O que é a doença de Alzheimer?
É uma doença que afeta o cérebro, onde os neurônios
se degeneram e morrem. Ocorre de maneira lenta e progressiva, em geral se
iniciando em um grupo de células responsáveis pela memória, mas que com a
evolução acomete todo o cérebro em aproximadamente dez anos.
Quais os sintomas?
Como acomete o cérebro, a doença se manifesta
dependendo da região cerebral envolvida. Em geral inicia-se pela memória, mais
a memória recente, com a pessoa apresentando dificuldade de guardar informações
mais recentes, porém com uma certa preservação da memória para fatos mais
antigos. A doença pode evoluir e acometer a linguagem, com dificuldade para
encontrar palavras, dar nome à objetos e lembrar-se de nomes de parentes mais
distantes. Dependendo da fase da doença pode haver certo comprometimento de
comportamento como apatia, depressão ou até agressividade.
Todo esquecimento é Doença de Alzheimer?
Não. Todas as pessoas esquecem ou já esqueceram
objetos, datas ou nomes, uma vez que não somos capazes de guardar toda e
qualquer informação, pois nosso cérebro funciona selecionando o que vai
armazenar. Além disso, existem outros fatores que interferem nessa função do
cérebro, como depressão e medicação. Entretanto, se a dificuldade de memória
está prejudicando o dia-dia, se está incomodando a pessoa, se os familiares
também já perceberam as dificuldades, este é o momento de procurar auxílio
médico para uma melhor definição do problema.
Esclerose e doença de Alzheimer são a mesma coisa?
Não. Esclerose é um termo leigo derivado de arteriosclerose
que significa obstrução de vasos, mas muitas pessoas confundem como sinônimo de
demência. O termo correto para a demência causada por obstrução lenta dos vasos
sanguíneos é demência vascular. Já a doença de Alzheimer é decorrente da
degeneração ou morte de neurônios, e que leva aos sintomas da demência.
Qual o exame para o diagnóstico de doença de
Alzheimer?
Para o diagnostico de DA há a necessidade da
consulta com o médico, pois não há um exame laboratorial ou de neuroimagem
(tomografia computadorizada ou ressonância magnética) que dê 100% de segurança
do diagnóstico. Durante a consulta o médico deve entrevistar além do paciente,
as pessoas que convivem mais próximas a ele, como cônjuge, filhas e noras na
maioria das vezes, pois podem acrescentar informações para um diagnóstico mais
preciso. A realização do exame das funções cognitivas, por meio de testes para
memória, linguagem, cálculo, também podem melhorar o diagnóstico. Os testes
laboratoriais e de neuroimagem também são necessários para investigar outras
causas de demência.
Quais as fases da doença de Alzheimer?
De uma forma geral costuma-se dividir a evolução da
DA em três fases: leve, moderada e grave. Cada uma com duração de tempo que
varia de pessoa a pessoa, e que pode depender de uso de medicação ou não.
Como é a fase leve?
É a fase onde há maior dificuldade para
diagnóstico, porque a pessoa não aparenta estar doente, e há um pensamento
errado na população de que "esquecer faz parte do envelhecer". Isso
faz com que a pessoa e os seus familiares atrasem a procura por um médico, e
com isso o diagnóstico não é feito. Além disso, há um certo desconhecimento por
parte de alguns médicos, e isso também atrasa o diagnóstico, com prejuízo na
possibilidade de tratamento. A fase leve é caracterizada pela pessoa ainda ser
independente, com predomínio da dificuldade de memória, como objetos, nomes e
datas, mas já com interferência no dia-dia. Existe uma independência do
paciente no sentido de ser capaz de realizar coisas simples como alimentação e
higiene pessoal, porém em funções mais complexas pode já ser notada
dificuldades como lidar com finanças, atividades ou profissões que exijam
tomada de decisão e planejamento. Adaptações às dificuldades podem ser notadas,
com utilização de lembretes, maior uso de agendas, com a pessoa podendo se
tornar mais repetitiva, pois perde "o fio da conversa". Nessa fase há
uma certa complacência dos familiares em aceitar que o esquecimento pode ser
uma doença, pois a pessoa se sai muito bem em conversas superficiais, e com
quem tem contato rápido essas dificuldades podem passar desapercebidas. A
importância de se chamar atenção para essa fase é que a resposta às medicações
podem ser melhores.
Quais as medicações existentes para tratar doença
de Alzheimer?
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Como mostram alguns estudos científicos, as
medicações eficazes para doença de Alzheimer estabilizam a progressão da
doença, ou ainda, diminuem a taxa de piora da doença. Isto representa
manutenção das funções cerebrais da pessoa por mais tempo, repercutindo em
maior qualidade de vida tanto para os pacientes como para os cuidadores.
Atualmente as duas classes de medicação para a doença de Alzheimer têm
indicação específica para cada uma das fases da doença, sendo mais eficaz se
observados estes critérios. Portanto o médico deve ser capaz de orientar a
família sobre qual medicação deva se utilizada, dependendo de qual fase o
paciente se encontre. São medicações que precisam de titulação, ou seja, devem
se iniciar com doses mais baixas e aumentar gradativamente para se evitar
efeitos colaterais, porém o aumento não depende da resposta do paciente,
devendo ser tentado sempre a máxima dose tolerada dentro da faixa de doses
recomendadas.
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