Cuidadora

Profissão atual : CUIDADORA
(Virginia Celia)
"Só quem conhece alguém que sofre com a Doença de Alzheimer é capaz de mensurar a dor que se sente ao perceber que aos poucos uma história vai sendo apagada, sem deixar vestígios. E isso não se trata de uma dor física, mas uma dor emocional, que toma conta da gente e nos deixa impotentes diante de uma situação tão difícil. Se fosse para resumir o que a Doença de Alzheimer representa, poderíamos dizer que somente o corpo fica e a essência vai-se embora!".
"Uma pessoa com Alzheimer não pede nada além de uma mão para segurar, um coração que cuide dela e uma mente para pensar por ela quando não for mais capaz. Alguém para protegê-la à medida que entra em uma jornada não planejada, desconhecida e perigosa".
"Os ventos que às vezes nos tira algo que amamos, são os mesmos que nos trazem algo que aprendemos a amar. " (Casimiro de Abreu)
“O Mal de Alzheimer é talvez a mais cruel das doenças. Destrói a capacidade de ter lembranças, destrói os laços afetivos mais profundos, como aqueles que, geralmente, unem mãe e filho, pai e filha por toda a vida. Preserva funções vitais, mas mata a vaidade, o orgulho, a memória e a capacidade de amar. Nos último estágio, destrói conhecimentos instintivos, como o de mastigar e engolir. O doente pode morrer de inanição, pois não sabe o que fazer com sua fome... Para os parentes, os filhos, a mulher, o marido, os netos, é como se o Mal de Alzheimer tivesse levado a pessoa amada e deixado sua carcaça, como a provar que a crueldade da vida não tem limites. Em vez de chorar seu morto à beira da sepultura, após um enterro digno e uma despedida emocionada, vai-se despedindo dele todos dias, a cada por do sol”
CUIDADOR
"O contato íntimo e frequente com a dor e o sofrimento pode gerar tensão emocional crônica para o cuidador”. Todo aquele que cuida, também precisa se nutrir de cuidados e desenvolver recursos que o fortaleçam. “Os cuidadores devem investir no autoconhecimento, descobrir seus próprios limites, estabelecer pausas, dosar auto exigências e se permitir quaisquer e/ou pequenas alegrias, condizentes com seus sistemas de valores".
Doença de Alzheimer: superando com AMOR
“Solidariedade e carinho de parentes e familiares fazem a diferença para enfrentar os difíceis obstáculos impostos por esse distúrbio”.
‘Ver uma pessoa amada “desaparecer” aos poucos até virar uma lembrança do que já foi, embora permaneça presente fisicamente, aprender a lidar com a enxurrada de sentimentos que isso traz e não permitir que essa situação destrua a vida de quem cuida do paciente, é a dura realidade da DA”.
Metamorfoses

“O que importa na vida não é o ponto de partida, mas a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.” (Cora Coralina)
Como é viver com uma memória que vai nos abandonando, primeiro, no registro dos fatos mais recentes, até que o passado se torne um vazio translúcido? A memória nos define. É com ela que construímos nossa identidade. Sem ela, não temos consciência de quem somos e a que mundo pertencemos. A perda de memória por conta do Alzheimer se afigura a um livro que se despedaça ao vento. A cada página que se vai arrancada, um evento ou um personagem desaparece para sempre. É um fenômeno inverso ao que alguns filósofos empiricistas acreditavam ser a mente: uma folha em branco que a experiência vai preenchendo. Com a Alzheimer, as palavras vão sumindo até que a mente volte a ser uma folha em branco. E morremos vivos sem reconhecer a nós mesmos”.
Virginia Celia
"Cada marca no meu rosto é da longa caminhada que fiz em vida"
"Tenha sempre presente que a pele se enruga, o cabelo embranquece, os dias convertem-se em anos...Mas o que é importante não muda... a tua força e convicção não tem idade. O teu espírito é como qualquer teia de aranha. Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida." [ Madre Teresa de Calcutá ]


Para sempre Alice
Meus ontens estão desaparecendo e meus amanhãs são incertos. Então, para que eu vivo? Vivo para cada dia. Vivo o presente. Num amanhã próximo. Esquecerei que estive aqui diante de vocês e que fiz este discurso. Mas o simples fato de eu vir a esquecê-lo num amanhã qualquer não significa que hoje eu não tenha vivido cada segundo dele. Esquecerei o hoje, mas isso não significa que o hoje não tem importância.”


Sonhos

Pesquisa relaciona Alzheimer a sonhos
Segundo neurologista, o fato de a pessoa esquecer o que se passou no sono pode revelar a chegada da doença
Apoio dos parentes é fundamental no tratamento
Lembrar-se cada vez menos dos sonhos até esquecer-se completamente do que se passou durante parte do sono pode ser sinal de que o mal de Alzheimer está ganhando terreno em nosso cérebro. É o que observa o neurologista Paulo Brito, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), que há quatro meses iniciou pesquisa com pacientes da unidade. Atentar para esse sintoma contribui para o diagnóstico precoce, chave de um futuro com mais qualidade de vida tanto para os afetados pela doença quanto para seus cuidadores.
Saber mais cedo se a enfermidade chegou é o tema deste ano do Dia Mundial da Doença de Alzheimer, que acontece nesta sexta-feira e terá atividades no Recife. Mas apresentar isoladamente a falta de lembranças dos sonhos não define o diagnóstico dessa enfermidade, como aponta a investigação do Huoc. Se a pessoa tem perda da memória recente, falta de coordenação motora, problema na fala, alterações de humor ou dificuldade de localização espacial, é hora de buscar ajuda.
Esquecer-se de um ou outro sonho é normal e até frequente em quem não tem o mal, ressalta Brito. Porém o sinal de alerta deve acender quando a perda for progressiva. “O padrão de lembrança dos sonhos varia. Um indivíduo pode recordar dos sonhos duas vezes por semana. Isso é comum. Mas se depois de uma certa idade a lembrança vem cada vez menos, pode ser um sinal importante para nós, apesar de inicialmente parecer inofensivo.”
O serviço de neurologia do comportamento do Huoc atende 12 novos pacientes com Alzheimer todos os meses. Nos últimos 15 anos, a média de idade deles vem decrescendo, o que significa que têm recebido diagnóstico no início dos sintomas. “Se antes chegavam pessoas com mais de 60 anos e já em fase avançada, sem poder falar e totalmente dependentes, hoje vêm a partir dos 50, o que resulta numa qualidade de vida melhor após o início do tratamento”, diz Brito.
Normalmente, a pessoa afetada não se dá conta de que tem um mal. Por isso, quem vive com ela tem papel fundamental no tratamento. Cinco anos atrás, a aposentada Júlia* (nome trocado a pedido), 67 anos, que mora em Olinda, desconfiou que a irmã mais velha, Maria*, 74, poderia ter a doença e procurou o Huoc. Maria começou trocando pedidos de clientes do ateliê de móveis que mantinha com a irmã. Agora depende de Júlia para tudo.
Sem saber quase nada do Alzheimer ao ouvir o diagnóstico, hoje Júlia é a cuidadora que dedica 24 horas do dia a dar uma vida mais confortável para a irmã. “Jamais deixaria ela ir para um abrigo. Estou a seu lado por amor, mas acima de tudo é uma questão de humanidade.”

Assumir os cuidados

Assumir o cuidado de uma pessoa com esta doença não é uma tarefa fácil, pois exige do cuidador – seja ele um familiar, um enfermeiro ou um acompanhante – dedicação, motivação e muito apoio. Mas também existem compensações.
O mal de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, ou seja, que causa a destruição progressiva e irreversível dos neurônios. A pessoa que sofre com a doença no início apresenta esquecimentos de coisas rotineiras, como uma conversa que acabou de ter ou um acontecimento recente.
Com o tempo, os esquecimentos se tornam mais frequentes e abrangem outros aspectos: a pessoa começa a sentir dificuldade para executar tarefas como fazer compras ou cozinhar, não se lembra do caminho de casa, confunde datas. Em seu estágio mais avançado, a pessoa com alzheimer precisa de auxílio até para realizar as tarefas mais básicas, como se alimentar e se vestir.
Receber o diagnóstico de alzheimer é assustador não apenas para a pessoa, mas para toda sua família. Isso não significa, porém, que a vida acabou. Muitos pacientes com alzheimer conseguem conviver por anos com a doença Quando minha mãe recebeu o diagnóstico da doença, há dois anos, eu fiquei pasma,apesar de que era de se esperar pois de 6 irmãos de minha mãe,cinco irmãos faleceram com a doença e meu avó materno também.
A doença exige várias mudanças no estilo de vida da pessoa com alzheimer e na de seu cuidador também. E para lidar com elas é preciso planejamento e flexibilidade. O primeiro passo é pensar na segurança do paciente, para evitar que se envolva em situações de risco, como se perder ou sofrer acidentes domésticos.
Depois é preciso organizar uma rotina para garantir o bem-estar do paciente, incluindo a realização das tarefas diárias (horários para acordar, almoçar, tomar banho, medicamentos etc), atividades que estimulem intelectualmente e exercícios físicos como, por exemplo, caminhada .O planejamento financeiro também é importante, pois todo esse cuidado exige a participação de vários profissionais (fonoaudiólogo, psiquiatra, fisioterapeuta etc), além de medicamentos e outros equipamentos que favoreçam a qualidade de vida da pessoa com alzheimer. E isso acaba saindo caro.
Todo esse planejamento e organização deverão ser refeitos periodicamente, de acordo com a evolução da doença e com as características dos pacientes. "Diante das dificuldades progressivas, a família passará por várias mudanças, pois a cada estágio da doença os desafios são diferentes. Por isso, readaptações devem ser constantes assim como a avaliação criteriosa das capacidades dos pacientes em cada momento",
Gastos

Administrar os gastos com os cuidados com pacientes de alzheimer também é um desafio a ser enfrentado. "Se você quer dar um bom tratamento, um bom cuidado, isso sai muito oneroso".
Os gastos mudam muito para cada paciente e também dependem do estágio da doença. Os medicamente são caros, e alguns pacientes ainda podem precisar de remédios para os sintomas comportamentais, o que encarece o tratamento. Há distribuição gratuita pelo governo, mas os critérios são bastante rigorosos e poucos pacientes cumprem todos os requisitos de inclusão no programa.
Nos estágios mais moderados podem ser indicados tratamentos específicos como fisioterapia e fonoaudiologia, e em estágios mais avançados pode ser necessária alimentação enteral, fralda, sugadores de saliva e outros equipamentos, que acabam tendo um alto custo.

Respeito e independência
As mudanças e adaptações devem ser feitas levando em conta o perfil e a capacidade de cada paciente. Isso porque, apesar da crença generalizada de que  a doença de Alzheimer torna a pessoa totalmente incapaz e dependente, a verdade é que isso acontece apenas no estágio final.
Quando o paciente recebe o tratamento adequado e é estimulado, ele consegue realizar várias tarefas sozinho. "É muito importante que ele faça o máximo que puder e que seja auxiliado apenas nas situações em que não for capaz. Isso requer que a família seja flexível e absorva mudanças continuamente”.
Para garantir uma boa qualidade de vida da pessoa com alzheimer, é preciso não apenas estimulá-la a executar tarefas sozinha, mas também respeitá-la, reconhecendo toda sua experiência de vida. "Há que se ressaltar que embora precise de cuidados, o idoso com a doença não passa a ser uma criança. Ele continua sendo fonte de sabedoria e experiência e merece o respeito antes dispensado a ele e tem que ter garantido seu papel e espaço nas relações familiares",
O poder da informação
Buscar se informar é o primeiro passo para o cuidador. Afinal, o alzheimer é uma doença cercada de mitos e preconceitos, e é fundamental conhecê-la melhor para poder lidar com ela.


Desafios vencidos

Os cuidadores de pessoas com mal de Alzheimer enfrentam desafios todos os dias. Isso porque as dificuldades são progressivas, a doença tem vários estágios e cada um deles exige mudanças e readaptações. Além disso, os cuidadores precisam se reorganizar no âmbito pessoal, familiar e social; muitas vezes precisam conciliar o trabalho com o cuidado e chegam até a deixar o emprego para poderem se dedicar melhor à pessoa.
Muitas vezes, o alzheimer acaba até mesmo sendo um motivo de união para a família, que se aproxima para cuidar do paciente.

TODO O SUPORTE POSSÍVEL
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Além de informação, é essencial que o cuidador receba todo o apoio possível. Existem vários grupos que dão suporte. Além de dar informações e orientar no cuidado da pessoa com alzheimer, esses grupos também são espaços em que os cuidadores podem compartilhar experiências e buscar apoio psicológico e emocional.
"Há grupos de socialização com oferta de divisão de experiências e oportunidade de vivências fora da situação de adoecimento e também grupos de apoio psicológico em que além das trocas de experiências há espaço para exposição, acolhimento e elaboração de emoções associadas ao papel de cuidador", explica Paulino.
É importante o cuidador saber que não está sozinho, e que pode contar com ajuda quando necessário – tanto dos grupos de apoio quanto dos familiares. "O grupo de apoio é meu porto seguro. Lá eu encontro conforto e vejo que não estou sozinha. Eu tenho 'apoio' mesmo, e é tudo o que eu preciso", diz Lopes.
Alguns grupos de apoio:
Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ): possui 21 regionais e 58 sub-regionais nas cinco regiões do país.
Grupo de Psicoterapia do Laboratório de Neurociências do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP): oferece atendimento gratuito aos cuidadores de pacientes com Alzheimer em São Paulo (SP). Contato: grupopsicorpo@gmail.com
Grupo de Apoio a Cuidadores de pacientes com Alzheimer do Hospital Rios D'Or: o hospital promove reuniões mensais com profissionais de diversas áreas que orientam e dão apoio aos cuidadores em Jacarepaguá (RJ).
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF- UFRJ): o grupo de apoio dá a preparação técnica para exercer a atividade de cuidador, além de fazer reuniões para trocar experiência e receber dicas.

Alzheimer

“O Mal de Alzheimer é talvez a mais cruel das doenças. Destrói a capacidade de ter lembranças, destrói os laços afetivos mais profundos, como aqueles que, geralmente, unem mãe e filho, pai e filha por toda a vida. Preserva funções vitais, mas mata a vaidade, o orgulho, a memória e a capacidade de amar. Nos último estágio, destrói conhecimentos instintivos, como o de mastigar e engolir. O doente pode morrer de inanição, pois não sabe o que fazer com sua fome... Para os parentes, os filhos, a mulher, o marido, os netos, é como se o Mal de Alzheimer tivesse levado a pessoa amada e deixado sua carcaça, como a provar que a crueldade da vida não tem limites. Em vez de chorar seu morto à beira da sepultura, após um enterro digno e uma despedida emocionada, vai-se despedindo dele todos dias, a cada por do sol”

O idoso não é velho

O idoso não é velho
 Acumula sabedoria. É dicionário de vida.
Exemplo e conselheiro para os mais novos.
O idoso já passou por todas as fases da vida e atingiu a maturidade.
Maturidade é sinônimo de serenidade.
Equilíbrio e força de vida.
O idoso que cumpriu com seu dever ao longo da caminhada
Vive em paz consigo mesmo e coleciona amizades
Já driblou os dissabores
Trabalhou para o sustento da família, uniu corações
Deu a mão a quem precisou, acarinhou os mais necessitados
E ainda carrega o brilho nos olhos de quem possuiu
O segredo da sabedoria da terceira idade!
A maturidade do idoso foi conquistada no dia a dia
No aprendizado da vida! Nas lutas diárias
Nas dúvidas e nas incertezas da esquina!
O idoso cercado pelo amor da família
E o respeito dos mais novos,
Carrega a paz no coração e aproveita
Com tranqüilidade os dias que renascem a cada manhã!
Ser idoso é passar por todas as fases da vida, é conquistar
Passo a passo a arte de viver!
O idoso pode até virar criança de vez em quando,
Precisando de um carinho especial,
Mas com certeza, também tem muito amor pra
Dar a quem dele precisar
Ser idoso saudável é passar a idade cronológica
Com sabedoria.
Caminhando, praticando esportes, conversando,
Trocando idéias e mantendo o humor em alta.
Tornando assim, a existência mais suave e feliz
Não podemos nos esquecer de que os idosos
Acumulam conhecimentos e histórias
Merecendo por isso, muito carinho, atenção
Calor humano e amor
Ser idoso é seguir o fluxo da natureza
Sonhando ainda com a certeza de já ter
Encontrado o doce sabor da maturidade!

Autor: Antônio Marcos Pires

Alzheimer

Maravilha-te, memória! (Fernando Pessoa)
Maravilha-te, memória!
Lembras o que nunca foi,
E a perda daquela história
Mais que uma perda me dói...
Os tempos anunciam a permanência/crença dos preconceitos. Começamos, recentemente, com a Casa dos Autistas que a mídia televisa grotescamente nos obriga ainda protestar, culminando com as piadas homofóbicas ou racistas. São equivalentes de manifestações fascistantes de deputados frustados com os novos tempos.
A hora da demolição dos preconceitos e das intolerâncias já foi anunciada. Não bastará o que chamam de politicamente correto. É o tempo de uma nova e construtiva seriedade ética, com respeito às diferenças e aos diferentes modos de ser, estar, viver, adoecer e morrer.
Por esse tempo é que me incomoda quando me dizem a frase: olha o Alemão está chegando?!, uma triste piada, já banalizada, nos diferentes meios para falar sobre Alzheimer. A vox populi já a naturalizou como uma ameaça da perda de memória. Uma perda a que, todos e todas, estamos submetidos, tanto as memórias coletivas como as individuais. Uma perda que é só um dos sintomas que anunciam uma doença devastadora.
Esta é uma referência a Alois Alzheimer (1864-1915) o médico que apresentou o primeiro caso desta demência. Ele descreveu o caso de uma paciente: a Sra August D.. No Congresso de 1906 Alzheimer apresentou sua conferência onde o definiu como “uma patologia neurológica, não reconhecida, que cursa com demência, destacando os sintomas de déficit de memória, de alterações de comportamento e de incapacidade para as atividades rotineiras".
E, apesar do século já vivenciado, esta continua sendo a descrição do ''Mal de Alzheimer''. Esta tão temida doença neurológica que ainda intriga e desafia todos os pesquisadores e neurocientistas.
O que então nos faz fazer piada de uma doença com tão devastadores sintomas e degragadação de um ser humano? Não sei a melhor resposta. Mas há uma possível implicação de nossas posturas psíquicas e históricas diante do sofrimento do Outro. Na maioria das vezes, por mecanismos de defesa, a moda de Freud, projetamos nos nossos semelhantes as nossas mais temidas fragilidades.
A memória perdida é um dos nossos mais temidos fantasmas. Eu pessoalmente os conheço desde a década de 80 quando confirmei o diagnóstico de minha própria mãe. Como muitos familiares e cuidadores conheci sua dura realidade...
Quem já vivenciou ou vivencia o convívio com as perdas que a doença produz pode avaliar por que digo que me incomodam, epidermica e profundamente, as piadas que temos de ouvir. Não sei da dor ou dos temores de outrem. Sei apenas que me causam um mal-estar e uma sensação de revolta, mas, principalmente, me refazem o temor dos que reconhecem na doença seu potencial de hereditariedade.
Aí me coloco na pele de quem não reconhece nem mesmo os que mais ama ou respeita. É quando alimento, como muitos, o desejo de uma possível solução ou cura, para além dos tratamentos atuais, que criem um horizonte, um futuro possível.
Uma matéria recente nos fala de uma região, em Medellin, Colômbia, onde os descendentes de um casal espanhol, emigrado no século XVIII, tem mais de cinco mil casos da doença. Segundo a reportagem: "Não se conhecem as identidades do homem e da mulher, mas o clã que fundaram apresenta uma peculiaridade genética: uma alteração no primeiro gene do cromossoma 14".
Aos que passam por temores por parentesco com a Doença de Alzheimer digo que esta é uma oportunidade de uma pesquisa sobre os fatores genéticos, hereditários, ambientais e sociais que podem ser desencadeadores ou as gêneses combinadas para o surgimento precoce de sintomas demenciais.
O que tem me feito bem ao meu coração escrevinhador é a possibilidade de que me um prazo de alguns anos as pesquisas trarão muitas descobertas no campo das demencias. Digo no plural pois são muitas as situações de demências ou doenças neurológicas graves que as ocasionam. O que mais conhecemos e falamos ainda é o quadro que, preconceituosamente, ainda é tratado, em especial nas mídias, como um Mal. Um mal que confirma a visão preconceituosa de temerosa criada em seu histórico secular.
Mas o que pretendem realizar em Medellin é uma experiência que transformará os descendentes do casal espanhol em um ''laboratório vivo''. A proposta é de que estes supostos portadores genéticos do ''mal'' se tornem ''cobaias humanas". O Banner Institute, uma organização americana e pioneira no estudo do Alzheimer, quer iniciar já em 2012 os testes a possíveis medicamentos para a doença.
A ideia é selecionar entre os membros do clã colombiano voluntários que aceitem servir de cobaias durante vários anos. Uns receberão um medicamento, outros um placebo. Ninguém saberá o que recebeu, e nem todas as cobaias serão portadoras da tal alteração genética. Ao fim de dois anos ver-se-á se houve efeitos, e quais.
Nesse momento é que convido à reflexão sobre a banalização do termo ''Alzheimer". Quando um grupo de cidadãos colombianos pode vir a ser transformado, mesmo que voluntariamente, em objeto de pesquisa científica é hora de muita seriedade e pouquíssimas piadas. É hora de um alerta bioético.
É hora de reflexão sobre o que entendemos como consentimento livre e informado, e sobre o uso do corpo humano, dos Outros, em pesquisas científicas. Mesmo que estas possam significar um suposto avanço contra o que vem sendo chamado de ''mal dos séculos'', mesmo que isso alimente as minhas esperanças mais íntimas...
Piadas nos fazem rir, desde tempos imemoriais, mas também podem nos fazer chorar. E uma vez que você traga dentro de si uma chaga ou temor o riso de outros pode ser apenas estímulo para que sua ''memória'' ative alguma tristeza ou afeto. E, olhando para o futuro, o que sente um colombiano que poderá ter todas as suas memórias apagadas? Ele não sabe se tomou a medicação para preservá-las ou uma pílula placebo de açúcar que terá um gosto amargo de esquecimento depois.
Convido a quem gosta de falar no Dr. Alois Alzheimer, cuja alcunha hoje é o ''alemão'', que reflita sobre este ponto de vista ético e bioético antes de repetir, reproduzir e naturalizar a sua chegada a quem se queixa de esquecer as senhas do banco ou os compromissos e datas importantes. Convido para que assistam os filmes e documentários que estão sendo indicados, que possam se sensibilizar e reposicionar sobre o assunto.
Está na hora de revermos nossos preconceitos temerosos com o Dr. Alois. Um bom exercício é lembrar a universalidade da doença. Ela atinge desde uma sul-coreana, como no filme Poesia, até um homem catalão, Pasqual Maragall, que nos impressiona no documentário "Bicicleta, cuchara e manzana". Depois disso poderemos dizer que Alzheimer não é uma piada, mas pode vir a ser um redescoberta poética de nossas finitudes.
O meu apelo é na direção da sensibilidade. As mesmas sensibilidades que me inspiram os filmes de Chaplin. O sorrisos que me produziu, e ainda produzirá, são respeitosos com as denúncias que o ator-cineasta aponta nas tragicomédias que encantaram o mundo. O que sentiria Carlitos caso tivesse de representar, para além de um vagabundo e homeless, um homem que perdesse, progressivamente, todas suas preciosas memórias?
Talvez ele nos inspirasse a reconhecer o Grande Irmão (1984) ou o Grande Ditador como uma criação coletiva de todos nós. E nos faria sorrir ou chorar, sem ridicularizar, com o infindo, heterogêneo e múltiplo da condição mortal e frágil dessa "coisa" e Vida Nua chamada Ser Humano...
Vamos nos olhar/escutar/afetar, bio-eticamente, nos nossos próprios olhos/ouvidos/afetos? Como será nos encarar nos nossos espelhos antes de contarmos a próxima piada sobre negros, judeus, homossexuais, mulheres, estrangeiros, loucos, e, principalmente, sobre quem vivencia a doença de Alzheimer?
Não se esqueça(m) de lembrar!

copyriht jorgemarciopereiradeandrade 2011-2012 (favor citar o autor e as fontes em republicações livres na Internet ou outros meios de comunicação de massa

Doença de Alzheimer e disfagia


Não é segredo que a comida pode ser reconfortante. Comer é uma atividade importante porque além de questões essenciais necessárias para nossa sobrevivência, envolve questões sociais e culturais.
No entanto, esta atividade nem sempre é fácil e segura, principalmente para indivíduos que cursam com algum tipo de doença que afeta de forma importante a dinâmica da deglutição. Algumas vezes o próprio indivíduo ou seus familiares percebem que há algo de errado neste processo, mas consideram essas alterações parte do envelhecimento.
Qualquer problema no processo de deglutição que impeça ou dificulte uma alimentação normal chama-se disfagia.
A disfagia pode levar à aspiração (entrada de alimentos / saliva / líquidos na via respiratória), que gera risco de pneumonias aspirativas, desnutrição e/ou desidratação. Em alguns casos, a disfagia pode levar a graves consequências. Portanto, é importante sua identificação de forma precoce e para isso, compreender a dinâmica da deglutição normal é essencial.

COMO OCORRE A DEGLUTIÇÃO?

A deglutição é uma complexa ação neuromuscular que ocorre aproximadamente 1000 vezes ao dia e que tem como função transportar o conteúdo da cavidade bucal (saliva, alimentos, líquido ou medicamento) para o estômago.1 Os eventos orofaríngeos que ocorrem no processo da deglutição são correlacionados e a separação em fases é didática para facilitar a compreensão

Fase antecipatória

A fase antecipatória caracteriza-se por um preparo para o início da deglutição, incluindo o estímulo sensorial visual que nos permite perceber a forma de apresentação, a cor do alimento e sua textura. O olfativo nos permite sentir o aroma da comida.

Fase preparatória

A fase preparatória é voluntária, ou seja, depende da vontade de cada um. Compreende a preparação do alimento, envolvendo ações dos lábios, língua, mandíbula, palato, bochechas, dentre outras.

Na fase preparatória ocorrem as seguintes subfases: captação, preparo, qualificação, organização.

A captação consiste na preensão do alimento, na retirada do alimento do utensílio. Nesta fase, os lábios tem um papel importante. Após a entrada do alimento, os lábios permanecem fechados evitando que haja escape pela boca.

No estágio do preparo, o alimento é manipulado, mastigado. A boca possui várias terminações nervosas que são fundamentais para percebermos o sabor do alimento, consistência, forma, tamanho e temperatura.

No estágio de qualificação que se interpenetra com o de preparo, o bolo é percebido em seu volume, consistência, grau de umidificação, temperatura e sabor. Neste estágio definimos se ainda restam pedaços dentro da cavidade oral que precisam ser mastigados ou retirados, e se o alimento já está suficientemente umedecido pela saliva. Nesta fase também se programa a força de ejeção do bolo (empurrar o bolo para a faringe pela ação da língua).

O estágio da organização é aquele no qual o bolo é posicionado normalmente sobre o dorso da língua, e as estruturas ósteo-músculo-articulares organizam-se para a ejeção oral.

Fase oral

A fase oral também é voluntária e compreende o transporte do bolo para a faringe. Para que a ejeção oral aconteça é necessário o ajuste da cavidade oral para mantê-la pressurizada, ou seja, a língua faz movimentos ondulatórios contra o céu da boca, comprimindo o bolo e levando-o em direção à garganta dando início à fase faríngea da deglutição.

Fase faríngea

Na fase faríngea, que é involuntária, o bolo é transportado da faringe até o esôfago através da contração dos músculos da faringe. O alimento passa por uma região crítica (laringofaringe), por ser uma área coincidente tanto para a via respiratória quanto para a via digestiva.

Para que a deglutição ocorra de forma segura não pode haver a entrada de alimento, saliva ou líquidos na via respiratória.

A segurança desse processo está diretamente relacionada à coordenação entre as fases oral e faríngea da deglutição.

Fase esofágica

Nesta fase, também involuntária, o bolo segue pelo esôfago até o estomago. O esôfago se contrai levando o bolo alimentar em direção ao esfíncter esofágico inferior que se abre permitindo a passagem do bolo para o estômago. Após a passagem do bolo, o esfíncter se fecha impedindo o retorno do alimento para o esôfago (refluxo gastro esofágico).

Terminada a deglutição, a laringe retorna à posição normal e a respiração volta a ocorrer.

Doença de Alzheimer (DA) e disfagia:

A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência. É uma doença degenerativa do sistema nervoso central, de caráter lento e progressivo, que acomete inicialmente a memória e progride para outros domínios cognitivos. À medida que a DA evolui, os pacientes tornam-se cada vez mais dependentes. Iniciam-se as dificuldades de locomoção, a comunicação se torna inviabilizada e passam a necessitar de cuidados e supervisão integral.

As alterações na deglutição dos pacientes com DA iniciam-se com queixa de engasgos durante a ingestão de alimentos, principalmente líquidos. Com a progressão da doença o paciente pode ter dificuldades com outras consistências, o que leva ao comprometimento da condição nutricional.

Há relatos de dificuldades de gerenciamento da deglutição nas fases iniciais, porém os problemas mais expressivos apresentam-se nas fases moderada e grave da DA.3

Fase inicial:

Não se observa queixas específicas de alteração da deglutição. Há relatos de mudanças de hábitos alimentares.

Fase moderada:

É caracterizada por mudanças significativas nas habilidades cognitivas, que impactam na autoalimentação e deglutição. Alterações da memória podem levar o indivíduo a esquecer o que comeu, quando comeu e qual o horário da próxima refeição.

Dificuldades perceptuais e espaciais resultam em dificuldade para localizar louça e talheres e reconhecer comida e utensílios.

Apraxia de membros e apraxia oral podem levar à dificuldades na utilização de talheres e realização de ações voluntárias como abrir a boca e manipular o alimento na cavidade oral.

Alterações da linguagem podem levar à dificuldade em expressar as preferências alimentares e compreender instruções dadas durante as refeições.

Nesta fase é importante identificar a segurança da deglutição e gerenciar a capacidade de manutenção da dieta via oral. A cognição é um fator importante para considerar se o paciente terá condições de aprender a estratégias que minimizem os riscos.

Os familiares/cuidadores devem ser orientados e treinados quanto a melhor consistência de dieta a ser oferecida, o utensílio utilizado para oferta dos alimentos, o volume oferecido, manobras ou posturas utilizadas para a deglutição (a depender da condição cognitiva) e o ritmo de oferta dos alimentos.

É importante que todos estejam familiarizados com o processo de evolução da doença para que futuramente tenham condições e oportunidade de participar das decisões.

Fase grave:

Nesta fase, a quantidade de alimento ingerido pode ser insuficiente. O tempo de refeição aumenta de forma significativa. A indicação de uma via alternativa de alimentação pode ser necessária (quando a via oral ocorrer de forma insuficiente ou quando a mesma representar risco para aspiração). Esta indicação deve ser criteriosa e depende da decisão conjunta da equipe multiprofissional e familiares/cuidadores.

Algumas orientações e condutas podem permitir ao paciente disfágico uma alimentação via oral mais segura.

Estas orientações estão relacionadas à:

1- Consistência dos alimentos:
A consistência dos alimentos é modificada, ao longo do curso da doença, se necessário.
A umidificação dos alimentos é indicada para a maioria dos pacientes. Em geral, a dieta de menor risco é a consistência pastosa homogênea (consistência de creme).
O importante é a garantia de um desempenho seguro (sem a entrada de saliva/ alimentos/líquidos no pulmão) durante todas as refeições.
2-Uso de espessantes alimentares
São produtos industrializados que modificam instantaneamente a textura e consistência dos alimentos, não alterando o sabor.
São bastante utilizados para espessamento de líquidos, pois tendem a ser a consistência mais difícil por exigir adequado controle oral, agilidade e coordenação da musculatura envolvida na deglutição.
Na avaliação funcional da deglutição o fonoaudiólogo definirá a consistência mais segura de acordo com a dinâmica de deglutição do paciente.
3- Posicionamento durante a alimentação
Uma posição correta durante a alimentação dificulta a entrada dos alimentos nos pulmões, deixando a alimentação mais segura.
Durante as refeições é importante que o paciente permaneça sentado, com o tronco reto e a cabeça erguida. Caso não seja possível, tente manter o tronco o mais reto que puder ou pelo menos a 45º (figura abaixo). Use como apoio, travesseiros, almofadas, rolos de toalhas ou lençóis
4- Ambiente
O ambiente onde o paciente será alimentado deverá ser calmo, oferecer o mínimo de distratores assim como televisores e rádios deverão ser desligados. Conversas paralelas deverão ser evitadas.
5- Higiene oral
Pacientes com precário estado de conservação dentária estão mais propensos a broncopneumonias.
Para manutenção adequada da higiene oral e para retirada da placa bacteriana é necessária a ação mecânica de escovação dos dentes.
O uso de uma pasta que tenha boa ação bactericida é indicada quando ainda o paciente tem condições de fazer “bochecho”.
Caso esteja em uma fase que já não consegue bochechar, sugere-se a utilização da própria escova e de um antisséptico a base de clorexidina a 0,12% sem álcool, não sendo necessário o enxágue.
6- Via alternativa de alimentação
A nutrição enteral é indicada a pacientes que possuem risco para aspiração ou para aqueles com ingestão alimentar insuficiente por via oral.

Cabe à equipe médica optar pela sonda naso-enteral (SNE) ou gastrostomia (GTT). A sonda naso enteral é um tubo flexível inserido no nariz. Recomenda-se que seja usada no máximo por um mês, mas na prática clínica isso não acontece. Para pacientes sem condições de manutenção de via oral exclusiva (se alimentar somente por boca), a gastrostomia é indicada. É um procedimento simples e realizado por via endoscópica.

Figura 1 - Paciente com sonda naso enteral e gastrostomia

Sinais de alerta

1- Tosse ou engasgo com alimento ou saliva;
2- Pneumonias de repetição;
3- Refluxo gastro-esofágico;
4- Febre sem causa aparente;
5- Sensação de bolo na garganta;
6- Recusa alimentar;
7- Sonolência durante as refeições;
8- Presença de sinais clínicos de aspiração: dispnéia (falta de ar), voz molhada (som borbulhante)

A constatação desses sinais de alerta, isoladamente ou em conjunto, são essenciais para definição da conduta em relação à manutenção da dieta VO (por boca).
Em caso de dúvida, peça orientação para um profissional especializado.

Referências bibliográficas:

1- Sugueno, L.A; Fussi, C. Neurofisiologia da deglutição. In: Barros, A.P ; Dedivits, R.A ; Sant’ana, R.B. Deglutição, voz e fala nas alterações neurológicas. Rio de Janeiro: Di Livros; 2013. p.3-18.
2- Palinkas, E. Estudo da alimentação e deglutição, avaliada pela videofluoroscopia, de idosos com doença de Alzheimer leve e moderada residentes na comunidade [tese]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 2002.
3- Correia, SM. Avaliação fonoaudiológica da deglutição na doença de Alzheimer em fases avançadas [tese]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2010.
4- Fussi, C; Romero, S.B. Disfagia: desmistificando dúvidas na prática de equipe de enfermagem. In: Matsuba, CS; Magnoni, D. Enfermagem em Terapia Nutricional. São Paulo: Savier; 2009. p.196 – 219.
5- Silvério, C.C; Cola, P.C; Silva, R.G. Ações educativas para pacientes adultos com disfagia orofaríngea. São Paulo: Pulso Editorial; 2006.
6- Macedo, E.D; Gomes, G.F; Furkim, A.M. Manual de cuidados do paciente com disfagia. São Paulo: Editora Lovise; 2000.


Animais de estimação e sua importância na vida de quem tem Alzheimer

Além de diversão e carinho, os animais de estimação também possuem um papel muito importante no tratamento de doenças como Alzheimer, depressão e autismo. O uso desses animais como real forma de tratamento na recuperação de pacientes já tem até um nome,zooterapia.
Mas os fiéis bichinhos de estimação desempenham um grande papel na hora da recuperação do doente. Considerado como o “melhor amigo do homem”, o cachorro tem grande função terapêutica. “O contato com o cão desfoca a pessoa da doença e propicia a liberação de endorfina, substância que traz sensação de bem-estar e bom humor”, observa a veterinária e psicóloga Hannelore Fuchs, de São Paulo.
O contato com animais serve como uma quebra na rotina do idoso, trazendo um pouco de alegria para o seu dia. É por isso que cães, coelhos e até tartarugas são bem-vindas em algumas casas de repouso. “Os idosos se abrem, conversam e alguns sorriem pela primeira vez depois de muitos dias”, relata Hannelore. Além disso, os animais também colaboram para aumentar o equilíbrio do idoso e estimulá-lo a caminhar mais.
A Associação Americana do Coração divulgou em recente artigo que o contato com o bicho de estimação, em especial o cachorro, pode ajudar a afastar problemas cardiovasculares, um dos fatores de risco para o desenvolvimento do Alzheimer. Dentre os motivos, a Associação Americana destaca o aumento da prática de atividade física, redução da pressão arterial, maiores chances de sobreviver a um ataque do coração, diminuição do estresse, níveis de colesterol e triglicérides.

Cuidar dos pais não significa inverter papéis, mas zelar por eles

Envelhecer é um processo natural, gradativo e contínuo. Mas, nem por isso, a chegada da terceira idade, aos 60, deixa de ser assustadora para boa parte das pessoas.
Mesmo sabendo que o envelhecimento é o único meio de viver por muitos anos, os idosos nem sempre se conformam com as limitações físicas –e, às vezes, psicológicas– que a passagem do tempo impõe.
Para os filhos, o processo também não é dos mais fáceis, já que eles se deparam com a necessidade de ter cuidados com aqueles que dedicaram a vida para criá-los.
Para a assistente social Maria Angélica dos Santos Sanchez, coordenadora do curso de gestão em saúde do idoso da PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), o filho transita mais facilmente por essa nova fase quando se recusa a acreditar numa sentença já muito difundida, a de que ao envelhecermos, viramos crianças novamente.
Pensar dessa maneira, segundo ela, leva à infantilização do idoso. “Jamais seremos pais de nossos pais. Se estivermos com 50 anos, cuidando de alguém com 80, precisamos nos lembrar que essa pessoa sempre terá 30 anos a mais de experiência”, declara.
Ela reforça que o respeito deve continuar sendo a base da relação entre pais e filhos, não importa a idade. “Depender de ajuda para atividades diárias, por conta de alguma patologia, não tira da pessoa toda a história de vida construída. Mesmo nos casos em que a cognição está comprometida, é preciso respeitar, na medida do possível, a vontade do outro”, diz Maria Angélica.
Isso significa que qualquer decisão a ser tomada, que envolva mudanças na vida do idoso, precisa ser combinada com ele. “A comunicação é muito importante. O ideal é conversar para entrar num consenso e não tolher as opiniões do outro. É preciso explicar os prós e contras de cada alteração na rotina”, explica o geriatra Alexandre Busse, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Em casos em que o idoso não está mais apto a decidir, por conta da perda de lucidez parcial ou total, os filhos podem tomar a dianteira, mas sem deixar de respeitar a história de vida, a personalidade e os hábitos daquela pessoa.
Como regra geral, é preciso intervir apenas quando a rotina do idoso desanda. “Se o indivíduo mantém suas atividades de vida diária preservadas, sem prejuízos para o seu cotidiano, podemos considerá-lo saudável. O envelhecimento patológico apresenta, necessariamente, uma desordem cognitiva”, diz a gerontóloga Sandra Rabello, coordenadora de curso de cuidadores de idosos da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
Para perceber se há ou não há um problema, é preciso observar as tarefas realizadas atualmente pelo idoso e ver se a forma de agir mudou muito. “Algumas perguntas a serem feitas são: a casa continua com a arrumação que costumava ter? Tem comida antiga na geladeira ou falta comida no armário? As caixas de medicação estão com os comprimidos usados na dose adequada? O autocuidado parece adequado? As panelas estão com marcas de queimado? Os armários ou gavetas parecem muito desorganizados?”, exemplifica Maria Angélica.
Vale também reparar se o familiar deixou de fazer alguma atividade por vontade própria ou por dificuldade motora ou cognitiva.
Quando as alterações são confirmadas, o melhor a fazer é levar o idoso a um médico geriatra, que fará testes para analisar as reais capacidades da pessoa, além de dar as recomendações específicas.
No geral, o ambiente em que o idoso mora também deve ser pensado para não oferecer perigo. É recomendável evitar tapetes, fios espalhados e pisos escorregadios. Também vale adaptar móveis que tenham quinas ou sejam altos demais e que dependam do uso de bancos ou escadas para serem alcançados. O excesso de mobília e a iluminação fraca precisam ser, igualmente, repensados.
Os idosos que moram sozinhos precisam de acompanhamento. Porém, segundo Sandra Rabello, é preciso respeitar a independência e a individualidade deles, garantindo, ao mesmo tempo, proteção e assistência.
Uma medida importante é manter, em casa, cadernos de telefones atualizados, com nomes dos principais médicos e outros profissionais que atendem o idoso, para casos de emergência, além dos endereços e telefones dos filhos.
“Também recomendo deixar em local de fácil acesso o cartão do plano de saúde e os documentos do idoso”, diz a geróntologa. Outro cuidado é manter contato frequente com pessoas que estão próximas do idoso, como vizinhos ou o zelador do prédio. “Hoje em dia, existem empresas que instalam um aparelho em casa, com um botão de emergência que pode ser acionado rapidamente, em caso de necessidade. É uma medida reconfortante para os filhos e que dá segurança ao idoso que mora sozinho”, diz o geriatra.
O fato de o idoso já não conseguir mais desenvolver como antes algumas atividades não deve ser suficiente para convencer os filhos de que ele se tornou incapaz de assumir qualquer tipo de tarefa cotidiana. “É errado os filhos quererem superproteger os pais. Algumas capacidades realmente diminuem pelo desuso. Mas é preciso deixar que o idoso continue fazendo o que ele sabe”, diz Busse.
A dica é oferecer ajuda, mas não agir por ele, para preservar a autonomia do idoso. Assim, se ele já não consegue mais ir ao mercado, o filho pode se oferecer para fazer as compras, desde que o pai fique responsável pela lista. Da mesma forma, a dificuldade para se vestir não impede que o idoso escolha o que quer usar.
A medicação diária é um ponto que merece atenção. Para os pais que esquecem de tomar os remédios esporadicamente, a estratégia é colocar uma tabela com os horários de ingestão em um local visível, como a geladeira. Ou, ainda, separar os medicamentos em caixinhas para cada dia da semana e ligar para o familiar, lembrando-o de tomar.
“Se essas iniciativas não funcionarem, será preciso entender a raiz do problema. Muitos idosos relutam em ingerir determinados comprimidos por não estarem conseguindo engolir. Nesse caso, é necessária uma avaliação profissional”, diz a assistente social. Visitas e telefonemas periódicos são fundamentais, tanto para acompanhar o estado de saúde da pessoa quanto para preservar os laços afetivos.
Cuidados profissionais
Quando o idoso chega ao ponto de depender de outra pessoa para todas as atividades básicas, como se locomover, tomar banho e se alimentar, ou, então, diante de doenças degenerativas, como Alzheimer e Parkinson, muitas famílias consideram contratar um cuidador profissional.
A medida ajuda a aliviar a carga sobre a família. E, para Alexandre Busse, essa decisão é infinitamente melhor do que revezar os cuidados entre os filhos, quando a opção é levá-lo de uma casa para outra, de tempos em tempos.
“Isso provoca muitas alterações de comportamento, como agitação e dificuldade para dormir. O ideal é que o cuidador seja trocado, mas o ambiente permaneça o mesmo”, diz. O cuidador profissional precisa ter formação no trato com idosos, o ideal é que tenha feito cursos em instituições especializadas. “Deve-se exigir qualificação, pontualidade, responsabilidade, ética, discrição e sensibilidade com o idoso”, diz Sandra Rabello.
Caso a família já tenha esgotado todas as possibilidades de manutenção da pessoa idosa no ambiente familiar, há, ainda, a opção de institucionalizar o idoso. Nesse caso, o melhor é buscar uma instituição respeitada e com profissionais qualificados na área.
(Autoras: Marina Oliveira e Suzel Tunes)
(Fonte: estilo.uol.com.br )


7 conselhos para Cuidadores de Idosos (familiares e profissionais)

Cuidem-se para não ficarem piores que o doente. Uma coisa é assumir a responsabilidade de ajudar o doente a viver melhor! Outra é se valer desta responsabilidade para se martirizar.
Por Ana Fraiman -  Mestre em Psicologia Social pela USP e doutora em Ciências Sociais pela PUC-SP.
As coisas mudaram? Mudaram. E vão mudar mais ainda. Se o cuidador, familiar ou profissional contratado permanecer grudado, colado no paciente demenciado, vai levar a coisa como se a doença fosse sua. E o risco de ficar pior do que o próprio doente é muito alto! Cuidem-se, portanto, para não ficarem piores que o doente. Uma coisa é assumir a responsabilidade de ajudar o doente a viver melhor! Outra é se valer desta responsabilidade para se martirizar.
Quando faltar atitude, palavras ou amor, quando a paciência se esgotar e a tolerância se fizer ausente, ainda resta orar! E, para quem não acredita no poder das orações, resta pedir ajuda e se afastar, ainda que por breves intervalos de tempo. A vida continua e o paciente não vai se recuperar se o cuidador adoecer
Só os mais arrogantes se sentem impotentes: de nada adianta ser teimoso e querer mudar o rumo de uma história que tomou caminhos nunca antes explorados, para o que ninguém está, nem longe, preparado. Agora, resta aprender e parar de querer controlar as coisas. Abra mão dessa teimosia, e muita coisa boa ainda poderá acontecer.
APRENDIZADOS QUE FORAM E TÊM SIDO MUITO ÚTEIS: BONS CONSELHOS DAQUELES QUE JÁ CUIDAM OU CUIDARAM DE PACIENTES COM DEMÊNCIA.
1. Leve o paciente para almoçar ao ar livre
Estudos científicos mostraram que, comer e beber ao ar livre podem melhorar a qualidade de vida. Faz com que as pessoas sintam que fazem parte de um grupo. As dificuldades físicas causadas pela demência pode dificultar a vida social, e a pessoa pode ficar muito deprimida e até agravar o quadro clínico.
Faça isso de vez em quando, portanto. Leve o seu parente para almoçar ao ar livre em um dia ensolarado e sente-se à sombra, com muita água fresca à mão. Convide amigos e familiares para socializar com ele. Isso o fará sentir-se melhor.
2. Deixe-o observar e imitar as suas ações
Outro estudo comprovou que realizar refeições com pacientes com Alzheimer ou demência pode ajudá-los a realizar certas tarefas, pois eles observam suas ações e as imitam. Por exemplo, uma pessoa com demência pode ter dificuldade para segurar garfo e faca e, às vezes não sabe o que fazer com eles.
Ao observar os outros fazendo suas refeições, isso pode ajudá-los a lembrar. Isso não se restringe às refeições. Pode ser feito em outras atividades, como usar o telefone e lavar roupa. Os pacientes observam e imitam. Isso é fundamental para que tenham mais independência, além de diminuir o avanço da doença.
3. Prepare uma refeição que ele reconheça
No caso da demência, é mais fácil para o paciente recuperar algumas memórias da infância do que lembrar o que aconteceu no dia anterior. Então, prepare alguma refeição que faça parte destas suas memórias. Lembre-se de algum preparo do qual ele gosta muito e faça. Isso será um grande benefício para a mente e o bem-estar do paciente.
Em relação a temperos, muito provavelmente as recordações não surgirão tão facilmente, inclusive porque poderá já ter acontecido uma grave perda de olfato e, por consequência, de paladar. Além disso, em vez de implicar, caso o paciente esteja quebrando ou trincando muita louça, substitua por pratos e copos de outro material que não porcelana e vidro.
4. Peça para que o doente toque piano, violino ou flauta, por exemplo.
Isso vale somente para aqueles que já tenham tocado algum destes instrumentos, inclusive outros, anteriormente. Um estudo realizado em 2015 com 200 pacientes que residiam em casas de cuidados para idosos mostrou que aqueles que não realizavam atividades durante o dia tinham menos qualidade e expectativa de vida. Também foi comprovado que a maioria das atividades de casas de repouso nem sempre atraem tanto os pacientes, por exemplo, atividades estereotipadas como bingo, televisão e muitas das atividades manuais.
Dentro do estudo, alguns participantes disseram que gostariam de tocar piano, mas ninguém os encorajava a isso, pois os profissionais responsáveis pelos idosos achavam que eles não tinham capacidade para tanto. Por fim, foi comprovado que pacientes que realizavam hobbies e atividades que já costumavam realizar, anteriormente, tinham mais facilidade de socialização e se mostravam menos propensos a momentos de solidão e frustração.
5. Verifique cuidadosamente se a pessoa bebe água ao longo do dia
A desidratação é uma das maiores causas de óbito de pessoas com demência. Com o avançar da idade e a progressão da doença, elas esquecem de diversas atividades, inclusive de tomar água durante o dia. Ou, simplesmente não tomam porque não identificam sua sede e não conseguem pedir, seja por terem perdido a capacidade de comunicação e/ou por terem dificuldade de engolir.
Por conta disso, delicadamente faça com que o seu parente tome água durante o dia, e também em forma de sucos, chás e, até mesmo isotônicos, que servem para repor os minerais. Sopas, quentes ou frias e, refeições que introduzam alimentos com alta quantidade de água, também são uma boa opção, como maçã, pepinos e folhas.
6. Ponha para tocar as músicas que foram as favoritas do seu parente
A música tem o enorme poder de elevar o espírito e proporcionar bem estar, e isso inclui pessoas com demência. De acordo com a Associação de Alzheimer, nos Estados Unidos, a música pode acalmar pacientes muito agitados, melhorar o humor e também a coordenação motora, pois o motor central do cérebro responde imediatamente ao estímulo do som.
Procure pelos sucessos de quando seu parente tinha 20 anos, pois esta é uma fase da vida em que somos muito ligados à música. Isso haverá de reativar a sua memória e, mesmo doentes já bastante alheados haverão de participar, batendo palmas, cantarolando e até mesmo, levantando-se de suas cadeiras para dançar.
7. Faça passeios em meio à natureza
Pequenos passeios e caminhadas em locais onde há natureza faz com que as pessoas sintam-se melhor e mais à vontade. Um estudo científico realizado em 2014 mostrou que pacientes com demência, que passavam mais tempo em locais ao ar livre, como jardins, eram menos agitados comparados aos que ficavam em locais fechados.
Rebecca Whear, a profissional responsável pelo estudo, declarou que cenários como jardins são uma forma de terapia em que as pessoas têm mais facilidade de se envolver com o ambiente. Pacientes com demência são encorajados a sentir o perfume das flores ou, simplesmente pisar descalço na terra ou grama. Em alguns casos faz com que se lembrem da época em que cuidavam de flores e plantas em seus jardins, quando mais jovens. Talvez isso desperte sua vontade de voltar a plantar. E, porque não?! Vocês poderão fazê-lo juntos.
Texto extraído e editado do site TUDOPOREMAIL.COM

Marisa Matias é Vice-Presidente da Aliança Alzheimer Europeia

Alzheimer Portugal
Deputada Europeia desde Junho de 2010, Marisa Matias, aceitou o convite da Alzheimer Europe para assumir o cargo de Vice Presidente da Aliança Alzheimer da Alzheimer Europe (European Alzheimer's Allia
Com provas dadas no combate à doença de Alzheimer e no seu reconhecimento como prioridade europeia e nacional - Marisa Matias foi a responsável pelo Relatório que deu origem à Resolução do Parlamento Europeu, sobre a iniciativa europeia em matéria de doença de Alzheimer e outras formas de demência (2010/2084(INI)). - apesar da sua agenda muito sobrecarregada aceitou o convite, o que muito nos orgulha!

Este Relatório promove, em especial, uma melhor coordenação entre os Estados membro, a criação de respostas mais efetivas e baseadas na solidariedade, para a prevenção e tratamento, bem como o diagnóstico precoce e a recolha de dados epidemiológicos. Referindo ainda as questões da dignidade das pessoas ao longo de todo o processo da doença e da redução das desigualdades.

Na campanha às eleições europeias de Maio de 2014, Marisa Matias assinou a Petição Europeia para as demências, reafirmando o seu apoio para uma maior colaboração na área das demências e a sua vontade em continuar na Aliança.
Marisa Matias, no Parlamento Europeu, integra a Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários e é suplente na Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia.
De entre os seus contributos para a campanha da Alzheimer Europe para transformar a demência numa prioridade europeia, é de destacar o Almoço Debate no Parlamento Europeu em Junho de 2013, em que foram apresentados os resultados do projecto ALCOVE (European Joint Action on Alzheimer's disease).
A Aliança Alzheimer foi criada no Parlamento Europeu em 2007. É um grupo não exclusivo, multinational e transpartidário que reúne Deputados do Parlamento Europeu comprometidos a apoiar a Alzheimer Europe e as suas associações nacionais a transformar a demência numa prioridade de saúde pública na Europa.
A missão da Aliança é desenvolver uma ação concertada, a nível europeu e nacional, nas áreas da prevenção, do diagnóstico e do tratamento da doença de Alzheimer, da investigação e das políticas sociais, assim como influenciar a agenda política.
Conquistas: Ao longo dos anos, graças ao trabalho colaborativo da Alzheimer Europe, das associações nacionais de Alzheimer e dos membros da Aliança, foram desenvolvidas diversas iniciativas sobre demência: a ALCOVE (European Joint Action on Dementia) e os projectos europeus de investigação ao abrigo do FP7 e do Programa Horizon 2020. Com a «Innovative Medicines Initiatives» (IMI and IMI 2) e o «Joint Programming of Neurodegenerative Research» (JPND) surgiram vários exemplos, europeus e internacionais, de cooperação na investigação. A nível nacional, 18 Estados Membro têm em curso uma estratégia para a demência e outros estão a caminho de a desenvolver.

A medicina está perto de encontrar a cura do Alzheimer?

Veja o que diz o médico Paulo Bertolucci, Doutor em Neurologia pela Universidade Federal de São Paulo. O especialista esclareceu os mitos e verdades que surgem na internet sobre a doença
Redação Plena
Setembro é considerado o Mês Mundial da Doença de Alzheimer. Para prestar um suporte aos pacientes, familiares e cuidadores, o Portal Plena intensificará nos próximos 30 dias a produção de conteúdos relacionados à demência, abordando desde os direitos do portador até os tratamentos mais avançados. Nesta primeira matéria, conversamos com o médico Paulo Bertolucci, Doutor em Neurologia pela Universidade Federal de São Paulo – Unifesp - e pós-doutorado pela Universidade de Londres, sobre os mitos e verdades acerca da doença, responsável por 60% dos casos de demência em idosos.
Confira:
O primeiro sintoma do Alzheimer é sempre a perda da memória?
Na grande maioria dos casos são progressivos lapsos de memória, mas mais raramente a DA pode começar por progressiva dificuldade de linguagem, ou de comportamento, ou de identificar objetos pela visão.
Jogos de raciocínio, como palavras cruzadas e sudoku, ajudam a evitar a doença?
A atividade intelectual retarda o início, mas não evita o início da DA. Estes jogos citados são atividade intelectual.
Mulheres têm mais chances de desenvolver o Alzheimer?
As mulheres tem chance um pouco maior que os homens de apresentar DA.
Depressão pode desencadear o Alzheimer?
A depressão é um fator de risco para DA e muitas vezes depressão é o primeiro sintoma, antes dos lapsos da memória, mas não é a causa.
Há casos de pacientes que tiveram a doença revertida?
A doença é irreversível com os tratamentos atualmente disponíveis e não há relato de regressão.
A Castanha do Pará realmente ajuda a evitar a doença?
Não há evidência clara que a castanha do Pará, por seu efeito antioxidante, mude o curso da DA. Mais estudos são necessários.
A Medicina está perto de encontrar a cura ou um tratamento que impeça o avanço da doença?
A causa não foi identificada e portanto não há expectativa de cura.  Drogas para impedir o avanço da doença tem sido testadas mas os resultados até agora não são animadores

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