O que é
a Síndrome de Burnout
“Burnout
(esgotamento profissional) é definido como uma síndrome psicológica decorrente
da tensão emocional crônica no trabalho. Trata-se de uma experiência subjetiva
interna que gera sentimentos e atitudes negativas no relacionamento do indivíduo
com o seu trabalho (insatisfação, desgaste, perda do comprometimento), minando o
seu desempenho profissional e trazendo consequências indesejáveis para a
organização (absenteísmo, abandono do emprego, baixa produtividade). O Burnout é
caracterizado pelas dimensões: exaustão emocional, despersonalização e
diminuição da realização pessoal.” (Tamayo e Tróccoli, 2002)
Burnout
geralmente ocorre em profissionais que lidam com pressão emocional constante em
seu dia-a-dia, e mantém contato direto com pessoas em situações estressantes,
por longo período de tempo. Por exemplo: profissionais de saúde, da educação,
policiais, agentes penitenciários, entre outros.
Esses
profissionais se deparam com eventos estressores no ambiente de trabalho, além
do intenso e contínuo contato interpessoal. O trabalho dos profissionais de
saúde baseia-se na articulação das dimensões: técnica, ética e política, bem
como na compreensão e manejo em lidar com a vida e com a
morte.
Como
acontece
O fator
estressor, seja qual for, físico ou psicológico, ativa o sistema
neuroendócrino.
Inicialmente
há o envolvimento do hipotálamo que estimula a liberação de hormônios pela
hipófise, entre eles o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) que estimulam as
glândulas supra-renais a produzirem e liberarem cortisol e adrenalina, chamados
de hormônios do estresse.
A
síndrome envolve três componentes, que podem aparecer associados, mas são
independentes:
· Exaustão
emocional – falta de energia associada a sensação de esgotamento emocional. O
profissional sente que não pode despender mais energia para desenvolver suas
atividades.
· Despersonalização
– indiferença em relação às atividades cotidianas do trabalho, presença de
atitudes negativas e comportamentos de cinismo e dissimulação afetiva, até o
tratamento de pessoas do convívio como objetos.
· Falta
de envolvimento com o trabalho ou baixa realização profissional – sensação de
incapacidade, baixa autoestima, desmotivação e infelicidade no trabalho,
afetando até a habilidade e a destreza.
Os 12
estágios de burnout:
1. Necessidade
de se afirmar – provar ser capaz de tudo, sempre;
2. Dedicação
intensificada – com predominância da necessidade de se fazer tudo
sozinho;
3. Descaso
com as necessidades pessoais – comer, dormir, sair com os amigos começam a
perder o sentido;
4. Recalque
de conflitos – o portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o
problema. É quando ocorrem as manifestações físicas;
5. Reinterpretação
dos valores – isolamento, fuga dos conflitos. O que antes tinha valor sofre
desvalorização: lazer, casa, amigos, e a única medida da auto-estima é o
trabalho;
6. Negação
de problemas – nessa fase os outros são completamente desvalorizados e tidos
como incapazes. Os contatos sociais são repelidos, cinismo e agressão são os
sinais mais evidentes;
7. Recolhimento
– aversão a grupos, reuniões – comportamento anti-social.
8. Mudanças
evidentes de comportamento – perda do humor, não aceitação de comentários, que
antes eram tidos como naturais.
9. Despersonalização
– ninguém parece ter valor, nem mesmo a pessoa afetada. A vida se restringe a
atos mecânicos e distância do contato social – prefere e-mails e
mensagens.
10. Vazio
interior – sensação de desgaste, tudo é difícil e complicado.
11. Depressão
– marcas de indiferença, desesperança, exaustão. A vida perde o
sentido;
12. E,
finalmente, a síndrome do esgotamento profissional propriamente dita, que
corresponde ao colapso físico e mental. Esse estágio é considerado de
emergência, e a ajuda médica e psicológica são urgentes.
Manifestações
e sintomas
O
desenvolvimento dessa síndrome decorre de um processo gradual de desgaste
emocional e desmotivação acompanhado de manifestações físicas e
psíquicas.
Ela se
manifesta por meio de quatro dimensões sintomatológicas: física, psíquica,
comportamental e emocional.
Principais
Sintomas: Exaustão emocional, despersonalização, reduzida realização
profissional; fadiga; dores; imunodeficiência; disfunções sexuais, desconfiança,
irritabilidade, perda da iniciativa, tendência ao isolamento.
Sinais
de doença avançada: enxaquecas, insônia, gastrite e úlcera, diarréias, crises de
asma, palpitações, hipertensão, dores musculares, alergias e infecções,
depressão, aumento do consumo de café, álcool, barbitúricos e,
cigarros.
Tratamento
Depois
de constatado, o tratamento da síndrome de Burnout é realizado através do
psicoterapeuta.
Em
alguns casos, é necessária a utilização de medicamentos como os antidepressivos
que atuam como moderadores de ansiedade e da tensão, sendo sempre prescritos com
avaliação médica.
Se
perceber alguns dos sintomas, não deixe que eles tomem conta da sua vida. Há
casos em que essa síndrome resulta em depressões profundas e até ideias
suicidas. Portanto, se identificar alguns dos sintomas, busque soluções o mais
rápido possível, incluindo orientação especializada.