Limitando a independência
Após o início dos sintomas, alguns pacientes que
ainda mantêm algum grau de autonomia passam a apresentar problemas com relação
à sua independência, podendo realizar atos que terminam por prejudicá-los,
colocando em risco sua segurança física e financeira.
- Quando impedir que o
paciente administre bens e valores?
- Quando ele deve parar de
dirigir?
- Quando deixar de trabalhar?
Essas são algumas entre outras questões que devem
ser analisadas com cuidado, com vistas a evitar mudanças bruscas com
cerceamento violento da independência.
As questões básicas que norteiam as decisões a serem tomadas são:
- O paciente pode realizar a
tarefa completamente?
- Pode realizar essa tarefa
com segurança, sem riscos para si ou para terceiros?
- Pode realizar essa tarefa
sem alterações no seu comportamento habitual, sem angústia ou
irritabilidade?
Qualquer resposta negativa a uma dessas questões
conduz à necessidade de tomar alguma atitude. Embora toda limitação imposta ao
paciente gere uma perda de seu nível de independência, é necessário que os
profissionais que lidam com ele sejam pragmáticos.
Pacientes que ainda mantêm algum grau de discernimento, costumam agarrar-se a
determinadas atividades, como dirigir (especialmente os homens), por
conferir-lhes um grau de reafirmação perante os próprios déficits. Mesmo que a
limitação imposta seja mal recebida a princípio, não devemos ceder para ter a
garantia da própria segurança do paciente e a de terceiros. Uma vez tomada a
decisão de limitar alguma atividade, algumas estratégias amenizam os efeitos
desse cerceamento.
Uma pergunta frequente, motivo natural de grande
preocupação, diz respeito a quando e como limitar o gerenciamento de dinheiro e
de outros valores. O controle do dinheiro e dos bens é fundamental para o
paciente, pois isso traduz sentimentos de independência e de senso de
responsabilidade. Dessa maneira, é imprescindível para o paciente que essa
transição seja suavemente administrada. A retirada brusca de todos os seus bens
pode ser causa de grande insegurança, levando-o a apresentar, por vezes, graves
distúrbios de ordem comportamental. Evidentemente, isso se aplica especialmente
à fase inicial, em que a fronteira relativa ao discernimento ainda não está bem
estabelecida.
Os talões de cheques e cartões de créditos devem ser cancelados, “perdidos” ou
escondidos.
O valor das cédulas normalmente é mal compreendido pelo pa-ciente, e, dessa
forma, ele pode ter em seu poder um grande número de cédulas que absolutamente
não representam valores substanciais. Esse artifício é muito bem aceito, e o
paciente continuará a sentir-se seguro com seus bens.
Determinados pacientes queixam-se e chegam a ficar agressivos querendo
informações a respeito de seu dinheiro, onde está e como está sendo gerido. A
manutenção de um diário no qual se registram os números relativos às suas
economias, discriminados de modo simples, ainda que não muito bem entendidos,
demonstra que alguém está tomando decisões acertadas e costuma servir para
acalmar o paciente.
Quando o paciente é conhecido na vizinhança, as lojas próximas devem ser
avisadas do problema que ele enfrenta, a fim de evitar que compre objetos caros
em virtude de ser conhecido e possuir crédito.
De acordo com cada caso e respeitados os costumes que imperam no seio familar,
várias possibilidades criativas podem ser aplicadas. É imperioso que, na fase
inicial, a família se reúna e defina o rumo das finanças do paciente. Nos casos
iniciais e quando não há um bom entendimento entre familiares, esse problema
pode tornar-se extremamente grave.
Não são raras as seguintes situações: filhos que não se entendem, dis-putam uma
assinatura em procuração plena ou transferem bens contra a vontade de outros
irmãos ou familiares. O conflito familiar, por razões de várias origens, só
tende a ser contraproducente, e, quando a questão financeira entra no rol das
disputas, o ambiente torna-se ainda mais negativo e desfavorável. O
aconselhamento jurídico por profissional especializado, nesses casos
específicos, é fundamental.
Talvez a maior perda que o indivíduo possa sofrer é
ser afastado compulsoriamente do trabalho. Vários fatores vão determinar de que
maneira esse afastamento será realizado, porém a melhor estratégia, se
possível, é a preparação. Determinadas profissões pelos riscos que apresentam
ou pelo peso de responsabilidade que abrigam não são passíveis de preparação
adequada. Um cirurgião ou um motorista de ônibus poderão cometer erros fatais,
logo, o afastamento nesses casos não pode ser adiado.
Na estratégia proposta, o primeiro passo é conversar com o chefe imediato.
Certas pessoas são solidárias e podem, mudando a ocupação do paciente, retardar
o seu desligamento da empresa, conferindo-lhe tarefas de menor responsabilidade.
Após o desligamento, é comum que sobrevenham estados depressivos que devem ser
avaliados clinicamente.
A perda da atividade laborativa pode, de alguma maneira, ser amenizada por
ocupações domésticas ou atividades alternativas. Ocupar o paciente, mantendo-o
ativo e fazendo-o sentir-se útil, é positivo, mas é imprescindível considerar
as limitações dele, não se deve pressioná-lo nem delegar-lhe tarefas
complicadas.
Normalmente, o afastamento do trabalho por doença provoca também uma perda
substancial no poder aquisitivo, por essa razão deve-se estar inteirado de
todas as possibilidades imagináveis de eventuais benefícios ou seguros a que o
paciente tenha direito.
O ato de dirigir depois de determinado tempo de
experiência torna-se uma atividade praticamente automática. Esse fato faz que
certos pacientes continuem dirigindo, aparentemente sem problemas, na fase
inicial, mas é importante restringir essa atividade. Apesar de o paciente
aparentar autossuficiência, dirigir é um ato complexo, dependente de reflexos,
rápidas tomadas de decisão etc., que invariavelmente estão comprometidos em
maior ou menor grau.
A primeira providência é tentar explicar o porquê da restrição e essa conversa,
se presenciada por uma pessoa em que o paciente confie, por exemplo o médico,
pode ajudar no processo de convencimento.
Em geral, uma razão bem-aceita pelos pacientes é dizer-lhes que devem parar de
dirigir por razões de saúde e que isso não está diretamente relacionado à sua
deterioração cognitiva.
Uma opção muito razoável é vender o carro e apresentar ao paciente várias
razões de ordem prática (como problemas no motor). Em pouco tempo, o paciente
costuma esquecer-se do assunto.
As adaptações do ambiente onde convivem o paciente
e o cuidador são fundamentais na prevenção de acidentes. Um dos primeiros
passos é reorganizar o dia a dia para facilitar o convívio e nesse processo
está a organização da casa. Geralmente, as casas são construídas e mobiliadas
de uma maneira que as tornam verdadeiras armadilhas que favorecem os riscos de
acidentes, especialmente para crianças e idosos. Não se costuma pensar na
prevenção de acidentes quando se constrói ou se decora uma residência.
A palavra-chave nesse caso é adaptar e não mudar
completamente. Simplificar, e não destituir o ambiente de seus adornos e
decoração. Modificar o ambiente para as necessidades particulares do paciente,
e não mais que isso. Devem-se balancear as necessidades do cuidador e do
paciente, pois os dois vivem nessa casa e o bem-estar e conforto devem ser para
ambos.
Outra palavra-chave no gerenciamento para lidar com o cotidiano é bom
senso.
De acordo com esse conceito básico, é necessário que, após o diagnóstico, seja
analisado com visão crítica o ambiente onde o paciente vive. A primeira análise
mostrará vários aspectos ambientais, potencialmente perigosos, que devem ser
mudados ou adaptados imediatamente, como a presença de tapetes e tacos soltos,
cantos vivos em mesas e móveis, portas de vidro etc. Fácil acesso aos registros
de gás e água, eletrodomésticos perigosos, janelas altas sem grades ou telas de
proteção, amontoamento de móveis que prejudicam a circulação, objetos pesados e
às vezes valiosos colocados em locais de fácil acesso, ambientes com portas
cujas fechaduras podem propiciar que o paciente se tranque e depois tenha
dificuldade em abrir, escadas franqueadas e vários outros aspectos físicos
devem ser considerados e, se for o caso, solucionados.
Essas medidas, de caráter geral, independem da característica particular de
cada paciente, devendo ser adotadas imediatamente após o diagnóstico ter sido
estabelecido.
Objetos perigosos
Todos os objetos perigosos devem ser removidos, especialmente os pontiagudos,
cortantes, quebráveis ou pesados, como ferramentas, lápis, objetos de vidro e
cerâmica, pequenos objetos como alfinetes, agulhas, botões, moedas etc., que
podem ser engolidos. É fundamental checar no mobiliário potenciais perigos,
como gavetas pesadas que podem cair nos pés ou prender os dedos, saliências
pontiagudas e cortantes, mesinhas e cadeiras com rodas de fácil deslizamento
etc.
Sofás e poltronas altos, revestidos de material lavável e impermeável, amplos e
com braços, são os mais indicados. Os tapetes são totalmente dispensáveis e devem
ser removidos pelo alto risco que representam. O piso para pacientes não
incontinentes pode ser acarpetado, preferencialmente confeccionados de material
lavável, porém os pisos vinílicos antiderrapantes são a escolha ideal.
Atualmente, existem no mercado várias opções de cores e padronagens que
proporcionam um ambiente seguro, caseiro e aconchegante.
É importante certificar-se de que não há extensões ou fios atravessados na área
da circulação.
As lâmpadas descobertas são fontes de possíveis queimaduras, devendo estar
protegidas e inacessíveis a um contato ocasional. As instalações de lâmpadas
acima das portas principais de acesso aos outros cômodos da casa são
aconselháveis.
A decoração das paredes com fotos de família ou pinturas de motivo agradável e
repousante deve ser mantida. As molduras devem estar muito bem fixadas à parede
de forma a impedir que caiam facilmente.
As etiquetas e placas de identificação são extremamente valiosas. Placas
indicando “banheiro” ou “guarda-roupa”, ou mesmo fotografias de um banheiro
colocadas à porta do banheiro do paciente e outras soluções criativas acabam
por criar uma melhor orientação. A porta do banheiro em cor chamativa, como
vermelho, a porta de acesso à sala em verde, os armários em azul e assim por
diante ajudam muito a orientação do paciente.
Em alguns países, existe um rádio-relógio com fita cassete acoplada que, por
ser programável, para de tempos em tempos para dar instruções como “atenção,
hora do remédio” ou “hora de urinar” etc. O guarda-roupa deve conter apenas as
peças absolutamente necessárias. O uso de etiquetas ou desenhos de
identificação nas portas e gavetas com os dizeres “meias”, “camisas”,
“vestidos”, “sapatos” é particularmente útil.
Dependendo do estado do paciente, deve-se analisar a possibilidade de remoção
da porta dos armários e das tampas das gavetas, a fim de garantir a
visualização do interior desses compartimentos e facilitar a escolha das
roupas.
Os espelhos também devem ser removidos, pois o paciente pode não se reconhecer
e se assustar.
Apesar dos aparentes transtornos com todas essas modificações e, evidentemente,
com a singularidade dessa decoração, não se deve minimizar o valor dessas
providências, elas realmente funcionam.
As camas convencionais com grades ou proteções
laterais são as mais indicadas, de modo a não afetar psicologicamente o
paciente com a lembrança de um ambiente hospitalar. As camas convencionais
facilitam as saídas espontâneas e, por serem mais baixas, minimizam os efeitos
de uma eventual queda.
Muitos acidentes ocorrem nas horas críticas do rush da manhã e
durante a noite quando o paciente se levanta. As consequências de uma queda são
extremamente sérias, com a possibilidade de fraturas graves como a de fêmur ou
até mesmo de crânio. Dependendo da fase e do grau de confusão mental, será
definido o posicionamento da cama. Se o paciente ainda conserva o hábito de ir
sozinho para a cama, esta deve estar em local que permita o acesso e a saída
pelos dois lados. No caso de pacientes agitados e para prevenir as quedas pelos
dois lados, a cama deve estar encostada em uma das paredes e fixada no solo,
sem rodas.
No caso de paciente em estado de grande debilidade, as camas hospitalares são
as mais indicadas, colchões especiais podem ser necessários.
A decoração deve ser simples e os objetos supérfluos devem ser evitados. Um
comutador de luz deve estar ao fácil alcance do paciente quando deitado. Uma
luz de vigília, acesa durante toda a noite, deve ser instalada, assim como a
colocação de faixas de material fluorescente que indiquem o caminho do
banheiro, para que o paciente não se perca quando se levanta à noite para
urinar.
Banheiro
O banheiro é um dos locais mais perigosos de uma casa, por isso especial
atenção deve ser dedicada às medidas preventivas de acidentes. Todas as
soluções, medicações e produtos tóxicos devem ser removidos e guardados em
local seguro e trancado. Tesouras, lâminas de barbear, lixas metálicas e outros
objetos potencialmente perigosos também devem ser removidos, sem concessões.
Comprimidos e objetos pequenos brilhantes e coloridos são uma verdadeira
tentação para que sejam colocados na boca e, por vezes, engolidos.
Todos os aparelhos elétricos, secadores, rádios, aquecedores etc. devem ser
removidos, assim como fios e extensões.
Barras de segurança devem ser instaladas na pia e no percurso normal para o
acesso aos equipamentos como o vaso sanitário, box do chuveiro etc. O box e o
vaso sanitário devem estar equipados com essas barras, que devem ser robustas e
chumbadas na parede ou no chão. Além de fornecerem base efetiva de apoio e
equilíbrio, essas barras desencorajam o paciente a se apoiar em suportes de
toalha ou mesmo nas cortinas plásticas da banheira ou do box, propiciando
quedas acidentais, de sérias consequências. De preferência devem-se usar as
barras coloridas que contrastem com as cores das paredes, para facilitar
rapidamente sua identificação.
A fechadura da porta do banheiro deve permitir abertura pelos dois lados.
As cadeiras de banho são muito úteis e podem ser móveis ou fixadas dentro do
box.
No caso do uso de banheira, não se deve enchê-la mais do que um terço da
capacidade; o paciente não deve permanecer sozinho no local em que ela está
instalada. Existem cadeiras próprias para serem utilizadas dentro das
banheiras, conferindo segurança e comodidade.
O vaso sanitário deve estar guarnecido com barras de segurança lateral que
facilitem o ato de levantar-se e sentar-se. A altura dos vasos, dependendo de
cada paciente, pode ser adaptada com módulos que acrescentam aproximadamente 15
cm à altura do vaso (sóculo) ou ainda podem-se usar as tampas de sanitário com
adaptadores de altura.
A tampa do vaso deve ser rígida, evitando-se as acolchoadas que permitem ou
facilitam um eventual deslizamento.
Normalmente os pisos de banheiro são de material escorregadio. É importante que
sejam colocadas faixas de material antiderrapante ou, se possível, que o piso
seja trocado por material rugoso, normalmente feito de material vulcânico.
Tapetes de borracha que se acoplam ao solo por sucção devem ser usados nas
áreas críticas de acidentes: box, vaso sanitário etc.
O sabão líquido é mais prático e seguro que os sabonetes convencionais.
Os aquecedores a gás são potencialmente perigosos e devem ser eliminados.
Os chuveiros elétricos instalados dentro das especificações de segurança e
situados em local de difícil acesso cumprem com mais segurança o objetivo de
aquecer a água para o banho. Outra providência diz respeito à temperatura da
água. Pacientes confusos podem se queimar involuntariamente pela dificuldade em
discernir o quente do frio. Para evitar altas temperaturas, é relativamente
fácil trocar a resistência dos chuveiros e instalar mecanismos de controle.
As maçanetas e torneiras devem ser de fácil manuseio, evitando-se as
arredondadas e lisas, dando preferência às do tipo alavanca, confeccionadas em
material leve. Dependendo do grau de confusão mental do paciente, as torneiras
e maçanetas, às quais ele não deve ter acesso, podem ser confeccionadas de
forma a poderem ser retiradas com uma simples chave de fenda e guardadas em
local trancado. Quando o paciente for banhar-se, recolocam-se as torneiras
necessárias, ajusta-se a temperatura desejada e, se houver necessidade, ou, se
o paciente gosta de se demorar no banho, e se há convicção de que está em
segurança, podem-se retirar as torneiras e voltar alguns minutos mais tarde.
Essa atitude deve ser seriamente pensada e só se aplica a situações
emergenciais, como atender a um telefone ou à porta, e só na fase inicial da
doença com leve comprometimento cognitivo.
O uso dos chuveiros manuais é útil e de fácil manuseio. Certos pacientes
desfrutam melhor esse momento, com a possibilidade de direcionarem o jato
durante o banho.
Os objetos de uso pessoal e de higiene devem somente atender às necessidades
básicas e elementares. Uma toalha, sabão líquido, escova e pasta dental e papel
higiênico são suficientes. Todos os outros objetos devem estar em local seguro.
Os bidês são dispensáveis e a sua retirada elimina um fator de risco nas
quedas, especialmente traumas de crânio e da região torácica. A retirada ainda
aumenta a área livre de circulação, facilitando o uso de aparatos úteis como
cadeiras de rodas e cadeiras de banho.
Vale aqui também a regra de simplicidade e praticidade. Tudo que for supérfluo
e desnecessário deve ser retirado do ambiente em questão.
Com bom senso e considerando as reais necessidades do paciente, encontram-se as
respostas certas.
Depois do banheiro, a cozinha é o local mais
perigoso da casa. Isso é facilmente entendido porque nesse ambiente há
materiais tóxicos de limpeza, pisos escorregadios, panelas com alimentos
quentes, bicos de gás, chama do fogão e outros perigos, como liquidificadores
etc. Fornos, botijão de gás, facas e objetos cortantes, e objetos quebráveis
como copos e louças em geral devem estar em local seguro e completamente fora
do alcance do paciente. Só devem estar à mão os acessórios que não ofereçam
perigo potencial.
Em alguns países, as empresas fornecedoras de gás colocam gratuitamente,
mediante comprovação de residência do paciente com Alzheimer, válvulas de
segurança específicas.
Os fornos elétricos modernos são fonte de graves acidentes e por isso devem ser
mantidos em local seguro e inacessível. Não se deve permitir o livre acesso à
cozinha do paciente desacompanhado. Trancar a cozinha pode ser uma solução. A
colocação de uma tranca no alto da porta é uma boa alternativa.
Torneiras que se fecham automaticamente por mecanismo simples também previnem,
no caso de esquecimento, desperdício e possível alagamento do local.
A geladeira também merece atenção. Alguns pacientes, se não são
convenientemente supervisionados, podem abri-la e comer compulsivamente. Além
das restrições evidentes aos pacientes diabéticos e portadores de doenças
cardiovasculares, como insuficiência cardíaca e hipertensão arterial,
distúrbios gastrintestinais com vômitos e diarreias podem ocorrer, causados
evidentemente por alimentação inadequada. A colocação de fechaduras na
geladeira previne acidentes e evita essa possibilidade.
É interessante lembrar que, especialmente para aqueles que não são familiares
ou cuidadores, apesar de as medidas aqui propostas parecerem excessivas e
fantasiosas, elas são na realidade as únicas formas de prevenção e representam
uma possibilidade de melhoria de qualidade de vida não só para o paciente, como
também para todos que estão envolvidos na situação.
Para o verdadeiro cuidador que no dia a dia enfrenta uma série de situações
inusitadas, a eliminação de uma possibilidade de imprevisto redunda em grande
progresso. O caso específico de colocação de fechadura ilustra de modo claro
como uma medida simples elimina definitivamente uma possível intercorrência,
fazendo com que o acesso a alimentos e objetos perigosos e cortantes esteja sob
absoluto controle e segurança.
Na cozinha também existe outra possibilidade de acidentes característicos que
ocorrem com frequência. A ampla gama de produtos contidos em seu ambiente e a
diversidade de coloração dos pacotes, temperos, fósforos e outros objetos
especialmente plásticos atraem a atenção dos pacientes que podem levá-los à
boca e degluti-los.
A ingestão de produtos de limpeza ou mesmo de condimentos fortes como pimentas
em conserva pode ocorrer, desencadeando transtornos de variada gravidade. Dessa
maneira, é importante que a cozinha esteja livre desses objetos, que devem
estar em local seguro e inacessível ao paciente.
Normalmente os pisos são de material liso, o que pode provocar quedas.
A cozinha e os banheiros são áreas onde o piso pode estar molhado, úmido ou
engordurado, potencializando o risco. Deve-se, portanto, avaliar a
possibilidade de se colocarem faixas antiderrapantes ou, dentro das possibilidades
de cada um, providenciar a troca por revestimento mais adequado com
características antiderrapantes. A colocação de tapetes aderentes de borracha
nas áreas críticas também é uma boa alternativa.
Assim como em outros cômodos da casa, a cozinha contém móveis que podem
representar perigo se possuem cantos vivos, potencialmente cortantes. Móveis e
mesas de vidro devem ser evitados e, se possível, eliminados. Ainda com
respeito aos móveis, uma importante fonte de acidentes são as gavetas. A
tendência é manter em gavetas superiores objetos pesados, como talheres. No
caso de gavetas que podem ser retiradas totalmente do encaixe, há o risco de
elas caírem nos pés do paciente, provocando ferimentos e fraturas. A colocação
de fechaduras nas portas de acesso às gavetas ou a fixação destas de modo a não
saírem totalmente dos encaixes deve ser providenciada. Uma outra solução
prática é a mudança dessas gavetas para o nível mais baixo possível do móvel,
reservando a parte superior para a guarda de objetos leves.
Especialmente no Brasil, a presença de escadas em
casas é bastante comum. Os dormitórios geralmente estão no piso superior, e as
áreas de convívio, no piso inferior. Essa ligação promovida pelas escadas é
sede frequente de acidentes graves. É bom que se ressalte que, tendo em vista a
multiplicidade de problemas imprevistos que ocorrem no dia a dia quando se
cuida de um paciente totalmente dependente e da imprevisibilidade das reações,
qualquer acidente, mesmo leve, conduz a situações de grande tensão e desespero.
Uma simples torção de tornozelo no paciente demenciado pode refletir
substancialmente no aumento da carga já suportada pelo cuidador e, além disso,
transtornar e modificar rotinas preestabelecidas, prenúncio de um verdadeiro
caos nesse difícil e trabalhoso convívio.
Em relação aos aspectos ambientais, a regra geral é utilizar todos os recursos
possíveis, mesmo aqueles à primeira vista excessivos e bizarros, na tentativa
de prevenir possíveis acidentes passíveis de serem previstos, pois, mesmo com
todas essas medidas, acidentes podem ocorrer.
A regra então é eliminar os previsíveis e reservar energia e ânimo para outras
ocorrências não suspeitadas.
As escadas devem ser equipadas com corrimão robusto e de fácil apreensão. A cor
do corrimão deve ser contrastante com a parede e instalado apenas em uma parede
lateral, correspondente ao lado onde a largura dos degraus for maior.
Observa-se com frequência a instalação de corrimão nas duas paredes, e essa
medida é inadequada por duas razões:
- O paciente demenciado tem
dificuldade para fazer escolhas e pode titubear quanto a que corrimão
utilizar, o que aumentará sua desorientação e confusão, e consequentemente
haverá uma instabilidade momentânea, aumentando o risco de queda.
- Existe a possibilidade de o
paciente resolver utilizar os dois corrimãos, o que certamente resultará
numa posição incômoda, instável e antinatural, com probabilidade de queda.
Se os degraus são carpetados, é bom que se
verifique se estão absolutamente presos, sem rugas ou saliências. Se o piso da
escada é de material liso e, portanto perigoso, deve-se providenciar um
revestimento com material adequado. O final da descida, ou seja, o piso que
imediatamente se segue ao último degrau, também merece atenção, pois pisos de
pedra ou madeira aumentam a probabilidade e gravidade das quedas. Os pisos
devem ser de preferência revestidos de material que, de algum modo, funcione
como amortecedores no caso de acidentes, como o carpete.
Dependendo do grau de deterioração ou ainda do comportamento do paciente, a colocação
de portões ou restrições por grades às escadas deve ser instalada especialmente
na parte superior.
Independentemente do grau de deterioração mental, as escadas devem ser
obrigatoriamente muito bem iluminadas, de preferência 24 horas
por dia.
Uma medida complementar de segurança diz respeito à coloração da face anterior
dos degraus.
A pintura ou colocação de placas fluorescentes de cor laranja, vermelho ou
amarelo nesses locais aumenta a segurança, alertando o paciente e facilitando
sua visualização quanto à indicação da altura a vencer.
Outra medida adicional de segurança é a sinalização das escadas: grandes
flechas pintadas ou cartazes indicando a direção a seguir colaboram na
orientação dos pacientes.
Essa medida é interessante, pois o paciente desorientado e com problemas de
memória, no meio da descida, pode esquecer ou não entender o que está fazendo
ali. Esse sentimento de abandono e confusão leva a uma agitação imediata, e,
conforme o local onde isso está ocorrendo, a possibilidade de um acidente é
considerável. Torna-se claro que a melhor medida de segurança é o
acompanhamento e a supervisão constantes durante as 24 horas do dia. Como isso
nem sempre é possível, as medidas aqui apontadas de alguma forma conferem ao
paciente algum grau de independência e liberdade dentro do seu hábitat, com
certa segurança e com o intuito de prevenir muitos acidentes.
Soluções mais sofisticadas como elevadores de escadas que são instalados no
corrimão são de manejo relativamente simples. Os elevadores residenciais,
embora úteis, são caros, e sua instalação, mesmo quando possível, é bastante
complicada.
Viagens de carro
O paciente demenciado pode propiciar ao cuidador
uma viagem de carro tensa e penosa. Ele pode assustar-se com buzinas ou ruídos
altos de escapamentos, caminhões e mesmo com os reflexos dos vidros e espelhos
do automóvel.
Tendo em vista a possibilidade de apresentar alterações súbitas de
comportamento com agitação psicomotora, algumas medidas preventivas podem ser
propostas. O lugar de escolha para o paciente ser transportado é o banco
traseiro da direita. O uso de cinto de segurança é imprescindível, e, no caso
do carro de quatro portas, travas que impeçam a abertura por dentro devem ser
instaladas. Existem pacientes que desfrutam o passeio de carro, porém há outros
que detestam. Normalmente, a resistência a viagens fica por conta do medo do
desconhecido e da mudança súbita de ambiente, além do fato de ter seu
acompanhante voltado para outra atividade, dirigir, em vez de estar com ele.
Para contornar essas situações, não existem regras preestabelecidas. A
colocação de algum objeto familiar que interesse ao paciente ou algo que o
entretenha é uma boa medida.
Pacientes tensos e amedrontados às vezes se acalmam se são deitados no banco
traseiro.
É fundamental verificar se não há no carro pequenos objetos que podem ser
engolidos. Nunca se deve deixar o paciente sozinho dentro do carro, nem por um
minuto. Ele pode soltar o freio de mão, sentir-se preso e tentar abrir as
portas ou quebrar os vidros com consequências facilmente imagináveis.
De maneira geral, o mobiliário deve estar colocado
de modo a permitir uma circulação fácil, desprovida de obstáculos. Os
corredores devem estar bem iluminados e desimpedidos de vasos de plantas e
qualquer mobiliário. Os fios elétricos e extensões não devem atravessar, sob
nenhuma hipótese, as áreas de circulação. Móveis leves como cabideiros de
entrada, que podem ser puxados, devem ser fixados à parede.
Nos casos em que o paciente, invariavelmente, tromba com determinado móvel ou
parede, algumas medidas podem ser adotadas. Se não houver possibilidade da
remoção do obstáculo em questão, a colocação de fitas ou placas fluorescentes,
exatamente no local em questão, ou de uma fotografia que lhe seja familiar pode
alertá-lo e chamar sua atenção, evitando o acidente.
As tomadas elétricas devem ser protegidas por artefato específico, que é de
baixo custo e facilmente encontrado no comércio.
Outro fator de segurança é relativo aos locais onde o paciente possa se
trancar. O dia a dia colabora de modo negativo para o estabelecimento de
padrões de independência do paciente. Pacientes na fase inicial utilizam
determinados ambientes como banheiros, trancam-se e depois saem normalmente.
Com o passar do tempo, sem que familiares e cuidadores percebam, as
dificuldades aumentam e subitamente as pessoas que acompanham o paciente estão
diante de uma emergência.
O paciente entrou, trancou-se e não sabe destrancar a porta. Para evitar que
isso aconteça e visando proporcionar o maior grau possível de independência,
autonomia e dignidade, algumas medidas devem ser adotadas. A mais simples delas
é que todas as portas possam ser destrancadas pelos dois lados. As fechaduras e
maçanetas parecem atrair de maneira especial os pacientes demenciados, pois existem
aqueles que ficam horas manipulando as maçanetas ou tentando abrir as
fechaduras com uma chave imaginária. A simples mudança desses artefatos para
lugares mais altos ou inferiores pode solucionar o problema. As maçanetas
grandes e brilhantes ou coloridas atraem a atenção, e uma solução é trocá-las
por maçanetas simples de coloração suave, de pequena dimensão. Com relação às
fechaduras de modo geral, elas não devem ser do tipo bate-tranca, pois esse
tipo favorece a possibilidade de o indivíduo permanecer só e confuso fora da
própria casa, sem que possa retornar.
De preferências, as portas não devem estar com chaves, que devem ser guardadas
em local seguro e devidamente identificadas para rápida localização. Uma medida
alternativa é ter um jogo de cópias de todas as chaves da casa.
Quanto aos banheiros, medidas como a colocação de portas com vãos na parte
superior ou inferior que permitam a visualização do interior se necessário
asseguram alguma privacidade e aumentam o grau de supervisão. As portas devem
abrir para fora do banheiro, de modo a tornar possível a abertura no caso de o
paciente desmaiar e o corpo impedir a abertura para ser socorrido. A colocação
de travas em posição alta ou junto ao chão é eficiente e não costuma ser
percebida pelo paciente. Há outros recursos mais sofisticados, como a aplicação
de sensores nas roupas do paciente, os quais acionam alarmes quando algum local
vigiado é transposto.
Outra medida pouco usual, porém esteticamente favorável, é a colocação de
fechaduras eletrônicas acionadas por códigos. A criatividade e as condições
individuais de cada caso compõem o perfil de providências necessárias.
Existe um centro de cuidados diurnos na Califórnia, nos Estados Unidos,
especializado em doenças de Alzheimer, onde, na impossibilidade de se manter um
porteiro durante 24 horas por dia e tendo em vista que há uma grande circulação
de familiares, instalou-se uma fechadura acionada por código numérico. Para os
familiares acionarem esse dispositivo, colou-se uma placa acima do painel com os
seguintes dizeres: “Para abrir aperte, as seguintes teclas 2-3-9-8-7 – AO
CONTRÁRIO!”.
Essa medida inteligente limita os pacientes mesmo na fase inicial. Esse exemplo
ilustra a enorme gama de possibilidades na adaptação ambiental, para o melhor
convívio com o paciente.
Os passeios fora de casa devem ser incentivados, porém são sedes de grandes
perigos, como a ingestão de substâncias inadequadas entre elas as plantas
tóxicas, especialmente frutinhas de árvores, formigueiros e um sem-número de
outras possibilidades.
O risco de intoxicação e envenenamento é bastante provável quando se permite
que o paciente fique desacompanhado no exterior de casa. Fora de casa, no
quintal ou em outras áreas externas, a supervisão é sempre mais complicada. Os
locais externos também podem estar molhados e apresentar saliências e
depressões no piso, o facilitará quedas acidentais.
Em locais próximos de lojas, piscina ou no carro, nunca se deve deixar o
paciente desacompanhado.
Quanto às piscinas, pessoas que costumavam nadar esportivamente podem
esquecer-se dos movimentos, confundir-se e afogar-se mesmo em locais rasos.
Com uma lista de verificação, é possível saber o grau de segurança da
residência. Ao lado de cada perigo potencial, estão as providências a serem
adotadas. A tabela abaixo apresenta uma lista que deve ser utilizada
periodicamente.
|
|
Substâncias venenosas
|
Retiradas
|
Medicamentos
|
Guardados
|
Tapetes antiderrapantes
|
Colocados
|
Barras de seguranca
|
Instaladas
|
Prevencao de queimaduras
(chuveiros)
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Regulados
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Circulação
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Desbloqueada
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Superfícies deslizantes
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Protegidas
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Espelhos
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Cobertos/Retirados
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COZINHA
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Eletrodomésticos perigosos
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Fora de alcance
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Superfícies cortantes
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Protegidas
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Objetos perigosos: facas, espetos
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Guardados
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Materiais tôxicos: detergentes,
etc.
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Retirados
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Superfícies lisas
|
Protegidas
|
Pequenos objetos passíveis de serem
engolidos
|
Retirados
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ESCADAS
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Piso liso
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Revestido
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Tapetes soltos
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Retirados
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Acessos livres
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Bloqueados
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Corrimão
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Instalado
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Portoes de acesso com trava
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Colocados
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Luz de vigília
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Instalada
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QUARTO
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Luz de vigília
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Instalada
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Lâmpadas, aquecedores, tomadas
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Protegidas
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Interruptores de difícil manejo
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Trocados
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Tapetes
|
Retirados
|
Espelhos
|
Retirados
|
Móveis muito baixos: cadeira, sofá
|
Trocados/adaptados
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Cama alta
|
Trocada/adaptada
|
Extensoes elétricas
|
Retiradas/embutidas
|
Quadros pesados
|
Fixados/retirados
|
Superfícies cortantes
|
Protegidas
|
Tacos soltos
|
Colados
|
Abajur
|
Fixado
|
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