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Cipreste Azul


O óleo que faz neurônios crescerem e paralisa a tensão muscular
"O cipreste azul (Callitris columellaris (sin.: Callitris intratropica)) é um novo óleo essencial que chega na aromaterapia armado de grande potencial terapêutico. Seu maior destaque é a sua capacidade neuroprotetora e indutora do crescimento de axônios em neurônios, útil a quem sofre de doenças associadas com a perda neural (como o Alzheimer, esclerose múltipla, avc, senilidade e outros), e sua potente ação relaxante muscular, que o torna um dos recursos mais eficientes para uso na massagem." LZ
Indicações terapêuticas:
- Antiinflamatório útil em bursites, artrites e reumatismos +++
- Analgésico útil em tendinites, contusões e distensões musculares +++
- Relaxante muscular útil em torcicolo, tensão e nódulos musculares ++++
- Antialérgico (pele, rinite) ++
- Antifúngico e antimicrobial (bactérias e micoses) +++
- Cicatrizante útil em feridas e queimaduras +++
- Regenerador da pele e rejuvenescedor +++
- Antioxidante +++
- Anticancerígeno e antitumoral +++
- Imunoregulador em doenças auto-imunes como dermatites +++
- Reduz convulsões e frequência de ataques epilépticos
- Possui efeito hipotensor +
- Aumenta a motilidade intestinal melhorando a prisão de ventre ++
- Reduz rugas e linhas de expressão ocasionadas por tensão dos músculos faciais ++++
O cipreste azul é uma árvore nativa do norte e oeste da Austrália procurada nestas áreas para uso de sua madeira.
Seu óleo essencial difere dos óleos de ciprestes tradicionais, até por que é obtido da madeira e não das folhas. Seu processo de destilação é demorado e pode durar até 48 horas sob temperatura e pressão controladas para não destruir moléculas sensíveis como os azulenos, que dão uma magnífica cor azul a este óleo essencial. Seus principais azulenos são o guaiol e o guaiazuleno, este último possui propriedades anti-oxidantes8, anti-asmáticas5, anti-inflamatórias, anti-piréticas6 e anti-alergênicas7 similares às do camazuleno. Além disso o guaiazuleno se mostrou eficiente no tratamento da dermatite recalcitrante22.
Quando o óleo de cipreste azul é primeiramente extraído, ele possui um teor de guaiol muito alto (26-30%). O guaiol é o componente principal responsável pelo aroma do óleo de pau santo falso (Bulnesia sarmientoi). O óleo com esta porcentagem de guaiol vem a ficar sólido em temperaturas inferiores a 18ºC. Para evitar isso, o guaiol cristalizado é separado do líquido por filtração a vacum para atingir níveis próximo de 11%. O guaiol possui propriedades antioxidantes e antimicrobiais34,35,36.
A madeira e os galhos possuem em torno de 85% de a-pineno. Para reduzir os níveis de a-pineno, na destilaria as primeiras horas das partes destiladas é descartada. Ou, alternativamente a madeira picada é deixada exposta ao ar antes de ser destilada, para parte do a-pineno evaporar para a atmosfera. Este óleo modificado se torna assim uma nota de base tendo um aroma amadeirado doce, balsâmico e herbáceo. É um excelente fixador de perfumes que mistura bem com outras notas amadeiradas, cítricas e aromas “verdes”, caindo muito bem, especialmente em perfumes masculinos. Comercialmente somente se encontra para comprar o óleo sem a-pineno e com teor de guaiol reduzido.
O cipreste azul contém também em seu óleo certa quantidade eudesmol, conhecido por sua ação antiviral1 em óleos empregados por aromaterapeutas no tratamento de verrugas e herpes. Os isômeros do eudesmol também veem sendo estudados pelo seu poder de inibição de tumores e variados tipos de câncer, seja por uma ação indutora da apoptose (morte celular) ou ação anti-angiogênese9,10,11,12,13,14,15. O guaiazuleno também mostrou ter propriedades anticancerígenas, inclusive mais fortes que as do a-humuleno (presente na sucupira) na inibição proliferativa de células tumorais com ação anti-radicais livres marcante16,17.
Mas o uso mais proeminente do b-eudesmol do óleo de cipreste azul, é no sistema nervoso. Primeiro, foi observado que o b-eudesmol possui a capacidade de induzir o crescimento de neurônios, com aumento da extensão de axônios25,26, sendo uma promissora terapêutica, de acordo com estudos, no tratamento da doença de Alzheimer26 e outras patologias associadas à perda neural.
Além disso, este componente demonstrou ter uma ação antagonista à toxidade letal induzida pelos organofosfatos (tipo de agrotóxicos) pela reversão da falência neuromuscular e redução da ocorrrência de convulsões28,29. Este resultado sugere seu potencial terapêutico no controle dos ataques epilépticos e convulsões.
O isômero a-eudesmol, mostrou ter ação neuroprotetora no AVC reduzindo o tamanho da área infartada27. Devido a reduzir a inflamação neurogênica no sistema trigêmio-vascular30, responsável pela sensibilidade na face e no crânio, o a-eudesmol mostrou-se igualmente eficiente no tratamento de variados tipos de enxaquecas.
Uma planta oriental, a Atractylodes lancea, indicada na medicina tradicional chinesa no alívio de dores musculares, contém como princípio ativo para este fim, o b-eudesmol. Foi descoberto que esta molécula, presente em consideráveis proporções no cipreste azul, é um bloqueador neuromuscular despolarizante que interrompe a transmissão do impulso nervoso na junção neuromuscular ao deprimir a liberação regenerativa de acetilcolina durante estimulação repetitiva, produzindo assim, paralisia dos músculos esqueléticos18,19,20. Além disso, o b-eudesmol mostrou aumentar o efeito da succinilcolina, droga utilizada com função bloqueadora muscular, tendo este efeito sido mais forte em animais diabéticos21.
Ao inibir a contração muscular induzida pelos nervos, o b-eudesmol promove uma ação relaxante muscular muito útil na massagem no alívio e liberação de nódulos de tensão muscular ocasionados por stress ou mecanismos inflamatórios. O cipreste azul por conter boa parcela deste composto, é desta forma um excelente óleo terapêutico para massagens.
Esta sua ação relaxante neuromuscular, ainda permite ao óleo de cipreste azul inibir localmente os nervos de contraírem os músculos faciais devido a um constante estado de tensão em pessoas estressadas, o que com o passar das semanas de uso, reduz as rugas faciais e linhas de expressão.
O b-eudesmol mostrou ter também um efeito inibidor dos receptores de dopamina e seratonina (5-HT) nos intestinos, induzindo assim a um aumento da motilidade intestinal24, mostrando potencial de uso do óleo essencial de cipreste azul no tratamento da prisão de ventre.
Ainda sobre as propriedades do b-eudesmol, este componente ativo do óleo de cipreste azul apresentou ação anti-inflamatória (com inibição da IL6)2,3, ação anti-ulcerogênica3, comprovado poder antifúngico contra micoses de pele31, propriedades hipotensoras32 e hepatoprotetoras33.
Em experiências práticas de aromaterapeutas ao redor do mundo, o cipreste azul tem demonstrado resultados muito satisfatórios no tratamento via inalação de alergias respiratórias (rinites) e de pele e parece ter uma ação imunomoduladora que responde em algumas desordens auto-imunes, como as dermatites.
Aspectos emocionais:
Este óleo atua naqueles que precisam perceber sua individualidade, valorizando-se, trabalhando a aceitação própria e sua força de vontade. Igualmente é um óleo com qualidades aterradoras, que dissolve emoções de pessimismo e agressividade (raiva). O cipreste azul produz um profundo estado de relaxamento, liberando couraças de tensão ao longo de todo o corpo, aliviando assim o estresse. Seda e tranquiliza, favorecendo a introspecção e reflexão.
Usos veterinários:
O óleo de cipreste azul ainda pode ser considerado como tendo potencial inseticida devido aos componentes b-eudesmol4 e guaiol23, contra a mosca doméstica e das frutas, ácaros e outros insetos.
Contra-indicações:
Deve-se evitar seu uso em mulheres grávidas (anti-angiogênico), pessoas com paralisia do diafragma e dificuldade respiratória (devido ao efeito bloqueador muscular do óleo), hipotensos, pessoas que tenham arritmia cardíaca e glaucoma.
CROMATOGRAFIA CIPRESTE AZUL LASZLO
Constituinte Porcentagem
β –elemeno 1.1
α – guaieno 0.7
β –chamigreno 1.7
β –selineno 3.9
Cis - β –guaieno 0.5
α- selineno 3.6
α-bulneseno 0.9
Guaiazuleno 0.1
Callitrina 1.1
Callitrisina isômero 1 0.9
Callitrisina isômero 2 1.9
Columellarina 0.4
Germacranolídeo isômero 1 0.2
Germacranolídeo isômero 2 0.1
Dihidrocolumellarina 10.3
Camazuleno 0.1
Elemol 1.7
Guaiol 15.2
γ- eudesmol 10.7
β- eudesmol 7.6
Bulnesol 12.7
Textos Fabian Laszlo
Aromatólogo e pesquisador de óleos essenciais
ÓLEO DISPONÍVEL À VENDA NA
LASZLO
Natural é Estar Bem!
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Copyright©: Este artigo pode ser reproduzido em sites e blogs na internet desde que citado nome do autor e contato.
Referências:
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Uso prolongado de calmantes pode elevar risco de Alzheimer

Usar por mais de três meses calmantes à base de benzodiazepínicos (conhecidos por nomes comerciais como Rivotril, Valium, Lexotan e Lorax) pode elevar o risco de Alzheimer. Essa é a constatação de uma pesquisa realizada por estudiosos canadenses e franceses e que contou com a participação de 8.980 pessoas com mais de 66 anos. Apesar do resultado, a razão da associação entre a doença e o medicamento não foi encontrada.
A análise, que foi publicada nesta terça-feira no periódico BMJ, verificou que aqueles que utilizaram os calmantes por mais de três meses apresentavam 51% mais risco de ter Alzheimer.Todos os participantes foram acompanhados durante um período de seis anos. Do total, 1.796 tinham o diagnóstico de Alzheimer no início do estudo. Cerca de metade dos que apresentavam a doença usou, em algum momento da vida, benzodiazepínicos — ante 40% dos que eram saudáveis. 
"Os remédios à base de benzodiazepínicos são, incontestavelmente, ferramentas preciosas para tratar ansiedade e insônia. Mas os tratamentos devem ser de curta duração e não devem passar de três meses", dizem os especialistas.
Na pesquisa, não foi relatada a mesma relação para os que utilizaram o medicamento por menos de três meses. "É fundamental incentivar os médicos a levar em consideração tanto os riscos, quanto os benefícios ao iniciarem uma terapia com esse calmante", afirmou Sophie Billioti de Gage, líder do estudo e estudante da Universidade de Bordeux, na França, à revista americana Time.

Ansiedade, ciúme e mau humor são fatores de risco para Alzheimer em mulheres

Mulheres ansiosas, ciumentas ou mal-humoradas na meia idade correm mais risco de desenvolver Alzheimer no futuro do que aquelas sem essas características. A conclusão é de um estudo que durou 40 anos e foi publicado nesta quarta-feira no periódico Neurology.
Questionário — Os pesquisadores também perguntaram às voluntárias se elas haviam tido períodos de stress com mais de mês de duração. Stress refere-se a sentimentos de irritabilidade, tensão, nervosismo, medo, ansiedade e distúrbios de sono. As respostas foram avaliadas de zero a cinco, sendo zero nenhum episódio e cinco stress constante nos últimos cinco anos. Mulheres que se enquadraram nas categorias três a cinco foram consideradas estressadas."A maioria das pesquisas de Alzheimer analisa fatores como escolaridade, risco cardíaco, trauma na cabeça, genética e histórico familiar", disse a líder da pesquisa, Lena Johannsson, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia. "A personalidade também pode influenciar o risco de demência, porque afeta o comportamento, o estilo de vida e a reação ao stress."

Por 38 anos, os cientistas acompanharam 800 mulheres de, em média, 46 anos. Eles analisaram a personalidade das voluntárias por meio de testes de neuroticismo, introversão, extroversão e memória. Ao longo do estudo, dezenove participantes desenvolveram demência. O neuroticismo se refere à facilidade com uma pessoa se desestabiliza emocionalmente e a traços de personalidade como ansiedade, ciúme e mau humor. Pessoas que sofrem de neuroticismo são mais propensas a expressar raiva, culpa, inveja e depressão. 
De acordo com os cientistas, não foi encontrada nenhuma relação entre o risco de demência e a personalidade introvertida ou extrovertida. No entanto, mulheres que eram ao mesmo tempo introvertidas e estressadas eram aquelas com maior probabilidade de desenvolver Alzheimer. Das 63 participantes com essas características, dezesseis (25%), tiveram Alzheimer, ante oito das 64 (13%) que eram extrovertidas e calmas.



Insônia e Alzheimer

Pesquisadores da Suécia, após acompanhar um grupo de homens por quatro décadas, descobriram uma relação entre distúrbios do sono e risco elevado de demência. Segundo os especialistas, por exemplo, a chance de ter Alzheimer ao envelhecer foi 51% maior entre aqueles que se queixam de insônia e outros problemas para dormir. As conclusões fazem parte de uma pesquisa divulgada nesta semana periódico Alzheimer's & Dementia.  .
“É importante ressaltar que existem vários fatores, como o exercício físico, que podem influenciar a saúde do cérebro. Assim, concluímos que bons hábitos de sono são também essenciais para manter em dia a saúde do órgão conforme envelhecemos”, explica Christian Benedict, um dos autores do estudo e pesquisador da Universidade Uppsala, na Suécia.
Na pesquisa, a equipe acompanhou cerca de 1 000 homens de 50 anos de idade entre 1970 e 2010. Os autores cruzaram dados sobre relatos de distúrbios do sono e a incidência de demência entre os participantes.
Relação — De acordo com o estudo, os homens que relatavam ter problemas para dormir tiveram um risco 33% maior de desenvolver alguma demência em comparação com aqueles que não apresentavam distúrbios do sono. No caso específico do Alzheimer, essa chance foi 51% mais elevada. A pesquisa também concluiu que o risco de demência aumentou quando os problemas relacionados ao sono eram apresentados por homens acima dos 70 anos.
“Quanto mais tarde o distúrbio do sono é relatado, maior o risco de o homem desenvolver a doença de Alzheimer. Esses resultados sugerem que as estratégias destinadas à melhora da qualidade do sono no fim da vida podem ajudar a reduzir o risco da demência”, diz Benedict.
Sono - Outras pesquisas já constataram a importância de uma boa noite de sono para o cérebro. Por exemplo, um estudo recente da Universidade de Bonn, na Alemanha, concluiu que uma noite sem dormir causa sintomas de esquizofrenia. Além disso, um trabalho feito nos Estados Unidos e publicado em agosto mostrou que o risco de obesidade é 20% maior em jovens que dormem menos do que seis horas por noite.

Pesquisa identifica onze genes associados ao Alzheimer

O maior estudo genético sobre o Alzheimer feito até hoje identificou onze novos genes associados ao surgimento da doença. Com a descoberta, dobrou o número de genes relacionados à condição conhecidos pelos cientistas. Os resultados podem ajudar no desenvolvimento de remédios que previnam e tratem a enfermidade, acreditam os responsáveis pela pesquisa.
Até 2009, apenas um gene associado ao Alzheimer havia sido identificado. Desde então, e até a publicação desta nova pesquisa,haviam sido identificados outros dez. Segundo os autores do estudo, a descoberta fornece informações importantes sobre os mecanismos envolvidos no surgimento e progressão da doença. Uma variação no SORL1, um dos genes identificados pelo novo trabalho, por exemplo, parece ter um papel importante no acúmulo acima do normal da proteína amiloide no cérebro, que é uma das características da doença.

Pesquisa indica como detectar Alzheimer cinco anos antes dos primeiros sintomas

Cientistas da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, descobriram uma forma de detectar se os problemas de memória apresentados por um paciente podem evoluir para a doença de Alzheimer. Em um estudo, a equipe concluiu que níveis específicos de duas proteínas presentes no fluido cerebrospinal (líquido que envolve e protege o cérebro contra lesões) ajudam a prever o surgimento da doença até cinco anos antes do início dos sintomas.
Para os autores, a descoberta, publicada nesta quarta-feira na revista Neurology, pode auxiliar no desenvolvimento de medicamentos capazes de postergar ou evitar o surgimento do Alzheimer — atualmente, não existem drogas com esse efeito. Os pesquisadores acreditam que os testes feitos até agora falharam por terem sido realizados em pessoas que apresentavam sintomas relacionados ao Alzheimer e que possivelmente já haviam sido afetadas de forma mais grave pela doença. Acredita-se que a moléstia se desenvolva no cérebro pelo menos dez antes dos primeiros sintomas clínicos aparecerem.
“Quando vemos um paciente com pressão ou colesterol altos, não esperamos até que ele tenha uma insuficiência cardíaca para tratá-lo. O tratamento precoce em pessoas com doenças do coração evita que o problema se agrave, então é possível que o mesmo ocorra com indivíduos com Alzheimer pré-sintomático”, diz Marilyn Albert, professora de neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins e coordenadora do estudo.

Pesquisa usa pasta de amendoim para detectar Alzheimer

Por mais estranho que pareça, um pouco de pasta de amendoim e uma régua podem ser suficientes para diagnosticar a doença de Alzheimer em estágio inicial. A curiosa descoberta faz parte de um pequeno estudo feito na Universidade da Flórida e que será publicado na próxima semana no periódico Journal of the Neurological Sciences.
Na pesquisa, a equipe descobriu que pacientes na fase inicial da doença têm mais dificuldade em identificar determinados odores quando respiram somente com a narina esquerda. Isso pode ser explicado pelo fato de a habilidade de uma pessoa sentir cheiros estar associada a um nervo localizado em uma das primeiras partes do cérebro que é afetada pelo Alzheimer. Essa região, além do olfato, também é responsável pela formação de novas memórias.
A pesquisa começou quando Jennifer Stamps, pesquisadora do Centro para Olfato e Paladar do Instituto do Cérebro da universidade, decidiu criar um teste de olfato para pessoas com Alzheimer. Orientada por Kenneth Heilman, professor de neurologia da Universidade da Flórida, Jennifer chegou à conclusão de que a pasta de amendoim era uma boa opção para isso pois tem, segundo ela, um “odor puro”. Além disso, o alimento é bastante comum nos Estados Unidos e poderia ser reconhecido facilmente pelos pacientes.
O teste criado por Jennifer e Heilman foi ser realizado com 94 pacientes que, pelos sintomas, poderiam ter algum tipo de demência, incluindo o Alzheimer, ou comprometimento cognitivo leve. Nenhum deles, porém, havia recebido um diagnóstico até então.
Às cegas — O teste foi feito da seguinte forma: os médicos que atenderam cada indivíduo possuíam 14 gramas de pasta de amendoim (o equivalente a uma colher de sopa) e uma régua métrica. Os pacientes, então, com uma das narinas, boca e olhos fechados, foram orientados a tentar detectar o cheiro da pasta de amendoim. O médico aproximava o alimento do paciente em um centímetro a cada vez que ele não conseguia adivinhar o cheiro. Para isso, contou com a ajuda da régua. Depois, o mesmo procedimento foi feito com o mesmo indivíduo, mas dessa vez com a outra narina tampada.
Os médicos que realizaram o teste não sabiam do diagnóstico dos pacientes, que, de maneira geral, foi confirmado algumas semanas após esse exame.
Diferenças — Ao saber dos diagnósticos, a equipe observou que aqueles que apresentavam um estágio inicial de Alzheimer foram os que tiveram uma grande diferença na capacidade de detectar o odor entre as narinas esquerda e direita. Nesses casos, os pacientes somente conseguiram detectar o odor com a narina esquerda quando a pasta de amendoim estava, em média, a uma distância de 5,1 centímetros do nariz. Usando a narina direita, eles foram capaz de identificar o odor com uma distância média de 17,4 centímetros.
Os indivíduos que tinham outros tipos de demência, por outro lado, não apresentavam, no geral, diferenças entre as duas narinas. E, se havia diferença, a narina mais prejudicada era a direita, e não a esquerda.
Apesar dos resultados, os pesquisadores acreditam que mais estudos são necessários para compreender melhor de que forma o olfato prejudicado pode indicar a presença do Alzheimer. Segundo Jennifer, o teste pode ser usado, por enquanto, para confirmar diagnósticos, e não como único método para identificar a doença. “Pretendemos estudar pacientes com comprometimento cognitivo leve para saber se esse teste pode prever quais pacientes com o problema terão Alzheimer no futuro”, disse a pesquisadora em um comunicado divulgado pela universidade.

O presente de presente

Principal causa de demência entre pessoas com mais de 60 anos, a doença de Alzheimer tem efeitos devastadores – e inconfundíveis. À medida que ela avança, os neurônios morrem, conduzindo o paciente a um estado de alienação crescente. Sua vítima é acometida por alterações de comportamento, sofre de desorientação espacial e apresenta dificuldade para realizar tarefas simples do dia a dia, como alimentar-se ou vestir-se sozinha. Ensimesmada, não reconhece mais os amigos nem a família. Com o tempo, perde até mesmo a identidade. Tais sintomas, que caracterizam os estágios mais avançados, são conhecidos pela medicina há mais de um século, desde a descoberta da doença, em 1906. Agora, os especialistas esforçam-se para diagnosticar o Alzheimer em sua fase inicial, a fim de garantir a suas vítimas uma vida mais longa e com mais qualidade. Eles têm sido bem-sucedidos. Três em cada dez doentes têm o distúrbio identificado precocemente. Uma década atrás, essa proporção era de um para dez.
A detecção de qualquer doença grave em seus primeiros estágios é essencial para o sucesso de seu tratamento. No caso do Alzheimer, isso é ainda mais verdadeiro por se tratar de um dos poucos recursos disponíveis no controle do distúrbio. O mal não tem cura e os medicamentos disponíveis são capazes de frear sua evolução por apenas cinco anos, em média. "Quanto mais cedo os sintomas forem identificados, mais tem-po o paciente manterá suas funções cognitivas preservadas", diz o psiquiatra Orestes Forlenza, do Hospital Sírio-Libanês e do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Graças à descoberta do Alzheimer em seu início, a aposentada Antonieta Bracco Shulz, de 79 anos, consegue ter uma rotina razoavelmente normal. Há seis anos, preocupada com as falhas de memória, ela procurou um médico e logo iniciou o tratamento contra a doença. Hoje, Antonieta continua a morar sozinha, faz compras sem a ajuda de ninguém e mantém um hábito adquirido na adolescência – o da leitura diária. Ainda assim, é inevitável que seu quadro sofra deterioração. A cinquenta páginas do fim de Os Irmãos Karamazov, do russo Fiodor Dostoievski (1821-1881), Antonieta não se recorda de quase nada a respeito da história sobre a conturbada relação de um pai com seus quatro filhos. "Eu tenho consciência de que jamais me lembrarei daquilo que esqueci", diz a aposentada. "E isso me faz viver aprisionada num pesadelo." Durante a leitura, nada lhe tira a atenção. Ao fechar o livro, no entanto, ela percebe que muito pouco do que leu foi efetivamente registrado em sua memória. "Não consigo me lembrar nem das informações mais básicas, como o nome dos personagens principais", conta ela. "Eu não abandono o livro, porque a leitura em si me proporciona muito prazer." Desses momentos de satisfação, Antonieta tem lembrança.
O caso da aposentada é um exemplo emblemático das diferenças entre os primeiros sinais do Alzheimer e os lapsos de memória típicos do envelhecimento. Se for ajudado com pistas, um idoso não deixa de lembrar-se de um fato recente. Para o paciente com Alz-heimer, a nova informação não é nem registrada pelo cérebro. "Quando aplicamos um mesmo teste de memória num idoso e num jovem, se não houver limite de tempo para a sua realização, os dois farão a mesma pontuação", diz o neurologista Paulo Bertolucci, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Durante o envelhecimento, a membrana dos neurônios enrijece, dificultando a saída de resíduos tóxicos e a entrada de nutrientes. As células cerebrais passam, então, a funcionar em ritmo mais lento. Com o tempo, a comunicação entre elas enfraquece, daí os lapsos. Não há praticamente morte neural. O processo de instalação da doença de Alzheimer é infinitamente mais cruel. "Deixado a seu próprio curso, o distúrbio destrói de 30% a 50% de todos os neurônios nos cinco primeiros anos da doença", explica Ivan Hideyo Okamoto, neurologista do Hospital 
Albert Einstein e da Unifesp.
Na doença de Alzheimer, a destruição dos neurônios começa no hipocampo, área cerebral onde ocorrem o armazenamento das memórias recentes e o processo de aprendizagem. Os mecanismos envolvidos no distúrbio ainda não foram totalmente desvendados pela medicina. Sabe-se que duas proteínas contribuem para o seu aparecimento – a tau e a beta-amiloide, responsáveis, respectivamente, pela estrutura celular e pelo transporte de gordura para o núcleo das células. Produzidas em grandes quantidades, nos doentes de Alzheimer elas se depositam ao redor e no interior dos neurônios, sufocando-os. Quanto maior o número dessas células atingidas, mais severa é a deterioração das funções cerebrais. A idade é um dos poucos fatores de risco estabelecidos para o Alzheimer. Estudos de observação mostram que um estilo de vida saudável, repleto de atividades intelectuais, pode adiar o surgimento da doença, mas não impedir a sua manifestação.
Há 25 milhões de doentes de Alz-heimer no mundo, 1,2 milhão deles no Brasil. Com o aumento da expectativa de vida, nos próximos trinta anos esse número deve triplicar. Depois do câncer, o Alzheimer é a doença com o maior número de medicamentos em estudo – 91, em centros de pesquisa espalhados por diversos países. Os investimentos não se resumem apenas à descoberta de remédios mais eficazes. Os pesquisadores se dedicam à criação de instrumentos mais precisos para o diagnóstico precoce do Alzheimer. Nessa área, um teste de memória tem se revelado bastante promissor. É o TYM (sigla em inglês para Teste Sua Memória), desenvolvido por neurologistas do Hospital de Addenbrooke, na Inglaterra. Aplicado até agora em 700 pacientes, ele mostrou ter o dobro de acurácia em relação ao questionário mais utilizado hoje em dia O TYM ainda precisa ser testado em um grupo maior de pessoas, de culturas variadas, antes de ser incorporado à conduta médica
Zenah Haux, de 70 anos, trabalhou com comércio exterior por trinta anos. Devido à profissão, morou por uma década em Paris, onde aprendeu francês e inglês. No ano passado, ela começou 
a mostrar indícios da doença. Um deles foi não se lembrar de ter guardado a bolsa da filha Aida no armário da cozinha. Medicada, Zenah mantém autonomia para executar diversas tarefas do cotidiano. Passa as tardes sozinha em casa, preparando as refeições para a família. À mesa com as filhas e o marido, seu silêncio é absoluto. Enquanto todos contam sobre o dia, Zenah não consegue se recordar de nada do que fez nas horas anteriores. Depois do jantar, ela renasce. É a hora em que sai para passear com Aida. "São momentos de muita felicidade para mim", diz Zenah. "Vivo cada instante como se fosse durar para sempre." Como perde o passado e a noção de futuro, o paciente de Alzheimer existe somente no aqui e agora. "O presente mantém-se intocado na confusão mental que se estabelece com o distúrbio", diz a psicóloga Rose Alves de Souza Lima, diretora da Associação Brasileira de Alzheimer do Estado de São Paulo. Mas só por um breve, efêmero, fugidio momento
.

O ciúme que entrou para a história






Em novembro de 1906, num congresso de psiquiatria realizado na cidade alemã de Tubingen, o neuropatologista Alois Alzheimer (1864-1915) proferiu uma palestra que entraria para a história da medicina. Sob o título "Uma enfermidade específica do córtex cerebral", ele descreveu o quadro da senhora Auguste D. Aos 51 anos, em 1901, depois de ter em público um ataque feroz de ciúme do marido, ela foi internada com problemas de comportamento no Hospital Municipal de Lunáticos e Epiléticos, em Frankfurt, onde Alzheimer trabalhava. O local era um sanatório famoso por tratar de usuários de drogas mediante terapias humanizadas, como banhos terapêuticos e psicoterapia. Não havia explicação para a mudança tão brusca de comportamento de Auguste. Ela sempre se mostrara recatada e saudável em seus hábitos. O único dado destoante era que, seis meses antes, Auguste começara a ter lapsos de memória e apresentar dificuldade para se expressar. Esses déficits cognitivos se agravaram até sua morte, cinco anos mais tarde. Durante a necrópsia da paciente, Alzheimer analisou amostras do tecido cerebral dela. Foi então que ele observou o acúmulo de uma "substância incomum" no córtex cerebral. A tal substância, mais tarde se descobriria, era a proteína beta-amiloide. Ele descreveu seu achado da seguinte forma: "Uma patologia neurológica de causa desconhecida que envolve déficit de memória, alterações de comportamento e incapacidade para as atividades rotineiras". O distúrbio ganhou o sobrenome do neuropatologista em 1910, quando o psiquiatra Emil Kraepelin (1856-1926), também alemão, descreveu a descoberta de Alzheimer em seu Manual da Psiquiatria, uma das principais referências médicas no século passado. Até então, todos os lapsos de memória eram atribuídos sobretudo à senilidade ou ao uso de substâncias entorpecentes. Por muito tempo, não foi dada a devida importância ao achado de Alzheimer. Não por desleixo, mas por uma questão demográfica. Como até a II Guerra Mundial a expectativa de vida na Europa e nos Estados Unidos mal chegava aos 60 anos, a doença descrita por ele era rara.

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