1. Quando tomar banho for um problema...
2 - Apareceu uma ferida, isso é grave?
3. Cuidar bem da boca é sempre necessário!
4. Com que roupa fica mais fácil evitar problemas?
5. Alimentação: Muito, pouco, a qualquer hora, o que é
melhor?
6. Nutrição o que significa realmente
7. Hidratar adequadamente evita muitos problemas
8. Andar sem parar, o que é isso?
9. Ele esta vendo coisas, o que eu faço?
10. Ele está me acusando de té-lo roubado...
11. Como eu o "obrigo" a tomar o remédio?
12. Proteger o paciente de si mesmo, como?
13. É uma convulsão: socorro!!!
14. Ele engasgou... e agora?
15. É preciso mantê-lo ocupado!
16. O que eu faço quando ele tira a roupa em público
17. Ele gostava de viajar, não pode mais?
18. Ele me bateu!!
19. Atenção! Depressão é uma doença tratável!!
20. Ele perde urina na roupa, e agora?
O que é Doença de Alzheimer?
1. Quando tomar banho for um problema...
Tentar identificar a(s) causa(s) da recusa é um bom começo.
O paciente pode estar com dificuldade para caminhar, ter
medo da água, medo de cair, pode estar deprimido; com infecções que geram mal
estar, dor, tonturas ou mesmo sentir-se envergonhado por expor seu corpo diante
de um cuidador estranho, especialmente se for do sexo oposto.
Adaptando o ambiente
Todas as adaptações deverão ser feitas mediante o grau de
dependência apresentado.
Mantenha o piso seco e no interior do box utilize tapetes
anti-derrapantes (emborrachados) para evitar quedas.
A colocação de barras de segurança na parede (semelhantes
àquelas utilizadas em academias de balet) são de grande ajuda, pois permitem
que o paciente se apoie nelas durante o banho, fazendo-o sentir-se mais seguro.
Se é difícil para ele manter-se em pé por muito tempo, pense
que talvez uma cadeira de banho vá auxiliá-lo e permitir maior conforto.
Respeite seus hábitos
Os que apresentam dependência leve devem ter seus hábitos de
higiene respeitados como: horário do banho, marca de sabonete, shampoo, etc.
Não há razão para se "obrigar" o paciente a
banhar-se pela manhã se é seu hábito fazê-lo à tarde.
É interessante se criar uma rotina para aqueles que
apresentam dependência severa, isto facilita o trabalho do cuidador e cria um
hábito para o paciente.
Mesmo os acamados devem ser levados ao banheiro para que
seja realizado o banho de chuveiro, esta é uma ótima oportunidade de
mobilização.
Banhos no leito devem ser evitados, sendo indicados apenas
para aqueles pacientes com prescrição de repouso rigoroso no leito.
Indo para o Banheiro
Prepare o banheiro previamente e leve para lá todos os
objetos necessários à higiene.
Elimine correntes de ar fechando portas e janelas.
Separe as roupas pessoais antecipadamente.
Regule a temperatura da água que deve ser morna.
Se possível, o paciente deve ser despido no quarto e
conduzido ao banheiro protegido por um roupão, neste momento, evite fixar os
olhos em seu corpo (isto pode constrangê-lo), observe-o sutilmente.
O Banho propriamente dito
Oriente-o para iniciar o banho e auxilie-o, se necessário.
Não faça por ele. Estimule, oriente, supervisione, auxilie.
Apenas nos estágios mais avançados da doença o cuidador deve assumir a responsabilidade
de dar o banho.
Aproveite a oportunidade para massagear suavemente a sua
pele, isto favorece a circulação sangüínea e produz grande conforto.
Não utilize buchas de banho, lembre-se que a pele é muito
sensível e você pode provocar lesões.
Lave a cabeça no mínimo 3 x por semana, utilize shampoo
neutro, observe se há lesões no couro cabeludo. Mantenha se possível, os
cabelos curtos.
Observe se há necessidade de cortar as unhas das mãos e dos
pés, em caso positivo, posteriormente, corte-as retas com todo o cuidado
especialmente nos pacientes diabéticos.
Após o banho, seque bem o corpo, principalmente as regiões
de genitais, articulares (dobra de joelhos, cotovelos, axilas) e interdigitais
(entre os dedos).
2 - Apareceu uma ferida, isso é grave?
Um dos problemas mais comuns apresentados pelo portador da
doença de Alzheimer, especialmente aqueles que mantém-se por longos períodos no
leito ou poltronas são as úlceras por pressão (escaras). Existem muitas causas
que podem ser responsáveis pelo seu aparecimento, entre elas, desnutrição,
desidratação, anemias, infecções, aparelhos gessados, má higienização e, a mais
freqüente, imobilidade.
Observe com atenção se o paciente está recebendo dieta e
hidratação adequadas.
Deve-se prevenir a qualquer custo o seu aparecimento.
Mantenha a pele hidratada, utilizando loções hidratantes por
todo o corpo após o banho.
Pacientes mais dependentes devem ter, sobre o colchão
normal, o colchão casca de ovo. Os lençóis devem estar perfeitamente esticados
sobre a cama, livres de pregas e rugas que machucam a pele.
Os lençóis devem ser trocados sempre que forem molhados.
Se o paciente recebe sua alimentação no leito, eleve a
cabeceira, e ao final, inspecione a cama para remover quaisquer resíduos de
alimentos que, eventualmente, tenham caído durante a refeição.
Deve-se evitar pressões demoradas do corpo sobre a cama,
especialmente em regiões com proeminências ósseas como, parte lateral do
quadril e coxa, região do cóccix (final da coluna), ombros, entre os joelhos,
cotovelos, tornozelos, calcanhar.
Posicionar o paciente na cama ou poltrona, com pequenas
almofadas casca de ovo, nas regiões críticas.
Quando no leito, fazer mudança de decúbito (posição) de
2/2h.
Ao mobilizar o paciente ou quando for trocá-lo, massagear a
pele que está sofrendo pressão maior.
Quando estiver sentado, mantê-lo sobre uma almofada casca de
ovo, e, levantá-lo a cada duas horas, massageando a pele que está sofrendo
pressão.
Qualquer sinal de hiperemia (vermelhidão) na pele, deve
merecer maior atenção, proteja a região avermelhada com hidratantes, faça
massagens que irão ativar a circulação e se possível, exponha a região ao
calor.
A higiene rigorosa da pele é a maior arma que se tem para se
prevenir ou deter a evolução de uma escara. Por isso, em caso de pequena lesão
aberta, esta deve ser lavada com água e sabão, e não sofrer pressão de nenhuma
espécie.
As lesões mais profundas devem ser lavadas com Soro
Fisiológico 0,9%, morno (para que não haja vasoconstrição), e tratadas com
cremes/pomadas ou antibióticos sistêmicos prescritos pelo médico.
Todas as lesões devem ser expostas ao calor, a luz solar
matinal, ou o calor artificial, gerado por uma lâmpada infra vermelha, que deve
ser aplicada à pele com cuidado, para não produzir queimaduras, ou seja, num
tempo de exposição de aproximadamente 15 minutos, a uma distância da pele de
30cm. Este calor promoverá a vasodilatação sangüínea, aumentando a oferta de
oxigênio aos tecidos, facilitando a cicatrização.
Se surgirem pequenas bolhas na pele, não se deve furá-las, mas
expor ao calor seguindo a mesma orientação anterior.
Lesões infectadas (com presença de pus), devem ser avaliadas
pelo médico, ele saberá indicar qual creme ou pomada estará indicado a cada
paciente, individualmente.
Lesões infectadas podem receber curativos com açúcar, e
neste caso, manter o açúcar na lesão por um período não superior a 30 minutos,
lavando bem em seguida a área afetada e procedendo após, o curativo habitual.
Não coloque sobre a lesão nenhum tipo de receita caseira,
ensinada por amigos, vizinhos ou curiosos, lembre-se, apenas o médico, após
avaliação, terá condições de prescrever a medicação e curativos corretos.
Atenção! Sua maior arma contra as escaras é a prevenção.
Isto se faz através da observação rigorosa do paciente, de sua pele, da
higienização e da mobilização.
3. Cuidar bem da boca é sempre necessário!
A higiene oral é um hábito saudável e agradável que deve ser
mantido ao longo de toda a vida. Alterações da mucosa oral, perda de dentes, próteses
mal ajustadas, gengivites (inflamação das gengivas), diminuição do fluxo
salivar, são fatores que podem ocasionar infecções na cavidade oral.
A higiene oral deve ser realizada após cada refeição ou num
mínimo de 3 x dia.
A boca deve ser inspecionada imediatamente após cada
refeição, para que dessa forma, possa ser removido todo e qualquer resíduo
alimentar.
Utilizar escovas de dentes de cerdas macias, massageando as
gengivas verticalmente com suavidade.
Pode-se utilizar após cada escovação anti-sépticos orais,
mantendo assim um hálito agradável.
Algumas vezes é muito difícil fazer com que o paciente abra
a boca para se fazer a higiene oral. Tente introduzir delicadamente uma
espátula entre os dentes e faça um movimento rotatório, caso não seja possível,
utilize o próprio dedo indicador envolto em gaze para que seja possível a
higienização.
A Língua
A língua deve ser massageada com escova macia, para remoção
de sujidades.
Em caso de haver presença de uma crosta branca sobre a
língua - saburra - removê-la utilizando uma solução de bicarbonato de sódio, na
proporção de 1 colher de café de bicarbonato em 1 copo d´água. Para executar a
limpeza da língua, molhar na solução a escova de dentes, ou uma espátula
envolvida em gaze, ou mesmo o próprio dedo indicador envolto em gaze e proceder
a limpeza. Esta deve ser feita com movimentos suaves, sem esfregar.
O que observar
Deve-se observar cuidadosamente a presença de lesões na
cavidade oral - manchas brancas, vermelhas, pequenos ferimentos que sangram e
não cicatrizam - e neste caso, alertar o médico responsável.
Cuide bem das
próteses
Deve-se ter maior atenção para a higiene oral naqueles
pacientes que usam próteses dentárias. Estas devem ser retiradas após cada
refeição, higienizadas fora da boca, e após limpeza da cavidade oral, recolocadas.
Pacientes muito confusos, devem ter suas próteses dentárias
retiradas à noite, colocadas em solução anti-séptica, e após higienização,
recolocadas pela manhã.
Observar a estabilidade da prótese dentária na boca do
paciente, lembrar que com o envelhecimento ocorre perda de massa óssea, fazendo
com que as próteses fiquem frouxas e se desestabilizem. É conveniente, neste
caso, aconselhar-se com um dentista.
Observar a presença de cáries ou dentes quebrados que causam
dor. Existem equipes de profissionais (dentistas), que atendem no domicílio
aqueles pacientes que se encontram impossibilitados de comparecer ao
consultório.
Muitas vezes, a recusa do paciente em alimentar-se ou sua
agitação no horário de refeições deve-se ao fato de próteses mal ajustadas ou
significar simplesmente uma dor de dentes.
4. Com que roupa fica mais fácil evitar problemas?
Manter um vestuário simples e confortável, criando sempre
que possível a oportunidade de escolha pelo próprio paciente é de fundamental
importância; essa rotina permite a preservação da personalidade elevando a auto
estima e a independência.
Estimular a independência é fundamental.
As roupas devem ser simples, confeccionadas com tecidos
próprios ao clima.
O paciente pode ter perdido a capacidade de expressar
sensações de frio ou calor, dessa forma, nunca esquecer de tirar ou colocar
agasalhos, conforme a variação da temperatura.
O cuidador deve, ao falar com o paciente, colocar-se no seu
campo visual, ou seja diante dele, orientando-o calmamente e gesticulando, se
necessário.
Deve-se estimular o ato de vestir-se sozinho, dando
instruções com palavras fáceis de serem entendidas.
Dê a ele a oportunidade de optar pelo tipo de vestuário e as
cores que mais Ihe agradem. Apenas supervisione, pois pode ser que haja
necessidade de auxiliá-lo na combinação de cores.
Tenha calma e paciência, não o apresse enquanto ele executa
sua rotina de vestir-se.
Para que ele mesmo possa procurar suas roupas, nos armários,
cole fotos de peças e ou objetos pessoais na parte externa da gaveta ou
guarda-roupas. Isto o ajudará a encontrar rapidamente o que procura.
Roupas como blusas, camisas ou suéteres, deverão ser
preferencialmente abertos na parte da frente, para facilitar a colocação ou
retirada.
Evite roupas com botões, zíperes e presilhas, elas
dificultam o trabalho do paciente para abri-los ou fechá-los. De preferência às
roupas com elástico ou velcro.
Nas fases mais avançadas da doença, deve-se dar preferência
aos conjuntos do tipo moletom, em função de sua praticidade.
Pacientes limitados à cadeiras de rodas ou poltronas, o
critério para a escolha do vestuário é ainda mais rigoroso. Deve-se optar por
roupas confortáveis, largas, especialmente nos quadris.
O uso de objetos pessoais (acessórios), pode ser mantido,
porém, com a evolução da doença, as jóias deverão ser substituídas por
bijuterias.
Na medida do possível, deve-se providenciar um roupão, para
que o paciente possa se despir no quarto e, protegido, ser conduzido ao banho.
Deve-se evitar o uso de chinelos, pois eles facilitam as
quedas.
Todos os tipos de sapatos devem ser providos por solados
anti-derrapantes, os mais indicados são aqueles que possuem elástico na parte
superior, pois além de serem fáceis de tirar e colocar, evitam que o paciente
tropece e caia, caso o cadarço se desamarre.
5. Alimentação: Muito, pouco, a qualquer hora, o que é
melhor?
Nem sempre alimentar o portador da doença de Alzheimer é
tarefa fácil. Horários regulares, ambiente tranqüilo, especialmente muita calma
e paciência da parte do cuidador, são fatores imprescindíveis para que a alimentação
seja bem aceita pelo paciente.
O paciente deverá estar sentado confortavelmente para
receber a alimentação.
O ambiente deverá ser calmo, livre de ruídos.
Jamais ofereça alimentos ao paciente quando este estiver
deitado.
Os pacientes que ainda conservam a independência para
alimentar-se sozinhos devem continuar a receber estímulos para esta ação, não
importando o tempo que levem para fazê-lo.
O cuidador nunca deverá criticar ou apressar o paciente durante
as refeições.
As instruções passadas ao paciente deverão ser claras e o
comando suave.
Para aqueles pacientes que demoram para alimentar-se, o uso
de baixelas térmicas, que mantém o alimento aquecido por mais tempo, é bastante
útil.
Independentemente da apresentação da dieta - sólida, pastosa
ou líquida - deve-se, sempre que possível, respeitar as preferências do
paciente. Uma pessoa que sempre gostou de comer carne, mas que já não consegue
deglutir pequenos pedaços, deve ter a carne liqüidificada e servida em consistência
de purê. O mesmo artifício deve ser utilizado para os outros alimentos.
O convívio com a família é de extrema importância. Sempre
que possível, deve-se permitir que o paciente alimente-se em companhia de seus
familiares.
A vida social deve ser mantida enquanto possível. Se era
hábito do paciente almoçar fora, os restaurantes devem ser selecionados e a
opção por um local tranqüilo é a ideal.
Os utensílios utilizados durante a refeição devem ser
preferencialmente lisos e claros. As estampas - de pratos, por exemplo - podem
distraí-lo e reduzir sua concentração naquilo que Ihe é explicado no momento
(mastigação e deglutição).
Aqueles que apresentam dependência severa devem ser
alimentados com colheres, em lugar de garfos.
Os alimentos crus e secos devem ser evitados, pois o perigo
de engasgamento é maior.
Doces e salgados serão permitidos, desde que não haja
restrição médica. Os temperos devem ser suaves e os molhos picantes evitados.
Caso haja engasgamento, mantenha a calma, coloque-se
imediatamente atrás do paciente e abraçando-o com as duas mãos juntas, comprima
o abdome, fazendo pressão sobre o diafragma.
Após cada refeição, a higiene oral é indispensável e deve
ser realizada uma inspeção cuidadosa da boca, a fim de que possa ser removido
todo e qualquer resíduo alimentar.
6. Nutrição o que significa realmente
Nutrição não deve ser confundida com alimentação, na maioria
dos casos as pessoas bem alimentadas estão mal nutridas.
Os idosos podem necessitar de uma maior oferta de proteínas
(cames brancas, como peixes e aves; carnes vermelhas, desde que sem gordura;
leite desnatado; queijo fresco etc.); além de carboidratos (açúcares, massas) e
reguladores, fontes de vitaminas e minerais (vegetais, frutas e legumes).
No entanto, a nutrição adequada a cada paciente deve ser
orientada por profissional competente, uma nutricionista.
Lembrar que o suprimento das necessidades nutricionais é um
fator que deve ser analisado clinicamente, considerando-se hábitos e gasto
energético individuais, sendo que esses fatores variam de indivíduo a
indivíduo.
As refeições devem conter pelo menos um alimento de cada
grupo, a saber: construtores (proteínas), energéticos (carboidratos) e
reguladores (frutas, legumes e vegetais).
É importante analisar hábitos antigos do paciente e
mantê-los, desde que não haja prejuízo nutricional para ele.
Alguns pacientes mudam seus hábitos alimentares com a
evolução da doença, dando preferência a pequenos lanchinhos ou guloseimas que
alimentam, porém não nutrem. Tente incrementar estes lanches garantindo que ele
receba quantidades adequadas de proteínas, carboidratos e reguladores.
É importante chamar a atenção do cuidador para que as
informações de como nutrir o paciente deve advir de profissionais capacitados
(nutricionista), que após avaliação terão condições de prescrever uma dieta
adequada a cada paciente individualmente.
Rotineiramente o paciente deve (sob orientação médica),
realizar exames laboratoriais para que seja analisado seu estado nutricional. A
freqüência destes exames irá variar de acordo com o quadro clínico apresentado.
A presença de edemas (inchaços) pode, em alguns casos,
significar desnutrição. É conveniente consultar um médico.
Atenção para perda de apetite, que pode estar relacionada a
várias causas que devem ser investigadas e tratadas. Lesões da boca, infecções,
doenças crônicas ou refeições que não estejam do agrado do paciente são alguns
exemplos.
Deve-se aumentar a oferta de nutrientes como proteínas,
vitaminas e minerais, quando em presença de infecções, permitindo assim, uma
reabilitação precoce.
O controle do peso corporal deve ser feito mensalmente,
alterações súbitas (ganho ou perda ponderal), merecem investigação clínica.
7. Hidratar adequadamente evita muitos problemas
Queixas de hipotensão (pressão baixa), acúmulo de secreções
bronco-pulmonares (catarro), obstipação intestinal (prisão de ventre), são
algumas das complicações que na maioria das vezes estão relacionadas a quadros
de desidratação, que nos pacientes idosos pode dar origem a complicações clínicas
sérias e de difícil manejo.
Oferecer líquidos é de extrema importância, não se deve
esquecer que eles colaboram para o equilíbrio de todos os sistemas orgânicos.
Deve-se oferecer uma quantidade de líquidos equivalente a 2
litros por dia, na forma de água, chás, sucos, vitaminas etc.
O volume indicado deve ser fracionado em pequenas doses que
ao fim do dia devem somar 2000ml.
Deve-se garantir que a quantidade de líquidos ingerida seja
mais ou menos igual às perdas (urina, suor, lágrimas, saliva).
Oferecer copos cheios de água causam uma sensação de
plenitude gástrica desconfortável para o paciente, ofereça pequenas quantidades,
várias vezes ao dia.
Lembrar que a maioria dos idosos ingere pouca quantidade de
água pura. Colocar sabor na água como os sucos, refrescos, etc. é uma
estratégia eficaz.
A ingestão adequada de líquidos também é de extrema
importância para a manutenção do adequado turgor cutâneo (elasticidade da
pele), melhorando conseqüentemente a resistência da pele.
Pacientes diabéticos devem receber líquidos adoçados
artificialmente.
Aqueles que possuem restrição de líquidos prescrita por médico
devem respeitá-la com rigor.
Idosos acumulam facilmente secreções bronco-pulmonares, a
oferta adequada de líquidos possibilita uma expectoração mais rápida,
prevenindo infecções.
Nas fases mais avançadas, devem ser servidos sucos espessos
- como vitaminas, ou engrossados com gelatina, por exemplo - eles reduzem os
riscos de engasgamentos.
Jamais ofereça líquidos com o paciente deitado, este deve
estar em posição sentada ou recostada em travesseiros. Esta medida reduz o
risco de aspirações e otites (dor de ouvido).
Atenção! Quedas de pressão arterial, diurese concentrada
(urina escura) e baixo débito urinário (pouco volume de urina) podem estar
associados à baixa ingestão de líquidos.
A obstipação intestinal (intestino preso) é outra queixa
comum que também pode estar associada a baixa ingestão de líquidos, imobilidade
e dieta inadequada.
Lembre-se de que o coração (assim como uma bomba d´água)
necessita de volume para trabalhar adequadamente. A falta de líquidos pode
trazer conseqüências graves para o paciente.
Pacientes que apresentam dificuldade para digerir alimentos
(disfagia) devem receber alimentação específica, orientadas por profissionais
especializados (fonoaudiólogos e nutricionistas).
Em determinados momentos da evolução da doença pode haver
necessidade da colocação de sondas para alimentação e especialmente para
hidratação.
8. Andar sem parar, o que é isso?
Trata-se de um estado de inquietude que faz com que o
paciente ande de um lado para outro, sem demonstrar sinais de cansaço. Fenômeno
conhecido por vagância ou perambulação. É uma alteração de comportamento que
também pode estar relacionada a quadros infecciosos e desidratação.
A principal preocupação evidentemente está em trabalhar para
o reconhecimento das possíveis causas da vagância, além de manter a segurança
pessoal/ambiental.
A perambulação pode ocorrer a qualquer momento (dificilmente
no início da doença), alguns pacientes não a apresentam, isto porque não existe
um padrão de evolução igual para todos eles. O cuidador deve pensar, portanto,
em formas de minimizar os riscos e perigos que a perambulação pode oferecer
(quedas, fugas).
Familiares próximos, comerciantes, amigos, vizinhos, devem
ser comunicados quando o paciente apresentar este fenômeno. Eles devem ser
orientados que, caso o paciente seja encontrado vagando pelas ruas, devem
aproximar-se calmamente e tranqüilizado-o, conduzi-lo para casa.
A dieta que o paciente recebe deve ser equilibrada com uma
oferta maior de carboidratos, pois o seu consumo de energia é maior. Esta é um
dos fatores que pode explicar a perda de peso.
A desorientação têmporo-espacial (incapacidade para
reconhecer dias e noites e o local onde se encontra) também pode explicar a inquietação
motora demonstrada pelo paciente.
Infecções, reações adversas a alguns medicamentos, dores,
fecalomas (fezes em consistência de pedra), devem ser descartados por um
médico. Às vezes a presença de um inseto nas roupas ou qualquer outra sensação
de desconforto, pode causar inquietude motora, fazendo o paciente vagar.
Alterações de sono também são responsáveis pela
perambulação. Deve-se evitar que o paciente durma durante o dia. Lembrar que
idosos tem menor necessidade de sono.
Pacientes que apresentam perambulação noturna (caminham à
noite), não devem dormir de meias, o risco de escorregar e cair é muito alto.
Mantenha o paciente ocupado durante o dia, atividades e
exercícios físicos adaptados as suas limitações (se houverem) devem fazer parte
de sua rotina.
Caminhadas, atividades domésticas simples, serão de grande
valor, e embora ele (a) muitas vezes não consiga terminar uma atividade, gasta
energia e possivelmente terá um sono mais tranqüilo.
Medidas de segurança devem ser adotadas, mesmo para aqueles
pacientes que nunca tenham se perdido; ele deve ser observado sutilmente,
identificado com uma pulseira, medalha ou até mesmo na parte interna da
etiqueta do vestuário com nome, endereço e se possível dados médicos.
Todos os riscos devem ser avalizados pelo cuidador. Assim,
portas, janelas, poços, piscinas, escadas, sacadas, devem ser supervisionadas
rotineiramente com a finalidade de manter a segurança do paciente que vaga.
Os arredores da casa também devem ser analisados, ruas com
tráfego intenso oferecem grande perigo.
Travas colocadas na parte alta ou baixa da porta mantém a
casa segura e dificilmente são percebidas pelo paciente.
Se houver quintal, este deve ser protegido por cercas altas
e firmes ao redor.
Vãos abertos em escadas devem ser fechados.
As chaves do carro devem ser guardadas em local seguro,
longe do alcance do paciente. Muitos já foram encontrados após horas, perdidos,
dirigindo inclusive carros de outras pessoas. Pense que talvez retirar uma ou
outra peça do carro, impedindo com isso que ele funcione, pode ser uma boa
solução alternativa.
Caso o paciente saia e se perca, é conveniente iniciar a
procura em locais que habitualmente ele freqüentava, familiares a ele.
Lembre-se o paciente não pode sentir-se perseguido pelo
cuidador, observe-o e supervisione suas atividades com sutileza.
9. Ele esta vendo coisas, o que eu faço?
Algumas pessoas podem apresentar alucinações visuais ou
auditivas, quando apresentam a falsa impressão - sem que haja um estímulo
externo - de estar vendo ou ouvindo coisas que outras pessoas não vêem ou
ouvem, respectivamente.
Esta alteração de comportamento provoca grande transtorno no
seio familiar, especialmente porque, a maioria das pessoas não estão preparadas
para administrar bem esta situação.
Esta é uma situação muito especial e requer calma e
paciência para trazer o paciente de volta à realidade, sem grandes traumas.
São várias as causas que geram crises de alucinação e o
paciente deve passar por uma avaliação médica para determiná-las com segurança.
Deve-se estar atento à presença de doenças do sistema
urinário, infecções, dependência de álcool, reações adversas às medicações
utilizadas, desidratação, dores severas e presença de fecaloma (fezes em
consistência de pedra).
O cuidador deverá estar atento às reações colaterais dos
medicamentos utilizados pelo paciente (efeito que ocorre simultaneamente ao
desejado, nem sempre confortável para o paciente). Em presença de qualquer
reação adversa (efeito indesejado e não esperado apresentado pelo paciente), como
mudanças comportamentais, tremores etc. o médico deve ser avisado
imediatamente.
Com o avançar da idade, a diminuição das acuidades visual e
auditiva pode ser um fator desencadeante de alucinação. É importante que o
paciente visite regularmente seu médico para avaliação dessas funções e
possível encaminhamento à especialistas em oftalmologia e fonoaudiologia.
Não se deve discutir com o paciente aquilo que ele diz ver
ou ouvir, tampouco entrar na alucinação concordando com aquilo que ele vê ou
ouve. Frases como: "sei que você viu, mas eu não vi", costumam acalmar
e transmitem confiança.
Tente conduzir o paciente para outro lugar da casa,
convidando-o a passar por áreas mais claras, quando a alucinação acontece.
Busque atividades interessantes que o agradem e distraiam,
observe fotos de paisagens bonitas, álbuns de família. Estes são alguns
exemplos que ajudam a reduzir alucinações.
Tente trabalhar sempre na tentativa de trazer o paciente à
realidade. Observe quais ruídos, objetos etc. são responsáveis pela alucinação
e providencie para que sejam removidos.
Cortinas, papéis de parede ou louças estampadas costumam
gerar crises, nesse caso, é conveniente substituí-los por padronagens lisas e
claras.
Sombras na janela, podem ser provocadas por vegetação
(folhas de árvores que balançam ao vento), e neste caso, devem ser podadas.
Evite espelhos, em algum momento da evolução da doença eles
podem desencadear uma crise alucinatória, quando por exemplo o paciente perder
a capacidade de reconhecer sua própria imagem refletida. Cobri-los ou
removê-los é o ideal.
Saiba respeitar uma crise de alucinação, que para o paciente
é bastante real, com palavras calmas, tom de voz suave e o toque carinhoso,
traga-o de volta à realidade, transmitindo-Ihe confiança.
10. Ele está me acusando de té-lo roubado...
Trata-se da falsa crença que o paciente apresenta de estar
sendo roubado, perseguido por pessoas estranhas ou membros da própria família.
Alteração conhecida por delírio. Acredita que não está em sua casa e freqüentemente
pede para ir embora, desconhece as pessoas que com ele convive dizendo que há
estranhos em casa.
Todas as alterações de comportamento apresentadas na doença
de Alzheimer são responsáveis por grande transtorno familiar, gerado pela
"sensação" de incapacidade que o cuidador sente em manejar
adequadamente os pacientes que as apresentam.
É extremamente importante que o cuidador tenha consciência
de que o paciente não sabe o que está fazendo. Agir com calma, paciência e
carinho diante de delírios.
Tranqüilize-o caminhando pela casa para mostrar-Ihe que não
há ninguém estranho.
Mantenha objetos familiares a ele espalhados pela casa, para
que dessa forma ele não se sinta em ambiente estranho.
Não responda às acusações, lembre-se, ele não sabe o que
faz.
Se ele não confia mais em quem sempre administrou suas
economias, não se magoe, entregue esta função a outra pessoa de confiança.
Quando ele solicita a todo momento que quer ir embora para
casa, leve-o a dar uma volta e retorne dizendo: Pronto...! chegamos em casa.
Este é um artifício bastante eficaz. No entanto, saia de casa acompanhado por
mais uma pessoa, no momento em que ele estiver calmo.
É muito comum que ao desconhecer um rosto conhecido e amigo,
ele o confunda com um agressor de um assalto que nunca existiu. Entenda que
este é um delírio e que por mais que ele o ofenda você deve tentar acalmá-lo com
carinho. O que para você é um delírio, para ele é uma realidade.
Use e abuse do toque suave, do abraço e dê todo o amor e
respeito que o paciente precisa e merece. As situações motivadas pelo delírio
devem ser tratadas com delicadeza e seriedade.
11. Como eu o "obrigo" a tomar o remédio?
Alguns pacientes recusam-se a tomar as medicações
prescritas, outros querem medicar-se a todo momento. É importante reconhecer
que medicamentos e doses só devem ser administrados se prescritos por um
médico.
Sempre que o paciente necessitar ser medicado, deve-se
consultar um médico.
Nunca dê remédios (por mais "inofensivos" que
possam parecer) ou receitas caseiras para gripe, obstipação intestinal,
hipertensão etc., sem que seu médico esteja ciente. É comum a ocorrência de
problemas sérios após o uso de medicamentos ditos "inofensivos".
Informe todos os médicos envolvidos com o paciente com
respeito às drogas utilizadas por ele.
Reações adversas podem ocorrer: agitação, alucinação,
prostração, dores abdominais, náuseas, vômitos etc., neste caso o médico
responsável deve ser avisado imediatamente.
Pacientes que fazem de uso de medicação digitálica devem ter
seus batimentos cardíacos contados antes da medicação, pulsações abaixo de 60
batimentos/minuto devem ser comunicadas ao médico.
As medicações hipotensoras (para pressão alta) exigem
controle da pressão arterial antes de serem ministradas, naqueles pacientes que
apresentam variações da pressão.
Caso haja uma queda súbita da pressão arterial, contate o
médico e mantenha o paciente no leito com os membros inferiores elevados, sem
travesseiros. Oferecendo líquidos à vontade.
O cuidador jamais deverá mudar doses e horários das
medicações sem consultar o médico anteriormente.
Nunca repartir medicamentos com outros cuidadores ou
pacientes, lembre-se que uma mesma droga pode ter efeito benéfico em um paciente
e produzir efeitos nocivos em outro.
Mantenha em seu poder uma lista atualizada dos medicamentos
que estão sendo utilizados pelo paciente, contendo nome da medicação, dose,
horário e data do início do tratamento. Estes dados poderão ser úteis em casos
de reações adversas ou superdosagem.
Procure saber com antecedência quais farmácias mais próximas
estarão de plantão nos finais de semana, feriados e/ou plantão 24h.
Mantenha sempre à mão o número de telefone do médico,
hospitais e prontos-socorros para eventuais atendimentos de emergência.
Claramente, o cuidador deve informar ao paciente o tipo de
medicamento que ele está usando e porquê. Esta medida é muito eficiente
especialmente nas fases iniciais da doença e fará com que o paciente aceite a
medicação com maior facilidade.
Caso o paciente não aceite a medicação, porque tem
dificuldade para engolir ou cospe os comprimidos, estes devem ser triturados e
misturados aos alimentos ou ao suco.
Se a absorção do medicamento for no estômago e produzir intolerância
gástrica (azia, náuseas, vômitos, plenitude), o médico deve ser comunicado
para, se for o caso, interromper a terapêutica, substituir a apresentação (de
comprimido para líquido ou injetável) ou ainda prescrever um protetor gástrico,
simultaneamente.
Supervisionar doses e horários das medicações prescritas é
dever do cuidador, que não deve esperar que o paciente as tome por si só.
Haverá um momento em que a responsabilidade pela administração das drogas
ficará inteiramente a cargo do cuidador.
Armários que contenham medicamentos deverão ser mantidos
fechados à chave, e estas guardadas em local inacessível ao paciente.
O paciente nunca deverá ficar sozinho com medicamentos ao
seu alcance.
Ao administrar a medicação, o cuidador deverá ter certeza de
que o paciente engoliu pois caso ele não o tenho feito, além de não estar
medicado, se cuspiu, crianças e/ou animais domésticos poderão acidentalmente
ingeri-Ios.
Qualquer suspeita de superdosagem de medicamentos ou
ingestão de produtos tóxicos deve ser comunicada ao médico antes de se provocar
vômitos ou realizar qualquer tipo de procedimento.
Em situações de emergência, quando não é possível o contato
com o médico do paciente, este deve ser levado imediatamente ao pronto socorro
mais próximo.
12. Proteger o paciente de si mesmo, como?
Pacientes confusos, vagantes, com limitações motoras,
desorientados no tempo e no espaço, necessitam de supervisão constante e
algumas medidas, que previnam a ocorrência de acidentes, tanto domésticos
quanto em ambientes externos devem ser adotadas.
Dessa forma pensar em adaptar o ambiente tornando-o mais seguro
e é de suma importância.
Adotar medidas preventivas ainda é a maneira mais eficaz de
se promover a segurança do paciente portador da doença de Alzheimer.
É importante enfatizar que todos os cuidados preventivos
estão intimamente relacionados com a adaptação ambiental.
Inicialmente analise cada compartimento da casa, a fim de
eliminar riscos potenciais de acidentes.
A cozinha e o banheiro são freqüentemente os dois ambientes
mais perigosos para o portador da doença de Alzheimer.
Embora as adaptações sejam necessárias, não devem
descaracterizar totalmente o ambiente familiar ao paciente e pelo qual ele tem
apreço. Assim, móveis e objetos familiares a ele devem ser mantidos no mesmo
lugar.
Todos os objetos perigosos devem ser removidos,
genericamente: os pontiagudos, cortantes, quebráveis ou pesados (faqueiro,
martelo), pequenos objetos como alfinetes, botões, agulhas, moedas (que podem
ser engolidos), devem ser guardados em local seguro.
Objetos como eletrodomésticos, louças, facas devem ser
guardados em local seguro.
Estimule-o a ajudar com tarefas simples que não ofereçam
perigo.
Nunca permita que o paciente execute atividade na cozinha
quando estiver sozinho. Pense que ele pode não se recordar de como manipular eletrodomésticos
com segurança.
Uma dona de casa que não mais consegue ligar uma batedeira
de bolo deve ser estimulada da seguinte forma: "Tenho uma nova receita que
gostaria que você fizesse, no entanto o ´segredo´ para que ele fique gostoso é
que deverá ser batido à mão".
Não permita que o paciente aproxime-se de panelas contendo
alimentos quentes, chama do fogão.
Mantenha o gás desligado.
Atenção com a porta da cozinha se ela se comunicar com o
exterior da casa, mantenha-a fechada.
Mantenha produtos de limpeza, desinfetantes, detergentes ou
inflamáveis como álcool em armários, que devem permanecer fechados.
Mantenha fósforos e acendedores em local inacessível ao
paciente.
A geladeira deve ser mantida limpa e fechada. Lembrar que a
maioria dos pacientes mantém uma dieta alimentar (como os hipertensos e diabéticos)
que deve ser respeitada.
Gavetas na cozinha que acondicionam objetos pesados
(faqueiros, por exemplo), devem ser colocadas na parte inferior do armário para
evitar acidentes, caso haja o desencaixe. É extremamente comum pacientes
sofrerem traumas (cortes, fraturas), após abrirem esse tipo de gaveta que (sem
travas), caem aos pés gerando o acidente.
O piso da cozinha deve ser preferencialmente antiderrapante.
Nunca o encere, o risco de quedas com conseqüente fratura é muito alto.
Os banheiros geralmente apresentam pisos lisos e
escorregadios, deve-se providenciar tapetes antiderrapantes (emborrachados)
para evitar quedas.
Se possível, deve-se colocar barras de segurança na parede
do interior do box e ao lado do vaso sanitário, elas permitem que o paciente se
apoie e sinta-se seguro e ainda evitam que ele se apoie em suportes falsos,
como os de toalhas, cortinas, a pia.
Retire do armário do banheiros todos os medicamentos,
lâminas de barbear, soluções etc. Mantenha apenas os objetos pessoais de
higienização.
As tomadas devem ser especiais, cobertas por tampas.
Luminárias devem ser colocadas no alto, grandes lustres
devem ser evitados. Fios e extensões mantidos fora da área de circulação.
Fechaduras devem possibilitar a abertura da porta pelos dois
lados, pois auxiliam o cuidador caso o paciente tranque-se e não consiga abrir
a porta.
As janelas nunca devem permanecer abertas, quando o paciente
estiver só. Deve-se avaliar a necessidade de colocação de telas ou grades,
especialmente nos casos de o paciente residir em apartamentos.
Mesas de centro, móveis com vidros e saliências pontiagudas
devem ser removidos, quando constituem obstáculo à passagem.
Tacos soltos devem ser colados.
Tapetes soltos devem ser removidos, pois facilitam as
quedas.
Pisos com desenhos podem desorientar, desequilibrar e gerar
crises de alucinação e quedas.
Os lugares por onde o paciente circula devem ter
preferencialmente pisos antiderrapantes, lisos (sem estampados), sem tapetes
soltos, livres de objetos que possam confundir e ocasionar quedas.
Os sofás, poltronas ou cadeiras devem ser envolvidos
cuidadosamente. Devem ser firmes, fortes, com antebraços que permitam o apoio
para o ato de sentar e levantar, devem ainda ser revestidos de material
impermeável e lavável, principalmente nos casos de pacientes incontinentes.
As paredes devem ser pintadas em tom pastel, não é
aconselhável o uso de papéis de parede estampados e com desenhos, pois podem
gerar crises e alucinação e agitação.
As portas devem ser mantidas fechadas e todas as chaves (com
cópias) em poder do cuidador, ou em local seguro inacessível ao paciente.
O paciente nunca deve ficar totalmente no escuro, instalar
luz de vigília - pequena luz que ligada à tomada, produz iluminação suficiente.
A cama convencional e baixa é indicada nas fases iniciais da
doença, deve-se sempre, no entanto, avaliar a necessidade de colocação de
grades laterais.
Os pacientes agitados devem ter sua cama encostada em uma
das paredes e possuir grade lateral.
As camas hospitalares com grades laterais e providas de
colchão "casca de ovo" são indicadas para pacientes de alta
dependência.
A iluminação natural é ideal. Deve-se manter os ambientes
claros e arejados.
Caso haja escadas, estas devem ser bem iluminadas e contar com
corrimão de ambos os lados.
Distraia-o para que ele não suba e desça escadas
desnecessariamente.
Os passeios externos devem ser incentivados, porém estarão
subordinados ao grau de dependência apresentado.
Em qualquer fase da doença o paciente jamais deverá permanecer
desacompanhado fora de casa.
Passeios de carro podem ser agradáveis, providencie para que
haja travas nas portas, que impeçam que elas abram por dentro. Acomode o
paciente preferencialmente com um acompanhante na parte traseira do automóvel,
com cinto de segurança.
13. É uma convulsão: socorro!!!
Alguns pacientes podem apresentar convulsões, que geralmente
ocorrem nas fases mais tardias da doença, isto no entanto, não impede que elas
possam acontecer precocemente. O cuidador deve estar preparado para esta
ocorrência que, via de regra, assusta enormemente, dando a impressão que o
paciente pode morrer.
Em primeiro lugar, mantenha a calma.
Posicione o paciente no leito ou mesmo no chão se ele caiu,
com a cabeça lateralizada.
Evite colocar a mão em sua boca para puxar a língua, no
máximo coloque um objeto cilíndrico (como uma caneta) entre os dentes, para
evitar que ele se machuque mordendo a própria língua.
Desabotoe golas e colarinhos, mantenha as vestes frouxas e
confortáveis.
Mantenha o ambiente arejado.
Proteja-o de quedas, fique ao seu lado.
Caso seja a primeira vez que isso ocorre, contate imediatamente
o médico responsável.
Se o paciente já usa medicação anticonvulsiva e, ainda
assim, está apresentando convulsões, contate o médico, para que haja um ajuste
na medicação prescrita.
Fique calmo, dificilmente o paciente morre durante uma
convulsão.
Não alimente pacientes convulsivos com grandes quantidades
de alimentos, pois, caso ele apresente uma convulsão com o estômago cheio, o
risco de aspirações é muito maior.
Fracione sua dieta, ofereça várias vezes ao dia pequenas
quantidades de alimentos.
É da maior importância, que a segurança do paciente seja
mantida durante uma crise convulsiva, que pode ser do tipo tônica (quando o
paciente apresenta o corpo contraído), clônica (quando o paciente apresenta
"pulos", como se estivesse exposto a um choque elétrico) ou mista, do
tipo tônico-clônica.
Pense que as quedas são bastante comuns durante uma crise
convulsiva, no momento em que o paciente se "bate". Essas quedas,
freqüentemente trazem conseqüências ruins para ele, como as fraturas ou traumas
cranianos, por exemplo.
14. Ele engasgou... e agora?
Engasgos são muito freqüentes nos portadores da doença de
Alzheimer, nas fases mais avançadas o cuidador deve permanecer atento para esta
ocorrência.
Evite alimentos secos, como biscoitos tipo
"sequilhos", que embora sejam macios constituem-se grande perigo.
Pense que a peristalse (movimento de contração do esôfago
que "empurra" o alimento para a frente) encontra-se diminuída e,
neste caso, o paciente sente que o alimento está parado na garganta.
Quando perceber que ele está engasgando facilmente, consulte
um profissional capacitado fonoaudiólogo - para que seja analisado o grau de
comprometimento apresentado na deglutição e receber orientações sobre a apresentação
(consistência) da dieta.
Genericamente, pode-se mudar a consistência da dieta de
sólida para pastosa, o que diminui o risco de engasgamentos.
Separe cada alimento e passe-o por peneira fina ou triture-o
em liqüidificador, apesar da dependência, permita que o paciente sinta o sabor
de cada um deles.
Em situações de engasgos, não dê tapas nas costas, levante
os braços do paciente, ou dê água.
Posicione-se imediatamente por trás dele, abraçando-o cruze
as mãos, mantenha sua cabeça inclinada para frente e comprima o diafragma.
Dê preferência aos líquidos engrossados, eles minimizam o risco
de engasgamentos.
Frutas devem ser oferecidas em forma de purê.
Gelatinas são sobremesas saborosas e apresentam boa
consistência, podendo ser usadas como engrossantes para líquidos finos.
15. É preciso mantê-lo ocupado!
Manter atividades é extremamente importante, porém deve-se
levar em consideração as preferências anteriores do paciente na tentativa de
mantê-las por maior tempo possível. Ouvir o aconselhamento de profissionais
capacitados em manter as atividades é bastante útil, dessa forma, a ajuda de um
fisioterapeuta e de um terapeuta ocupacional proporcionará adequada manutenção
das atividades exercidas pelo paciente, respeitando-se o grau de dependência
apresentado.
Todas as atividades devem estar subordinadas às habilidades
e limitações atuais do paciente.
Observe e considere as preferências do paciente. desde que
elas não representem perigo para ele.
Crianças costumam alegras pessoas idosas. Planeje atividades
que envolvam pacientes e crianças, porém, lembre-se, elas devem ser
supervisionadas. Considere que um simples choro de criança pode assustá-lo e
precipitar crises de agitação e agressividade.
Quando possível, convide-o às compras ou leve-o a passear
por um centro comercial. Esta atividade distrai e permite o exercício físico,
tão necessário a ele.
Se possível, busque aconselhamento com profissionais
capacitados (terapeuta ocupacional), que certamente terão condições de avaliar
e indicar quais atividades poderão ser executadas pelo paciente, segundo as
limitações físicas e/ou mentais apresentadas.
O paciente deve receber orientação de como realizar uma
determinada atividades todas às vezes que for executá-la. Lembre-se que
provavelmente você terá que terminá-la por ele.
Atividades domésticas simples, como varrer, tirar o pó,
devem ser encorajadas, pois irão gerar, no paciente, um sentimento agradável de
participação e utilidade. No entanto, você deve supervisionar estas atividades.
As habilidades devem ser analisadas, individualmente. A
falta de interesse demonstrada pelo paciente pode simplesmente significar que
ele não consegue realizar o tipo de atividade oferecida.
As atividades sociais fora de casa devem ser selecionadas,
amigos ou parentes que o acompanham devem ter plena consciência de suas
limitações, para que possam agir transmitindo calma e segurança.
O cuidador deverá ser bastante criativo e observador para
adaptar e talvez substituir atividades que outrora eram realizadas com
perfeição, mas que agora já não são mais possíveis.
As atividades profissionais (desde que possível) devem ser
incentivadas e o paciente observado sutilmente, ainda que seja preciso que
outra pessoa, em um segundo momento, refaça a tarefa executada por ele.
As atividades domésticas deverão contar com uma supervisão
adequada, especialmente aquelas executadas na cozinha. Utilize estratégias
como: "Hoje trouxe-Ihe uma receita deliciosa de bolo, no entanto, o
segredo é batê-lo à mão", evitando com isso prováveis acidentes com
eletrodomésticos.
16. O que eu faço quando ele tira a roupa em público
Comportamentos inadequados em público ou abordagens
inconvenientes a cuidadores ou cônjuges são ocorrências extremamente comuns,
saber lidar com alterações de comportamento que envolvam a sexualidade é
delicado e exige muita calma e discrição.
Deve-se encarar racionalmente e com naturalidade os
comportamentos inadequados apresentados pelo paciente. Se estas ocorrências
forem constantes e constrangedoras, deve-se consultar um médico e com ele
discutir o comportamento apresentado pelo paciente.
Muitas vezes, a carência de afeto leva a distúrbios
comportamentais. Ofereça amor, carinho e compreensão. A sua presença e o toque
suave diminuem a ocorrência desses distúrbios.
Às vezes cuidadores são abordados pelo paciente com
insinuações inapropriadas. É importante distraí-lo, tentando desviar sua atenção
com outro assunto.
Considere que alguns comportamentos encarados como
inadequados, podem estar relacionados a alguma necessidade correspondente.
Tirar a blusa em público pode simplesmente significar que o paciente está com
calor ou a blusa está apertada.
O cuidador atencioso deve observar às variações de
temperatura e o tipo de vestuário (tecido, conforto) adequado para o paciente.
O paciente deve ser levado ao banheiro a intervalos
regulares de tempo. Tirar as calças inesperadamente pode significar que ele
quer apenas ir ao banheiro.
Manipular genitais pode significar assaduras, coceiras nesta
região. Aproveite o momento do banho para observar sua pele.
Pode ser que o cuidador observe o paciente masturbar-se
freqüentemente. Com tranqüilidade, explique-Ihe que esta é uma prática que
merece ambiente reservado.
Jamais reaja com ironia ou estardalhaço diante de
comportamento sexuais inusitados. Seja gentil e paciente, porém com firmeza.
Ao chamar a atenção, faça-o com cuidado, lembre-se que
reações ríspidas e intolerantes podem trazer prejuízos para crianças, se elas
estiverem presentes.
A ansiedade pode ser controlada com um contato físico (um
abraço, por exemplo), não esqueça que atitudes gentis transmitem calma e
confiança.
Diante de situações constrangedoras, não permita que o
paciente fique exposto ao ridículo. Delicadamente, conduza-o para outro
ambiente e com extrema calma, explique-Ihe que seu comportamento é inadequado.
17. Ele gostava de viajar, não pode mais?
O lazer deve ser encarado como necessidade básica e dessa
forma, todos os hábitos e preferencias do paciente devem ser mantidos e
adaptados segundo o grau de dependência apresentado e visando preservar e
manter, por longo tempo, atividades que produzam bem estar.
Uma das alterações que o paciente apresenta é a
desorientação espacial. Deve-se ter muito cuidado com mudanças de ambiente, que
produzam estranheza a ele fazendo com que possam ocorrer crises de delírio,
agitação e alucinação.
As viagens são indicadas, desde que curtas.
O motorista deve avaliar a necessidade de parar o veículo a
intervalos de tempo que não excedam 2h, para dar oportunidade ao paciente de
caminhar, alimentar-se ou ir ao banheiro.
Evitar viagens de automóvel no meio do dia, especialmente no
verão.
É aconselhável iniciar uma viagem de carro, ao amanhecer,
aproveitando que o paciente (na maioria dos casos) acorda cedo.
As viagens de avião também são permitidas, porém deve-se
levar em conta as horas do vôo. Converse com seu médico, apenas ele poderá
avaliar a necessidade ou não de medicar o paciente, a fim de mantê-lo tranqüilo
durante a viagem.
Nas paradas, jamais se descuide dele, mantenha-o
identificado (pulseiras, medalhas, etiquetas), atenção! ele pode perder-se.
Se houver um comportamento inadequado em público,
discretamente retire-o do ambiente. Infelizmente para as pessoas que
desconhecem a doença, alguns comportamentos apresentados provocam risos. Não
permita que o paciente sinta-se exposto ao ridículo, ele é sua responsabilidade,
trate-o com amor e respeito.
Permita que o paciente assista a filmes antigos, considere
que sua memória antiga pode estar preservada.
Ir a restaurantes também é um hábito que deve ser mantido,
se agrada ao paciente. Pense, no entanto, na escolha ideal. Restaurantes
discretos e tranqüilos são os mais indicados.
18. Ele me bateu!!
Dentre as alterações de comportamento apresentadas pelo
paciente no curso da doença de Alzheimer, a agressividade é sem dúvida a que
atinge mais negativamente o familiar/cuidador. Dificilmente a família consegue
entender o que se passa com o paciente agressivo, fazendo com que uma pequena
crise apresentada por ele, gerada muitas vezes por ocorrências simples, como o
estímulo ao banho, alcance grandes proporções, fato responsável por conflitos
conjugais e familiares intensos, que pode ser refletida na decisão que algumas
famílias tomam de institucionalizar o paciente.
Não revide agressividade, nem verbal, nem física. Embora o
paciente aparentemente saiba o que está fazendo, você tem que ter a consciência
de que ele não sabe.
A primeira providência a ser tomada é identificar a causa da
agressividade.
Rotinas impostas que o paciente não aceita, como horários de
refeições, higienização, roupas que não agradam, atividades escolhidas e
impostas por outras pessoas etc., geralmente geram crises naqueles pacientes que
apresentam esta alteração.
Analise com cuidado o tom de voz e as palavras ditas pelo
cuidador ao paciente.
Use sempre ao dirigir-se a ele palavras simples, em tom de
voz suave.
Sempre que possível, dê a ele a oportunidade de opinar sobre
vestuário, alimentação, atividades etc.
Lembre-se que qualquer situação que provoque desconforto
físico e/ou mental pode ser responsável por crises de agressividade.
Não se sinta incompreendido pelo médico que acompanha o
paciente se ele optar por não medicar o paciente agressivo. Lembre-se antes de
recorrer à medicações, é extremamente válido tentar identificar causas e
aprender como atenuar as crises, sem auxilio de medicamentos.
Procure informar-se com seu médico, ele melhor do que
ninguém poderá explicar-Ihe o efeito nocivo que a maioria das medicações
utilizadas para manter o paciente calmo pode trazer para as funções de memória,
atenção, linguagem, marcha, orientação etc.
Tente entender que o melhor para o paciente é que o cuidador
esgote todas as possibilidades para acalmar a agressividade. Apenas em
situações extremas, quando ela foge totalmente ao controle do cuidador é que
haverá a necessidade de se encontrar, médico e familiar, a medicação e dosagem
adequada.
Algumas medicações com o passar do tempo, podem produzir
efeitos negativos, que o paciente demonstra através da piora de suas funções;
marcha cambaleante e arrastada, rigidez, salivação excessiva, inapetência,
extrema apatia e sonolência. Nestes casos contate o médico para que ele
substitua ou administre a dosagem prescrita.
Lembre-se, apenas com calma e grande paciência você
conseguirá trazer o paciente a realidade.
19. Atenção! Depressão é uma doença tratável!!
Alguns portadores podem apresentar estados depressivos. Isto
ocorre mais comumente nas fases iniciais da doença. Muitas vezes o paciente
pode estar percebendo o que está acontecendo com ele e, por isso, se
entristece.
Tentar entender o que ocorre é uma obrigação do cuidador
atencioso.
Pense que muitas vezes o paciente pode conhecer o que se
passa com ele, e por esta razão se entristece.
Evite comentários sobre a doença em presença do paciente,
não existe uma forma de se saber em qual momento ele está mais orientado e,
assim, pode ouvir comentários desagradáveis do tipo, "ele está me dando
muito trabalho".
Observe se há sinais de inapetência e porquê, pacientes
deprimidos tendem a recusar alimentação.
Investigue sinais da presença de infecções como prostração,
expressão facial contraída (que pode significar dor), problemas com a marcha,
perda involuntária de urina e fezes etc., estas situações, especialmente no
início da doença, tendem a fazer com que o paciente dissimule e omita da
família, por sentir-se um "peso" econômico e isto faz com que acabe
se deprimindo.
Demonstrações de carinho ainda são a melhor forma de evitar
e/ou eliminar a depressão, faça com que o paciente sinta-se querido pela
família.
Mesmo conhecendo as (limitações físicas e/ou mentais do
paciente, continue estimulando-o a realizar atividades que ele possa executar.
Elogie-o sempre após uma atividade executada por ele, mesmo
que ela esteja inacabada ou mal feita.
Diga palavras positivas que demonstram carinho, isto aumenta
a auto-estima, como: "Como você hoje está bonito", ou, "Ninguém
faz isso melhor do que você" etc.
Observe se o paciente tem empatia com o cuidador, algumas
vezes, mesmo diante de um cuidador experiente, os pacientes deprimem-se por não
simpatizarem com ele.
Tente manter um cuidador do mesmo sexo do paciente, pense
que ao se sentir invadido em sua intimidade, o paciente pode deprimir-se.
20. Ele perde urina na roupa, e agora?
Esta é uma ocorrência bastante comum nas fases mais
avançadas da doença de Alzheimer, e motivo de grande constrangimento, tanto
para pacientes, quanto para cuidadores.
É importante que se analise se há uma razão para estar
havendo a perda involuntária de urina ou fezes, pois muitas vezes, o problema é
reversível.
Observar sinais de infecção urinária é de extrema
importância, como baixo débito urinário com oferta adequada de líquidos,
disúria (dificuldade para urinar), sensação de queimação à micção, urina
concentrada (escura) com odor fétido, mudanças de comportamento etc., e diante
disto, contatar o médico.
Problemas com a marcha, como dificuldade para caminhar,
dores e rigidez de articulações, medo de cair, localização do banheiro muito
distante, podem ser fatores que contribuem para o aparecimento da incontinência,
que neste caso, é reversível. Basta para isso, criar condições que facilitem o
acesso ao banheiro e que o paciente chegue até lá com segurança.
Observe o intervalo de tempo entre uma micção/evacuação e
outra e, providencie para que o paciente seja conduzido ao banheiro
antecipadamente.
Os pacientes comprovadamente incontinentes devem fazer uso
de fraldas geriátricas à noite e, durante o dia, acompanhados ao banheiro
obedecendo-se os intervalos que ele apresenta entre uma micção e outra.
Aqueles que apresentam impossibilidade completa de treino
vesical (acompanhamento periódico ao banheiro), devem fazer uso de fraldas
geriátricas ininterruptamente.
As fraldas deverão ser trocadas em intervalos máximos de 3h
ou antes se necessário.
Evite que ele permaneça com fraldas molhadas, não esqueça
que a acidez da urina pode provocar pruridos (coceiras), assaduras e lesões na
pele.
Providencie para que, a cada troca, seja realizada uma
higiene íntima completa, ou seja, não se deve limpar a região dos genitais e sim
lavá-las com água e sabonete.
As infecções urinárias de repetição (especialmente em
senhoras) tem sido comprovadamente causadas pela má higienização, ou seja, o
hábito de, após micção, utilizar o papel higiênico de trás para frente, fazendo
com que haja uma contaminação fecal gerada pela ascensão uretral de bactérias
presentes na flora intestinal.
Os pacientes que recebem uma dieta adequada costumam ter
seus hábitos intestinais regulares. Assim é muito fácil controlar a evacuação,
mesmo naqueles que apresentam incontinência fecal, basta para isso, observar
seu horário habitual e conduzi-lo ao banheiro com antecedência.
Data da Publicação: 16/02/2002
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