jr., psiquiatra do Programa de Saúde da Mulher da USP.
Não que isso seja simples. Em muitos casos, é preciso buscar ajuda de um especialista. Mas o rejeitado também pode se ajudar.
“Ouça o que as pessoas falam de você, e não apenas o que você pensa”, diz Marina Vasconcellos. E não tenha vergonha de falar sobre o assunto, propõe Tai Castilho: “As pessoas não devem ficar trancadas”.
Autor: Rodolfo Lucena
Fonte: Folha de São Paulo

Alzheimer - 20 dicas para o cuidado com o paciente


1. Quando tomar banho for um problema...
2 - Apareceu uma ferida, isso é grave?
3. Cuidar bem da boca é sempre necessário!
4. Com que roupa fica mais fácil evitar problemas?
5. Alimentação: Muito, pouco, a qualquer hora, o que é melhor?
6. Nutrição o que significa realmente
7. Hidratar adequadamente evita muitos problemas
8. Andar sem parar, o que é isso? 
9. Ele esta vendo coisas, o que eu faço?
10. Ele está me acusando de té-lo roubado... 
11. Como eu o "obrigo" a tomar o remédio?
12. Proteger o paciente de si mesmo, como?
13. É uma convulsão: socorro!!!
14. Ele engasgou... e agora? 
15. É preciso mantê-lo ocupado! 
16. O que eu faço quando ele tira a roupa em público
17. Ele gostava de viajar, não pode mais?
18. Ele me bateu!!
19. Atenção! Depressão é uma doença tratável!!
20. Ele perde urina na roupa, e agora?

1. Quando tomar banho for um problema...
Tentar identificar a(s) causa(s) da recusa é um bom começo.
O paciente pode estar com dificuldade para caminhar, ter medo da água, medo de cair, pode estar deprimido; com infecções que geram mal estar, dor, tonturas ou mesmo sentir-se envergonhado por expor seu corpo diante de um cuidador estranho, especialmente se for do sexo oposto.
Adaptando o ambiente
Todas as adaptações deverão ser feitas mediante o grau de dependência apresentado.
Mantenha o piso seco e no interior do box utilize tapetes anti-derrapantes (emborrachados) para evitar quedas.
A colocação de barras de segurança na parede (semelhantes àquelas utilizadas em academias de balet) são de grande ajuda, pois permitem que o paciente se apoie nelas durante o banho, fazendo-o sentir-se mais seguro.
Se é difícil para ele manter-se em pé por muito tempo, pense que talvez uma cadeira de banho vá auxiliá-lo e permitir maior conforto.
Respeite seus hábitos
Os que apresentam dependência leve devem ter seus hábitos de higiene respeitados como: horário do banho, marca de sabonete, shampoo, etc.
Não há razão para se "obrigar" o paciente a banhar-se pela manhã se é seu hábito fazê-lo à tarde.
É interessante se criar uma rotina para aqueles que apresentam dependência severa, isto facilita o trabalho do cuidador e cria um hábito para o paciente.
Mesmo os acamados devem ser levados ao banheiro para que seja realizado o banho de chuveiro, esta é uma ótima oportunidade de mobilização.
Banhos no leito devem ser evitados, sendo indicados apenas para aqueles pacientes com prescrição de repouso rigoroso no leito.
Indo para o Banheiro
Prepare o banheiro previamente e leve para lá todos os objetos necessários à higiene.
Elimine correntes de ar fechando portas e janelas.
Separe as roupas pessoais antecipadamente.
Regule a temperatura da água que deve ser morna.
Se possível, o paciente deve ser despido no quarto e conduzido ao banheiro protegido por um roupão, neste momento, evite fixar os olhos em seu corpo (isto pode constrangê-lo), observe-o sutilmente.
O Banho propriamente dito
Oriente-o para iniciar o banho e auxilie-o, se necessário.
Não faça por ele. Estimule, oriente, supervisione, auxilie. Apenas nos estágios mais avançados da doença o cuidador deve assumir a responsabilidade de dar o banho.
Aproveite a oportunidade para massagear suavemente a sua pele, isto favorece a circulação sangüínea e produz grande conforto.
Não utilize buchas de banho, lembre-se que a pele é muito sensível e você pode provocar lesões.
Lave a cabeça no mínimo 3 x por semana, utilize shampoo neutro, observe se há lesões no couro cabeludo. Mantenha se possível, os cabelos curtos.
Observe se há necessidade de cortar as unhas das mãos e dos pés, em caso positivo, posteriormente, corte-as retas com todo o cuidado especialmente nos pacientes diabéticos.
Após o banho, seque bem o corpo, principalmente as regiões de genitais, articulares (dobra de joelhos, cotovelos, axilas) e interdigitais (entre os dedos).

2 - Apareceu uma ferida, isso é grave?
Um dos problemas mais comuns apresentados pelo portador da doença de Alzheimer, especialmente aqueles que mantém-se por longos períodos no leito ou poltronas são as úlceras por pressão (escaras). Existem muitas causas que podem ser responsáveis pelo seu aparecimento, entre elas, desnutrição, desidratação, anemias, infecções, aparelhos gessados, má higienização e, a mais freqüente, imobilidade.
Observe com atenção se o paciente está recebendo dieta e hidratação adequadas.
Deve-se prevenir a qualquer custo o seu aparecimento.
Mantenha a pele hidratada, utilizando loções hidratantes por todo o corpo após o banho.
Pacientes mais dependentes devem ter, sobre o colchão normal, o colchão casca de ovo. Os lençóis devem estar perfeitamente esticados sobre a cama, livres de pregas e rugas que machucam a pele.
Os lençóis devem ser trocados sempre que forem molhados.
Se o paciente recebe sua alimentação no leito, eleve a cabeceira, e ao final, inspecione a cama para remover quaisquer resíduos de alimentos que, eventualmente, tenham caído durante a refeição.
Deve-se evitar pressões demoradas do corpo sobre a cama, especialmente em regiões com proeminências ósseas como, parte lateral do quadril e coxa, região do cóccix (final da coluna), ombros, entre os joelhos, cotovelos, tornozelos, calcanhar.
Posicionar o paciente na cama ou poltrona, com pequenas almofadas casca de ovo, nas regiões críticas.
Quando no leito, fazer mudança de decúbito (posição) de 2/2h.
Ao mobilizar o paciente ou quando for trocá-lo, massagear a pele que está sofrendo pressão maior.
Quando estiver sentado, mantê-lo sobre uma almofada casca de ovo, e, levantá-lo a cada duas horas, massageando a pele que está sofrendo pressão.
Qualquer sinal de hiperemia (vermelhidão) na pele, deve merecer maior atenção, proteja a região avermelhada com hidratantes, faça massagens que irão ativar a circulação e se possível, exponha a região ao calor.
A higiene rigorosa da pele é a maior arma que se tem para se prevenir ou deter a evolução de uma escara. Por isso, em caso de pequena lesão aberta, esta deve ser lavada com água e sabão, e não sofrer pressão de nenhuma espécie.
As lesões mais profundas devem ser lavadas com Soro Fisiológico 0,9%, morno (para que não haja vasoconstrição), e tratadas com cremes/pomadas ou antibióticos sistêmicos prescritos pelo médico.
Todas as lesões devem ser expostas ao calor, a luz solar matinal, ou o calor artificial, gerado por uma lâmpada infra vermelha, que deve ser aplicada à pele com cuidado, para não produzir queimaduras, ou seja, num tempo de exposição de aproximadamente 15 minutos, a uma distância da pele de 30cm. Este calor promoverá a vasodilatação sangüínea, aumentando a oferta de oxigênio aos tecidos, facilitando a cicatrização.
Se surgirem pequenas bolhas na pele, não se deve furá-las, mas expor ao calor seguindo a mesma orientação anterior.
Lesões infectadas (com presença de pus), devem ser avaliadas pelo médico, ele saberá indicar qual creme ou pomada estará indicado a cada paciente, individualmente.
Lesões infectadas podem receber curativos com açúcar, e neste caso, manter o açúcar na lesão por um período não superior a 30 minutos, lavando bem em seguida a área afetada e procedendo após, o curativo habitual.
Não coloque sobre a lesão nenhum tipo de receita caseira, ensinada por amigos, vizinhos ou curiosos, lembre-se, apenas o médico, após avaliação, terá condições de prescrever a medicação e curativos corretos.
Atenção! Sua maior arma contra as escaras é a prevenção. Isto se faz através da observação rigorosa do paciente, de sua pele, da higienização e da mobilização.

3. Cuidar bem da boca é sempre necessário!
A higiene oral é um hábito saudável e agradável que deve ser mantido ao longo de toda a vida. Alterações da mucosa oral, perda de dentes, próteses mal ajustadas, gengivites (inflamação das gengivas), diminuição do fluxo salivar, são fatores que podem ocasionar infecções na cavidade oral.
A higiene oral deve ser realizada após cada refeição ou num mínimo de 3 x dia.
A boca deve ser inspecionada imediatamente após cada refeição, para que dessa forma, possa ser removido todo e qualquer resíduo alimentar.
Utilizar escovas de dentes de cerdas macias, massageando as gengivas verticalmente com suavidade.
Pode-se utilizar após cada escovação anti-sépticos orais, mantendo assim um hálito agradável.
Algumas vezes é muito difícil fazer com que o paciente abra a boca para se fazer a higiene oral. Tente introduzir delicadamente uma espátula entre os dentes e faça um movimento rotatório, caso não seja possível, utilize o próprio dedo indicador envolto em gaze para que seja possível a higienização.
A Língua
A língua deve ser massageada com escova macia, para remoção de sujidades.
Em caso de haver presença de uma crosta branca sobre a língua - saburra - removê-la utilizando uma solução de bicarbonato de sódio, na proporção de 1 colher de café de bicarbonato em 1 copo d´água. Para executar a limpeza da língua, molhar na solução a escova de dentes, ou uma espátula envolvida em gaze, ou mesmo o próprio dedo indicador envolto em gaze e proceder a limpeza. Esta deve ser feita com movimentos suaves, sem esfregar.
O que observar
Deve-se observar cuidadosamente a presença de lesões na cavidade oral - manchas brancas, vermelhas, pequenos ferimentos que sangram e não cicatrizam - e neste caso, alertar o médico responsável.
Cuide bem das próteses
Deve-se ter maior atenção para a higiene oral naqueles pacientes que usam próteses dentárias. Estas devem ser retiradas após cada refeição, higienizadas fora da boca, e após limpeza da cavidade oral, recolocadas.
Pacientes muito confusos, devem ter suas próteses dentárias retiradas à noite, colocadas em solução anti-séptica, e após higienização, recolocadas pela manhã.
Observar a estabilidade da prótese dentária na boca do paciente, lembrar que com o envelhecimento ocorre perda de massa óssea, fazendo com que as próteses fiquem frouxas e se desestabilizem. É conveniente, neste caso, aconselhar-se com um dentista.
Observar a presença de cáries ou dentes quebrados que causam dor. Existem equipes de profissionais (dentistas), que atendem no domicílio aqueles pacientes que se encontram impossibilitados de comparecer ao consultório.
Muitas vezes, a recusa do paciente em alimentar-se ou sua agitação no horário de refeições deve-se ao fato de próteses mal ajustadas ou significar simplesmente uma dor de dentes.

4. Com que roupa fica mais fácil evitar problemas?
Manter um vestuário simples e confortável, criando sempre que possível a oportunidade de escolha pelo próprio paciente é de fundamental importância; essa rotina permite a preservação da personalidade elevando a auto estima e a independência.
Estimular a independência é fundamental.
As roupas devem ser simples, confeccionadas com tecidos próprios ao clima.
O paciente pode ter perdido a capacidade de expressar sensações de frio ou calor, dessa forma, nunca esquecer de tirar ou colocar agasalhos, conforme a variação da temperatura.
O cuidador deve, ao falar com o paciente, colocar-se no seu campo visual, ou seja diante dele, orientando-o calmamente e gesticulando, se necessário.
Deve-se estimular o ato de vestir-se sozinho, dando instruções com palavras fáceis de serem entendidas.
Dê a ele a oportunidade de optar pelo tipo de vestuário e as cores que mais Ihe agradem. Apenas supervisione, pois pode ser que haja necessidade de auxiliá-lo na combinação de cores.
Tenha calma e paciência, não o apresse enquanto ele executa sua rotina de vestir-se.
Para que ele mesmo possa procurar suas roupas, nos armários, cole fotos de peças e ou objetos pessoais na parte externa da gaveta ou guarda-roupas. Isto o ajudará a encontrar rapidamente o que procura.
Roupas como blusas, camisas ou suéteres, deverão ser preferencialmente abertos na parte da frente, para facilitar a colocação ou retirada.
Evite roupas com botões, zíperes e presilhas, elas dificultam o trabalho do paciente para abri-los ou fechá-los. De preferência às roupas com elástico ou velcro.
Nas fases mais avançadas da doença, deve-se dar preferência aos conjuntos do tipo moletom, em função de sua praticidade.
Pacientes limitados à cadeiras de rodas ou poltronas, o critério para a escolha do vestuário é ainda mais rigoroso. Deve-se optar por roupas confortáveis, largas, especialmente nos quadris.
O uso de objetos pessoais (acessórios), pode ser mantido, porém, com a evolução da doença, as jóias deverão ser substituídas por bijuterias.
Na medida do possível, deve-se providenciar um roupão, para que o paciente possa se despir no quarto e, protegido, ser conduzido ao banho.
Deve-se evitar o uso de chinelos, pois eles facilitam as quedas.
Todos os tipos de sapatos devem ser providos por solados anti-derrapantes, os mais indicados são aqueles que possuem elástico na parte superior, pois além de serem fáceis de tirar e colocar, evitam que o paciente tropece e caia, caso o cadarço se desamarre.

5. Alimentação: Muito, pouco, a qualquer hora, o que é melhor?
Nem sempre alimentar o portador da doença de Alzheimer é tarefa fácil. Horários regulares, ambiente tranqüilo, especialmente muita calma e paciência da parte do cuidador, são fatores imprescindíveis para que a alimentação seja bem aceita pelo paciente.
O paciente deverá estar sentado confortavelmente para receber a alimentação.
O ambiente deverá ser calmo, livre de ruídos.
Jamais ofereça alimentos ao paciente quando este estiver deitado.
Os pacientes que ainda conservam a independência para alimentar-se sozinhos devem continuar a receber estímulos para esta ação, não importando o tempo que levem para fazê-lo.
O cuidador nunca deverá criticar ou apressar o paciente durante as refeições.
As instruções passadas ao paciente deverão ser claras e o comando suave.
Para aqueles pacientes que demoram para alimentar-se, o uso de baixelas térmicas, que mantém o alimento aquecido por mais tempo, é bastante útil.
Independentemente da apresentação da dieta - sólida, pastosa ou líquida - deve-se, sempre que possível, respeitar as preferências do paciente. Uma pessoa que sempre gostou de comer carne, mas que já não consegue deglutir pequenos pedaços, deve ter a carne liqüidificada e servida em consistência de purê. O mesmo artifício deve ser utilizado para os outros alimentos.
O convívio com a família é de extrema importância. Sempre que possível, deve-se permitir que o paciente alimente-se em companhia de seus familiares.
A vida social deve ser mantida enquanto possível. Se era hábito do paciente almoçar fora, os restaurantes devem ser selecionados e a opção por um local tranqüilo é a ideal.
Os utensílios utilizados durante a refeição devem ser preferencialmente lisos e claros. As estampas - de pratos, por exemplo - podem distraí-lo e reduzir sua concentração naquilo que Ihe é explicado no momento (mastigação e deglutição).
Aqueles que apresentam dependência severa devem ser alimentados com colheres, em lugar de garfos.
Os alimentos crus e secos devem ser evitados, pois o perigo de engasgamento é maior.
Doces e salgados serão permitidos, desde que não haja restrição médica. Os temperos devem ser suaves e os molhos picantes evitados.
Caso haja engasgamento, mantenha a calma, coloque-se imediatamente atrás do paciente e abraçando-o com as duas mãos juntas, comprima o abdome, fazendo pressão sobre o diafragma.
Após cada refeição, a higiene oral é indispensável e deve ser realizada uma inspeção cuidadosa da boca, a fim de que possa ser removido todo e qualquer resíduo alimentar.

6. Nutrição o que significa realmente
Nutrição não deve ser confundida com alimentação, na maioria dos casos as pessoas bem alimentadas estão mal nutridas.
Os idosos podem necessitar de uma maior oferta de proteínas (cames brancas, como peixes e aves; carnes vermelhas, desde que sem gordura; leite desnatado; queijo fresco etc.); além de carboidratos (açúcares, massas) e reguladores, fontes de vitaminas e minerais (vegetais, frutas e legumes).
No entanto, a nutrição adequada a cada paciente deve ser orientada por profissional competente, uma nutricionista.
Lembrar que o suprimento das necessidades nutricionais é um fator que deve ser analisado clinicamente, considerando-se hábitos e gasto energético individuais, sendo que esses fatores variam de indivíduo a indivíduo.
As refeições devem conter pelo menos um alimento de cada grupo, a saber: construtores (proteínas), energéticos (carboidratos) e reguladores (frutas, legumes e vegetais).
É importante analisar hábitos antigos do paciente e mantê-los, desde que não haja prejuízo nutricional para ele.
Alguns pacientes mudam seus hábitos alimentares com a evolução da doença, dando preferência a pequenos lanchinhos ou guloseimas que alimentam, porém não nutrem. Tente incrementar estes lanches garantindo que ele receba quantidades adequadas de proteínas, carboidratos e reguladores.
É importante chamar a atenção do cuidador para que as informações de como nutrir o paciente deve advir de profissionais capacitados (nutricionista), que após avaliação terão condições de prescrever uma dieta adequada a cada paciente individualmente.
Rotineiramente o paciente deve (sob orientação médica), realizar exames laboratoriais para que seja analisado seu estado nutricional. A freqüência destes exames irá variar de acordo com o quadro clínico apresentado.
A presença de edemas (inchaços) pode, em alguns casos, significar desnutrição. É conveniente consultar um médico.
Atenção para perda de apetite, que pode estar relacionada a várias causas que devem ser investigadas e tratadas. Lesões da boca, infecções, doenças crônicas ou refeições que não estejam do agrado do paciente são alguns exemplos.
Deve-se aumentar a oferta de nutrientes como proteínas, vitaminas e minerais, quando em presença de infecções, permitindo assim, uma reabilitação precoce.
O controle do peso corporal deve ser feito mensalmente, alterações súbitas (ganho ou perda ponderal), merecem investigação clínica.

7. Hidratar adequadamente evita muitos problemas
Queixas de hipotensão (pressão baixa), acúmulo de secreções bronco-pulmonares (catarro), obstipação intestinal (prisão de ventre), são algumas das complicações que na maioria das vezes estão relacionadas a quadros de desidratação, que nos pacientes idosos pode dar origem a complicações clínicas sérias e de difícil manejo.
Oferecer líquidos é de extrema importância, não se deve esquecer que eles colaboram para o equilíbrio de todos os sistemas orgânicos.
Deve-se oferecer uma quantidade de líquidos equivalente a 2 litros por dia, na forma de água, chás, sucos, vitaminas etc.
O volume indicado deve ser fracionado em pequenas doses que ao fim do dia devem somar 2000ml.
Deve-se garantir que a quantidade de líquidos ingerida seja mais ou menos igual às perdas (urina, suor, lágrimas, saliva).
Oferecer copos cheios de água causam uma sensação de plenitude gástrica desconfortável para o paciente, ofereça pequenas quantidades, várias vezes ao dia.
Lembrar que a maioria dos idosos ingere pouca quantidade de água pura. Colocar sabor na água como os sucos, refrescos, etc. é uma estratégia eficaz.
A ingestão adequada de líquidos também é de extrema importância para a manutenção do adequado turgor cutâneo (elasticidade da pele), melhorando conseqüentemente a resistência da pele.
Pacientes diabéticos devem receber líquidos adoçados artificialmente.
Aqueles que possuem restrição de líquidos prescrita por médico devem respeitá-la com rigor.
Idosos acumulam facilmente secreções bronco-pulmonares, a oferta adequada de líquidos possibilita uma expectoração mais rápida, prevenindo infecções.
Nas fases mais avançadas, devem ser servidos sucos espessos - como vitaminas, ou engrossados com gelatina, por exemplo - eles reduzem os riscos de engasgamentos.
Jamais ofereça líquidos com o paciente deitado, este deve estar em posição sentada ou recostada em travesseiros. Esta medida reduz o risco de aspirações e otites (dor de ouvido).
Atenção! Quedas de pressão arterial, diurese concentrada (urina escura) e baixo débito urinário (pouco volume de urina) podem estar associados à baixa ingestão de líquidos.
A obstipação intestinal (intestino preso) é outra queixa comum que também pode estar associada a baixa ingestão de líquidos, imobilidade e dieta inadequada.
Lembre-se de que o coração (assim como uma bomba d´água) necessita de volume para trabalhar adequadamente. A falta de líquidos pode trazer conseqüências graves para o paciente.
Pacientes que apresentam dificuldade para digerir alimentos (disfagia) devem receber alimentação específica, orientadas por profissionais especializados (fonoaudiólogos e nutricionistas).
Em determinados momentos da evolução da doença pode haver necessidade da colocação de sondas para alimentação e especialmente para hidratação.

8. Andar sem parar, o que é isso?
Trata-se de um estado de inquietude que faz com que o paciente ande de um lado para outro, sem demonstrar sinais de cansaço. Fenômeno conhecido por vagância ou perambulação. É uma alteração de comportamento que também pode estar relacionada a quadros infecciosos e desidratação.
A principal preocupação evidentemente está em trabalhar para o reconhecimento das possíveis causas da vagância, além de manter a segurança pessoal/ambiental.
A perambulação pode ocorrer a qualquer momento (dificilmente no início da doença), alguns pacientes não a apresentam, isto porque não existe um padrão de evolução igual para todos eles. O cuidador deve pensar, portanto, em formas de minimizar os riscos e perigos que a perambulação pode oferecer (quedas, fugas).
Familiares próximos, comerciantes, amigos, vizinhos, devem ser comunicados quando o paciente apresentar este fenômeno. Eles devem ser orientados que, caso o paciente seja encontrado vagando pelas ruas, devem aproximar-se calmamente e tranqüilizado-o, conduzi-lo para casa.
A dieta que o paciente recebe deve ser equilibrada com uma oferta maior de carboidratos, pois o seu consumo de energia é maior. Esta é um dos fatores que pode explicar a perda de peso.
A desorientação têmporo-espacial (incapacidade para reconhecer dias e noites e o local onde se encontra) também pode explicar a inquietação motora demonstrada pelo paciente.
Infecções, reações adversas a alguns medicamentos, dores, fecalomas (fezes em consistência de pedra), devem ser descartados por um médico. Às vezes a presença de um inseto nas roupas ou qualquer outra sensação de desconforto, pode causar inquietude motora, fazendo o paciente vagar.
Alterações de sono também são responsáveis pela perambulação. Deve-se evitar que o paciente durma durante o dia. Lembrar que idosos tem menor necessidade de sono.
Pacientes que apresentam perambulação noturna (caminham à noite), não devem dormir de meias, o risco de escorregar e cair é muito alto.
Mantenha o paciente ocupado durante o dia, atividades e exercícios físicos adaptados as suas limitações (se houverem) devem fazer parte de sua rotina.
Caminhadas, atividades domésticas simples, serão de grande valor, e embora ele (a) muitas vezes não consiga terminar uma atividade, gasta energia e possivelmente terá um sono mais tranqüilo.
Medidas de segurança devem ser adotadas, mesmo para aqueles pacientes que nunca tenham se perdido; ele deve ser observado sutilmente, identificado com uma pulseira, medalha ou até mesmo na parte interna da etiqueta do vestuário com nome, endereço e se possível dados médicos.
Todos os riscos devem ser avalizados pelo cuidador. Assim, portas, janelas, poços, piscinas, escadas, sacadas, devem ser supervisionadas rotineiramente com a finalidade de manter a segurança do paciente que vaga.
Os arredores da casa também devem ser analisados, ruas com tráfego intenso oferecem grande perigo.
Travas colocadas na parte alta ou baixa da porta mantém a casa segura e dificilmente são percebidas pelo paciente.
Se houver quintal, este deve ser protegido por cercas altas e firmes ao redor.
Vãos abertos em escadas devem ser fechados.
As chaves do carro devem ser guardadas em local seguro, longe do alcance do paciente. Muitos já foram encontrados após horas, perdidos, dirigindo inclusive carros de outras pessoas. Pense que talvez retirar uma ou outra peça do carro, impedindo com isso que ele funcione, pode ser uma boa solução alternativa.
Caso o paciente saia e se perca, é conveniente iniciar a procura em locais que habitualmente ele freqüentava, familiares a ele.
Lembre-se o paciente não pode sentir-se perseguido pelo cuidador, observe-o e supervisione suas atividades com sutileza.

9. Ele esta vendo coisas, o que eu faço?
Algumas pessoas podem apresentar alucinações visuais ou auditivas, quando apresentam a falsa impressão - sem que haja um estímulo externo - de estar vendo ou ouvindo coisas que outras pessoas não vêem ou ouvem, respectivamente.
Esta alteração de comportamento provoca grande transtorno no seio familiar, especialmente porque, a maioria das pessoas não estão preparadas para administrar bem esta situação.
Esta é uma situação muito especial e requer calma e paciência para trazer o paciente de volta à realidade, sem grandes traumas.
São várias as causas que geram crises de alucinação e o paciente deve passar por uma avaliação médica para determiná-las com segurança.
Deve-se estar atento à presença de doenças do sistema urinário, infecções, dependência de álcool, reações adversas às medicações utilizadas, desidratação, dores severas e presença de fecaloma (fezes em consistência de pedra).
O cuidador deverá estar atento às reações colaterais dos medicamentos utilizados pelo paciente (efeito que ocorre simultaneamente ao desejado, nem sempre confortável para o paciente). Em presença de qualquer reação adversa (efeito indesejado e não esperado apresentado pelo paciente), como mudanças comportamentais, tremores etc. o médico deve ser avisado imediatamente.
Com o avançar da idade, a diminuição das acuidades visual e auditiva pode ser um fator desencadeante de alucinação. É importante que o paciente visite regularmente seu médico para avaliação dessas funções e possível encaminhamento à especialistas em oftalmologia e fonoaudiologia.
Não se deve discutir com o paciente aquilo que ele diz ver ou ouvir, tampouco entrar na alucinação concordando com aquilo que ele vê ou ouve. Frases como: "sei que você viu, mas eu não vi", costumam acalmar e transmitem confiança.
Tente conduzir o paciente para outro lugar da casa, convidando-o a passar por áreas mais claras, quando a alucinação acontece.
Busque atividades interessantes que o agradem e distraiam, observe fotos de paisagens bonitas, álbuns de família. Estes são alguns exemplos que ajudam a reduzir alucinações.
Tente trabalhar sempre na tentativa de trazer o paciente à realidade. Observe quais ruídos, objetos etc. são responsáveis pela alucinação e providencie para que sejam removidos.
Cortinas, papéis de parede ou louças estampadas costumam gerar crises, nesse caso, é conveniente substituí-los por padronagens lisas e claras.
Sombras na janela, podem ser provocadas por vegetação (folhas de árvores que balançam ao vento), e neste caso, devem ser podadas.
Evite espelhos, em algum momento da evolução da doença eles podem desencadear uma crise alucinatória, quando por exemplo o paciente perder a capacidade de reconhecer sua própria imagem refletida. Cobri-los ou removê-los é o ideal.
Saiba respeitar uma crise de alucinação, que para o paciente é bastante real, com palavras calmas, tom de voz suave e o toque carinhoso, traga-o de volta à realidade, transmitindo-Ihe confiança.
10. Ele está me acusando de té-lo roubado...

Trata-se da falsa crença que o paciente apresenta de estar sendo roubado, perseguido por pessoas estranhas ou membros da própria família. Alteração conhecida por delírio. Acredita que não está em sua casa e freqüentemente pede para ir embora, desconhece as pessoas que com ele convive dizendo que há estranhos em casa.
Todas as alterações de comportamento apresentadas na doença de Alzheimer são responsáveis por grande transtorno familiar, gerado pela "sensação" de incapacidade que o cuidador sente em manejar adequadamente os pacientes que as apresentam.
É extremamente importante que o cuidador tenha consciência de que o paciente não sabe o que está fazendo. Agir com calma, paciência e carinho diante de delírios.
Tranqüilize-o caminhando pela casa para mostrar-Ihe que não há ninguém estranho.
Mantenha objetos familiares a ele espalhados pela casa, para que dessa forma ele não se sinta em ambiente estranho.
Não responda às acusações, lembre-se, ele não sabe o que faz.
Se ele não confia mais em quem sempre administrou suas economias, não se magoe, entregue esta função a outra pessoa de confiança.
Quando ele solicita a todo momento que quer ir embora para casa, leve-o a dar uma volta e retorne dizendo: Pronto...! chegamos em casa. Este é um artifício bastante eficaz. No entanto, saia de casa acompanhado por mais uma pessoa, no momento em que ele estiver calmo.
É muito comum que ao desconhecer um rosto conhecido e amigo, ele o confunda com um agressor de um assalto que nunca existiu. Entenda que este é um delírio e que por mais que ele o ofenda você deve tentar acalmá-lo com carinho. O que para você é um delírio, para ele é uma realidade.
Use e abuse do toque suave, do abraço e dê todo o amor e respeito que o paciente precisa e merece. As situações motivadas pelo delírio devem ser tratadas com delicadeza e seriedade.

11. Como eu o "obrigo" a tomar o remédio?
Alguns pacientes recusam-se a tomar as medicações prescritas, outros querem medicar-se a todo momento. É importante reconhecer que medicamentos e doses só devem ser administrados se prescritos por um médico.
Sempre que o paciente necessitar ser medicado, deve-se consultar um médico.
Nunca dê remédios (por mais "inofensivos" que possam parecer) ou receitas caseiras para gripe, obstipação intestinal, hipertensão etc., sem que seu médico esteja ciente. É comum a ocorrência de problemas sérios após o uso de medicamentos ditos "inofensivos".
Informe todos os médicos envolvidos com o paciente com respeito às drogas utilizadas por ele.
Reações adversas podem ocorrer: agitação, alucinação, prostração, dores abdominais, náuseas, vômitos etc., neste caso o médico responsável deve ser avisado imediatamente.
Pacientes que fazem de uso de medicação digitálica devem ter seus batimentos cardíacos contados antes da medicação, pulsações abaixo de 60 batimentos/minuto devem ser comunicadas ao médico.
As medicações hipotensoras (para pressão alta) exigem controle da pressão arterial antes de serem ministradas, naqueles pacientes que apresentam variações da pressão.
Caso haja uma queda súbita da pressão arterial, contate o médico e mantenha o paciente no leito com os membros inferiores elevados, sem travesseiros. Oferecendo líquidos à vontade.
O cuidador jamais deverá mudar doses e horários das medicações sem consultar o médico anteriormente.
Nunca repartir medicamentos com outros cuidadores ou pacientes, lembre-se que uma mesma droga pode ter efeito benéfico em um paciente e produzir efeitos nocivos em outro.
Mantenha em seu poder uma lista atualizada dos medicamentos que estão sendo utilizados pelo paciente, contendo nome da medicação, dose, horário e data do início do tratamento. Estes dados poderão ser úteis em casos de reações adversas ou superdosagem.
Procure saber com antecedência quais farmácias mais próximas estarão de plantão nos finais de semana, feriados e/ou plantão 24h.
Mantenha sempre à mão o número de telefone do médico, hospitais e prontos-socorros para eventuais atendimentos de emergência.
Claramente, o cuidador deve informar ao paciente o tipo de medicamento que ele está usando e porquê. Esta medida é muito eficiente especialmente nas fases iniciais da doença e fará com que o paciente aceite a medicação com maior facilidade.
Caso o paciente não aceite a medicação, porque tem dificuldade para engolir ou cospe os comprimidos, estes devem ser triturados e misturados aos alimentos ou ao suco.
Se a absorção do medicamento for no estômago e produzir intolerância gástrica (azia, náuseas, vômitos, plenitude), o médico deve ser comunicado para, se for o caso, interromper a terapêutica, substituir a apresentação (de comprimido para líquido ou injetável) ou ainda prescrever um protetor gástrico, simultaneamente.
Supervisionar doses e horários das medicações prescritas é dever do cuidador, que não deve esperar que o paciente as tome por si só. Haverá um momento em que a responsabilidade pela administração das drogas ficará inteiramente a cargo do cuidador.
Armários que contenham medicamentos deverão ser mantidos fechados à chave, e estas guardadas em local inacessível ao paciente.
O paciente nunca deverá ficar sozinho com medicamentos ao seu alcance.
Ao administrar a medicação, o cuidador deverá ter certeza de que o paciente engoliu pois caso ele não o tenho feito, além de não estar medicado, se cuspiu, crianças e/ou animais domésticos poderão acidentalmente ingeri-Ios.
Qualquer suspeita de superdosagem de medicamentos ou ingestão de produtos tóxicos deve ser comunicada ao médico antes de se provocar vômitos ou realizar qualquer tipo de procedimento.
Em situações de emergência, quando não é possível o contato com o médico do paciente, este deve ser levado imediatamente ao pronto socorro mais próximo.

12. Proteger o paciente de si mesmo, como?
Pacientes confusos, vagantes, com limitações motoras, desorientados no tempo e no espaço, necessitam de supervisão constante e algumas medidas, que previnam a ocorrência de acidentes, tanto domésticos quanto em ambientes externos devem ser adotadas.
Dessa forma pensar em adaptar o ambiente tornando-o mais seguro e é de suma importância.
Adotar medidas preventivas ainda é a maneira mais eficaz de se promover a segurança do paciente portador da doença de Alzheimer.
É importante enfatizar que todos os cuidados preventivos estão intimamente relacionados com a adaptação ambiental.
Inicialmente analise cada compartimento da casa, a fim de eliminar riscos potenciais de acidentes.
A cozinha e o banheiro são freqüentemente os dois ambientes mais perigosos para o portador da doença de Alzheimer.
Embora as adaptações sejam necessárias, não devem descaracterizar totalmente o ambiente familiar ao paciente e pelo qual ele tem apreço. Assim, móveis e objetos familiares a ele devem ser mantidos no mesmo lugar.
Todos os objetos perigosos devem ser removidos, genericamente: os pontiagudos, cortantes, quebráveis ou pesados (faqueiro, martelo), pequenos objetos como alfinetes, botões, agulhas, moedas (que podem ser engolidos), devem ser guardados em local seguro.
Objetos como eletrodomésticos, louças, facas devem ser guardados em local seguro.
Estimule-o a ajudar com tarefas simples que não ofereçam perigo.
Nunca permita que o paciente execute atividade na cozinha quando estiver sozinho. Pense que ele pode não se recordar de como manipular eletrodomésticos com segurança.
Uma dona de casa que não mais consegue ligar uma batedeira de bolo deve ser estimulada da seguinte forma: "Tenho uma nova receita que gostaria que você fizesse, no entanto o ´segredo´ para que ele fique gostoso é que deverá ser batido à mão".
Não permita que o paciente aproxime-se de panelas contendo alimentos quentes, chama do fogão.
Mantenha o gás desligado.
Atenção com a porta da cozinha se ela se comunicar com o exterior da casa, mantenha-a fechada.
Mantenha produtos de limpeza, desinfetantes, detergentes ou inflamáveis como álcool em armários, que devem permanecer fechados.
Mantenha fósforos e acendedores em local inacessível ao paciente.
A geladeira deve ser mantida limpa e fechada. Lembrar que a maioria dos pacientes mantém uma dieta alimentar (como os hipertensos e diabéticos) que deve ser respeitada.
Gavetas na cozinha que acondicionam objetos pesados (faqueiros, por exemplo), devem ser colocadas na parte inferior do armário para evitar acidentes, caso haja o desencaixe. É extremamente comum pacientes sofrerem traumas (cortes, fraturas), após abrirem esse tipo de gaveta que (sem travas), caem aos pés gerando o acidente.
O piso da cozinha deve ser preferencialmente antiderrapante. Nunca o encere, o risco de quedas com conseqüente fratura é muito alto.
Os banheiros geralmente apresentam pisos lisos e escorregadios, deve-se providenciar tapetes antiderrapantes (emborrachados) para evitar quedas.
Se possível, deve-se colocar barras de segurança na parede do interior do box e ao lado do vaso sanitário, elas permitem que o paciente se apoie e sinta-se seguro e ainda evitam que ele se apoie em suportes falsos, como os de toalhas, cortinas, a pia.
Retire do armário do banheiros todos os medicamentos, lâminas de barbear, soluções etc. Mantenha apenas os objetos pessoais de higienização.
As tomadas devem ser especiais, cobertas por tampas.
Luminárias devem ser colocadas no alto, grandes lustres devem ser evitados. Fios e extensões mantidos fora da área de circulação.
Fechaduras devem possibilitar a abertura da porta pelos dois lados, pois auxiliam o cuidador caso o paciente tranque-se e não consiga abrir a porta.
As janelas nunca devem permanecer abertas, quando o paciente estiver só. Deve-se avaliar a necessidade de colocação de telas ou grades, especialmente nos casos de o paciente residir em apartamentos.
Mesas de centro, móveis com vidros e saliências pontiagudas devem ser removidos, quando constituem obstáculo à passagem.
Tacos soltos devem ser colados.
Tapetes soltos devem ser removidos, pois facilitam as quedas.
Pisos com desenhos podem desorientar, desequilibrar e gerar crises de alucinação e quedas.
Os lugares por onde o paciente circula devem ter preferencialmente pisos antiderrapantes, lisos (sem estampados), sem tapetes soltos, livres de objetos que possam confundir e ocasionar quedas.
Os sofás, poltronas ou cadeiras devem ser envolvidos cuidadosamente. Devem ser firmes, fortes, com antebraços que permitam o apoio para o ato de sentar e levantar, devem ainda ser revestidos de material impermeável e lavável, principalmente nos casos de pacientes incontinentes.
As paredes devem ser pintadas em tom pastel, não é aconselhável o uso de papéis de parede estampados e com desenhos, pois podem gerar crises e alucinação e agitação.
As portas devem ser mantidas fechadas e todas as chaves (com cópias) em poder do cuidador, ou em local seguro inacessível ao paciente.
O paciente nunca deve ficar totalmente no escuro, instalar luz de vigília - pequena luz que ligada à tomada, produz iluminação suficiente.
A cama convencional e baixa é indicada nas fases iniciais da doença, deve-se sempre, no entanto, avaliar a necessidade de colocação de grades laterais.
Os pacientes agitados devem ter sua cama encostada em uma das paredes e possuir grade lateral.
As camas hospitalares com grades laterais e providas de colchão "casca de ovo" são indicadas para pacientes de alta dependência.
A iluminação natural é ideal. Deve-se manter os ambientes claros e arejados.
Caso haja escadas, estas devem ser bem iluminadas e contar com corrimão de ambos os lados.
Distraia-o para que ele não suba e desça escadas desnecessariamente.
Os passeios externos devem ser incentivados, porém estarão subordinados ao grau de dependência apresentado.
Em qualquer fase da doença o paciente jamais deverá permanecer desacompanhado fora de casa.
Passeios de carro podem ser agradáveis, providencie para que haja travas nas portas, que impeçam que elas abram por dentro. Acomode o paciente preferencialmente com um acompanhante na parte traseira do automóvel, com cinto de segurança.

13. É uma convulsão: socorro!!!
Alguns pacientes podem apresentar convulsões, que geralmente ocorrem nas fases mais tardias da doença, isto no entanto, não impede que elas possam acontecer precocemente. O cuidador deve estar preparado para esta ocorrência que, via de regra, assusta enormemente, dando a impressão que o paciente pode morrer.
Em primeiro lugar, mantenha a calma.
Posicione o paciente no leito ou mesmo no chão se ele caiu, com a cabeça lateralizada.
Evite colocar a mão em sua boca para puxar a língua, no máximo coloque um objeto cilíndrico (como uma caneta) entre os dentes, para evitar que ele se machuque mordendo a própria língua.
Desabotoe golas e colarinhos, mantenha as vestes frouxas e confortáveis.
Mantenha o ambiente arejado.
Proteja-o de quedas, fique ao seu lado.
Caso seja a primeira vez que isso ocorre, contate imediatamente o médico responsável.
Se o paciente já usa medicação anticonvulsiva e, ainda assim, está apresentando convulsões, contate o médico, para que haja um ajuste na medicação prescrita.
Fique calmo, dificilmente o paciente morre durante uma convulsão.
Não alimente pacientes convulsivos com grandes quantidades de alimentos, pois, caso ele apresente uma convulsão com o estômago cheio, o risco de aspirações é muito maior.
Fracione sua dieta, ofereça várias vezes ao dia pequenas quantidades de alimentos.
É da maior importância, que a segurança do paciente seja mantida durante uma crise convulsiva, que pode ser do tipo tônica (quando o paciente apresenta o corpo contraído), clônica (quando o paciente apresenta "pulos", como se estivesse exposto a um choque elétrico) ou mista, do tipo tônico-clônica.
Pense que as quedas são bastante comuns durante uma crise convulsiva, no momento em que o paciente se "bate". Essas quedas, freqüentemente trazem conseqüências ruins para ele, como as fraturas ou traumas cranianos, por exemplo.

14. Ele engasgou... e agora?
Engasgos são muito freqüentes nos portadores da doença de Alzheimer, nas fases mais avançadas o cuidador deve permanecer atento para esta ocorrência.
Evite alimentos secos, como biscoitos tipo "sequilhos", que embora sejam macios constituem-se grande perigo.
Pense que a peristalse (movimento de contração do esôfago que "empurra" o alimento para a frente) encontra-se diminuída e, neste caso, o paciente sente que o alimento está parado na garganta.
Quando perceber que ele está engasgando facilmente, consulte um profissional capacitado fonoaudiólogo - para que seja analisado o grau de comprometimento apresentado na deglutição e receber orientações sobre a apresentação (consistência) da dieta.
Genericamente, pode-se mudar a consistência da dieta de sólida para pastosa, o que diminui o risco de engasgamentos.
Separe cada alimento e passe-o por peneira fina ou triture-o em liqüidificador, apesar da dependência, permita que o paciente sinta o sabor de cada um deles.
Em situações de engasgos, não dê tapas nas costas, levante os braços do paciente, ou dê água.
Posicione-se imediatamente por trás dele, abraçando-o cruze as mãos, mantenha sua cabeça inclinada para frente e comprima o diafragma.
Dê preferência aos líquidos engrossados, eles minimizam o risco de engasgamentos.
Frutas devem ser oferecidas em forma de purê.
Gelatinas são sobremesas saborosas e apresentam boa consistência, podendo ser usadas como engrossantes para líquidos finos.

15. É preciso mantê-lo ocupado!
Manter atividades é extremamente importante, porém deve-se levar em consideração as preferências anteriores do paciente na tentativa de mantê-las por maior tempo possível. Ouvir o aconselhamento de profissionais capacitados em manter as atividades é bastante útil, dessa forma, a ajuda de um fisioterapeuta e de um terapeuta ocupacional proporcionará adequada manutenção das atividades exercidas pelo paciente, respeitando-se o grau de dependência apresentado.
Todas as atividades devem estar subordinadas às habilidades e limitações atuais do paciente.
Observe e considere as preferências do paciente. desde que elas não representem perigo para ele.
Crianças costumam alegras pessoas idosas. Planeje atividades que envolvam pacientes e crianças, porém, lembre-se, elas devem ser supervisionadas. Considere que um simples choro de criança pode assustá-lo e precipitar crises de agitação e agressividade.
Quando possível, convide-o às compras ou leve-o a passear por um centro comercial. Esta atividade distrai e permite o exercício físico, tão necessário a ele.
Se possível, busque aconselhamento com profissionais capacitados (terapeuta ocupacional), que certamente terão condições de avaliar e indicar quais atividades poderão ser executadas pelo paciente, segundo as limitações físicas e/ou mentais apresentadas.
O paciente deve receber orientação de como realizar uma determinada atividades todas às vezes que for executá-la. Lembre-se que provavelmente você terá que terminá-la por ele.
Atividades domésticas simples, como varrer, tirar o pó, devem ser encorajadas, pois irão gerar, no paciente, um sentimento agradável de participação e utilidade. No entanto, você deve supervisionar estas atividades.
As habilidades devem ser analisadas, individualmente. A falta de interesse demonstrada pelo paciente pode simplesmente significar que ele não consegue realizar o tipo de atividade oferecida.
As atividades sociais fora de casa devem ser selecionadas, amigos ou parentes que o acompanham devem ter plena consciência de suas limitações, para que possam agir transmitindo calma e segurança.
O cuidador deverá ser bastante criativo e observador para adaptar e talvez substituir atividades que outrora eram realizadas com perfeição, mas que agora já não são mais possíveis.
As atividades profissionais (desde que possível) devem ser incentivadas e o paciente observado sutilmente, ainda que seja preciso que outra pessoa, em um segundo momento, refaça a tarefa executada por ele.
As atividades domésticas deverão contar com uma supervisão adequada, especialmente aquelas executadas na cozinha. Utilize estratégias como: "Hoje trouxe-Ihe uma receita deliciosa de bolo, no entanto, o segredo é batê-lo à mão", evitando com isso prováveis acidentes com eletrodomésticos.

16. O que eu faço quando ele tira a roupa em público
Comportamentos inadequados em público ou abordagens inconvenientes a cuidadores ou cônjuges são ocorrências extremamente comuns, saber lidar com alterações de comportamento que envolvam a sexualidade é delicado e exige muita calma e discrição.
Deve-se encarar racionalmente e com naturalidade os comportamentos inadequados apresentados pelo paciente. Se estas ocorrências forem constantes e constrangedoras, deve-se consultar um médico e com ele discutir o comportamento apresentado pelo paciente.
Muitas vezes, a carência de afeto leva a distúrbios comportamentais. Ofereça amor, carinho e compreensão. A sua presença e o toque suave diminuem a ocorrência desses distúrbios.
Às vezes cuidadores são abordados pelo paciente com insinuações inapropriadas. É importante distraí-lo, tentando desviar sua atenção com outro assunto.
Considere que alguns comportamentos encarados como inadequados, podem estar relacionados a alguma necessidade correspondente. Tirar a blusa em público pode simplesmente significar que o paciente está com calor ou a blusa está apertada.
O cuidador atencioso deve observar às variações de temperatura e o tipo de vestuário (tecido, conforto) adequado para o paciente.
O paciente deve ser levado ao banheiro a intervalos regulares de tempo. Tirar as calças inesperadamente pode significar que ele quer apenas ir ao banheiro.
Manipular genitais pode significar assaduras, coceiras nesta região. Aproveite o momento do banho para observar sua pele.
Pode ser que o cuidador observe o paciente masturbar-se freqüentemente. Com tranqüilidade, explique-Ihe que esta é uma prática que merece ambiente reservado.
Jamais reaja com ironia ou estardalhaço diante de comportamento sexuais inusitados. Seja gentil e paciente, porém com firmeza.
Ao chamar a atenção, faça-o com cuidado, lembre-se que reações ríspidas e intolerantes podem trazer prejuízos para crianças, se elas estiverem presentes.
A ansiedade pode ser controlada com um contato físico (um abraço, por exemplo), não esqueça que atitudes gentis transmitem calma e confiança.
Diante de situações constrangedoras, não permita que o paciente fique exposto ao ridículo. Delicadamente, conduza-o para outro ambiente e com extrema calma, explique-Ihe que seu comportamento é inadequado.

17. Ele gostava de viajar, não pode mais?
O lazer deve ser encarado como necessidade básica e dessa forma, todos os hábitos e preferencias do paciente devem ser mantidos e adaptados segundo o grau de dependência apresentado e visando preservar e manter, por longo tempo, atividades que produzam bem estar.
Uma das alterações que o paciente apresenta é a desorientação espacial. Deve-se ter muito cuidado com mudanças de ambiente, que produzam estranheza a ele fazendo com que possam ocorrer crises de delírio, agitação e alucinação.
As viagens são indicadas, desde que curtas.
O motorista deve avaliar a necessidade de parar o veículo a intervalos de tempo que não excedam 2h, para dar oportunidade ao paciente de caminhar, alimentar-se ou ir ao banheiro.
Evitar viagens de automóvel no meio do dia, especialmente no verão.
É aconselhável iniciar uma viagem de carro, ao amanhecer, aproveitando que o paciente (na maioria dos casos) acorda cedo.
As viagens de avião também são permitidas, porém deve-se levar em conta as horas do vôo. Converse com seu médico, apenas ele poderá avaliar a necessidade ou não de medicar o paciente, a fim de mantê-lo tranqüilo durante a viagem.
Nas paradas, jamais se descuide dele, mantenha-o identificado (pulseiras, medalhas, etiquetas), atenção! ele pode perder-se.
Se houver um comportamento inadequado em público, discretamente retire-o do ambiente. Infelizmente para as pessoas que desconhecem a doença, alguns comportamentos apresentados provocam risos. Não permita que o paciente sinta-se exposto ao ridículo, ele é sua responsabilidade, trate-o com amor e respeito.
Permita que o paciente assista a filmes antigos, considere que sua memória antiga pode estar preservada.
Ir a restaurantes também é um hábito que deve ser mantido, se agrada ao paciente. Pense, no entanto, na escolha ideal. Restaurantes discretos e tranqüilos são os mais indicados.
18. Ele me bateu!!
Dentre as alterações de comportamento apresentadas pelo paciente no curso da doença de Alzheimer, a agressividade é sem dúvida a que atinge mais negativamente o familiar/cuidador. Dificilmente a família consegue entender o que se passa com o paciente agressivo, fazendo com que uma pequena crise apresentada por ele, gerada muitas vezes por ocorrências simples, como o estímulo ao banho, alcance grandes proporções, fato responsável por conflitos conjugais e familiares intensos, que pode ser refletida na decisão que algumas famílias tomam de institucionalizar o paciente.
Não revide agressividade, nem verbal, nem física. Embora o paciente aparentemente saiba o que está fazendo, você tem que ter a consciência de que ele não sabe.
A primeira providência a ser tomada é identificar a causa da agressividade.
Rotinas impostas que o paciente não aceita, como horários de refeições, higienização, roupas que não agradam, atividades escolhidas e impostas por outras pessoas etc., geralmente geram crises naqueles pacientes que apresentam esta alteração.
Analise com cuidado o tom de voz e as palavras ditas pelo cuidador ao paciente.
Use sempre ao dirigir-se a ele palavras simples, em tom de voz suave.
Sempre que possível, dê a ele a oportunidade de opinar sobre vestuário, alimentação, atividades etc.
Lembre-se que qualquer situação que provoque desconforto físico e/ou mental pode ser responsável por crises de agressividade.
Não se sinta incompreendido pelo médico que acompanha o paciente se ele optar por não medicar o paciente agressivo. Lembre-se antes de recorrer à medicações, é extremamente válido tentar identificar causas e aprender como atenuar as crises, sem auxilio de medicamentos.
Procure informar-se com seu médico, ele melhor do que ninguém poderá explicar-Ihe o efeito nocivo que a maioria das medicações utilizadas para manter o paciente calmo pode trazer para as funções de memória, atenção, linguagem, marcha, orientação etc.
Tente entender que o melhor para o paciente é que o cuidador esgote todas as possibilidades para acalmar a agressividade. Apenas em situações extremas, quando ela foge totalmente ao controle do cuidador é que haverá a necessidade de se encontrar, médico e familiar, a medicação e dosagem adequada.
Algumas medicações com o passar do tempo, podem produzir efeitos negativos, que o paciente demonstra através da piora de suas funções; marcha cambaleante e arrastada, rigidez, salivação excessiva, inapetência, extrema apatia e sonolência. Nestes casos contate o médico para que ele substitua ou administre a dosagem prescrita.
Lembre-se, apenas com calma e grande paciência você conseguirá trazer o paciente a realidade.

19. Atenção! Depressão é uma doença tratável!!
Alguns portadores podem apresentar estados depressivos. Isto ocorre mais comumente nas fases iniciais da doença. Muitas vezes o paciente pode estar percebendo o que está acontecendo com ele e, por isso, se entristece.
Tentar entender o que ocorre é uma obrigação do cuidador atencioso.
Pense que muitas vezes o paciente pode conhecer o que se passa com ele, e por esta razão se entristece.
Evite comentários sobre a doença em presença do paciente, não existe uma forma de se saber em qual momento ele está mais orientado e, assim, pode ouvir comentários desagradáveis do tipo, "ele está me dando muito trabalho".
Observe se há sinais de inapetência e porquê, pacientes deprimidos tendem a recusar alimentação.
Investigue sinais da presença de infecções como prostração, expressão facial contraída (que pode significar dor), problemas com a marcha, perda involuntária de urina e fezes etc., estas situações, especialmente no início da doença, tendem a fazer com que o paciente dissimule e omita da família, por sentir-se um "peso" econômico e isto faz com que acabe se deprimindo.
Demonstrações de carinho ainda são a melhor forma de evitar e/ou eliminar a depressão, faça com que o paciente sinta-se querido pela família.
Mesmo conhecendo as (limitações físicas e/ou mentais do paciente, continue estimulando-o a realizar atividades que ele possa executar.
Elogie-o sempre após uma atividade executada por ele, mesmo que ela esteja inacabada ou mal feita.
Diga palavras positivas que demonstram carinho, isto aumenta a auto-estima, como: "Como você hoje está bonito", ou, "Ninguém faz isso melhor do que você" etc.
Observe se o paciente tem empatia com o cuidador, algumas vezes, mesmo diante de um cuidador experiente, os pacientes deprimem-se por não simpatizarem com ele.
Tente manter um cuidador do mesmo sexo do paciente, pense que ao se sentir invadido em sua intimidade, o paciente pode deprimir-se.

20. Ele perde urina na roupa, e agora?
Esta é uma ocorrência bastante comum nas fases mais avançadas da doença de Alzheimer, e motivo de grande constrangimento, tanto para pacientes, quanto para cuidadores.
É importante que se analise se há uma razão para estar havendo a perda involuntária de urina ou fezes, pois muitas vezes, o problema é reversível.
Observar sinais de infecção urinária é de extrema importância, como baixo débito urinário com oferta adequada de líquidos, disúria (dificuldade para urinar), sensação de queimação à micção, urina concentrada (escura) com odor fétido, mudanças de comportamento etc., e diante disto, contatar o médico.
Problemas com a marcha, como dificuldade para caminhar, dores e rigidez de articulações, medo de cair, localização do banheiro muito distante, podem ser fatores que contribuem para o aparecimento da incontinência, que neste caso, é reversível. Basta para isso, criar condições que facilitem o acesso ao banheiro e que o paciente chegue até lá com segurança.
Observe o intervalo de tempo entre uma micção/evacuação e outra e, providencie para que o paciente seja conduzido ao banheiro antecipadamente.
Os pacientes comprovadamente incontinentes devem fazer uso de fraldas geriátricas à noite e, durante o dia, acompanhados ao banheiro obedecendo-se os intervalos que ele apresenta entre uma micção e outra.
Aqueles que apresentam impossibilidade completa de treino vesical (acompanhamento periódico ao banheiro), devem fazer uso de fraldas geriátricas ininterruptamente.
As fraldas deverão ser trocadas em intervalos máximos de 3h ou antes se necessário.
Evite que ele permaneça com fraldas molhadas, não esqueça que a acidez da urina pode provocar pruridos (coceiras), assaduras e lesões na pele.
Providencie para que, a cada troca, seja realizada uma higiene íntima completa, ou seja, não se deve limpar a região dos genitais e sim lavá-las com água e sabonete.
As infecções urinárias de repetição (especialmente em senhoras) tem sido comprovadamente causadas pela má higienização, ou seja, o hábito de, após micção, utilizar o papel higiênico de trás para frente, fazendo com que haja uma contaminação fecal gerada pela ascensão uretral de bactérias presentes na flora intestinal.
Os pacientes que recebem uma dieta adequada costumam ter seus hábitos intestinais regulares. Assim é muito fácil controlar a evacuação, mesmo naqueles que apresentam incontinência fecal, basta para isso, observar seu horário habitual e conduzi-lo ao banheiro com antecedência.
A agitação do paciente, muitas vezes significa que ele precisa ser trocado.

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