O cuidador é a pessoa diretamente responsável pelo paciente. É a pessoa que convive com ele e lhe presta os cuidados elementares, administrando os medicamentos prescritos e mantendo contato regular com o médico. O cuidador pode ser um familiar, um amigo ou um profissional contratado. A família colabora de modo decisivo para o bom padrão de atendimento, porém precisa de ajuda e apoio.
Cuidar de um paciente com Alzheimer pode ser uma tarefa (missão?) exaustiva e frustrante sendo necessário que se conheça melhor os sentimentos que costumam aparecer no dia a dia do cuidador.
Após todas essas medidas, adaptações e transformações, o cuidador – especialmente o familiar cuidador – deve estar pensando, e com toda a razão, em sua individualidade, seu espaço, sua privacidade, seu lugar na sua casa, pois a presença do paciente não anula os direitos de quem com ele convive e divide o espaço físico. É fundamental que haja um equilíbrio entre essas adaptações e o bem-estar do cuidador. Ambientes tensos são fatores de risco para a ocorrência de acidentes, mesmo em locais muito bem equipados. Dessa forma, a vida do cuidador e seus direitos não devem ser colocados de lado ou negligenciados. É imperioso que haja uma harmonia entre esses fatores para que todas as medidas aqui recomendadas alcancem os objetivos.
Algumas providências devem ser adotadas com esse fim:
o cuidador deve reservar (se possível) pelo menos um cômodo da casa, restrito e de uso exclusivo, apenas seu . Esse é o seu refúgio, onde poderá descansar relaxar e repor as energias despendidas no ato de cuidar.Esse local será de extrema valia em horas difíceis. Haverá momentos em que o pensamento e o sentimento serão de que a missão a ele imposta pelos mistérios da vida está além de suas forças.Nesse local, o cuidador pode ter seus pertences, seu som, seus livros, seus objetos etc.Será o seu santuário que não pode em nenhuma hipótese sofrer invasão de privacidade.Nesse local, ele tirará “microférias” durante o dia, mesmo que sejam de alguns poucos minutos.Esse local deve estar sempre trancado, inacessível ao paciente, e serve também para a guarda de objetos de valor e documentos importantes, como joias, cheques, escrituras, cartões de crédito etc., que podem ser danificados ou escondidos pelo paciente.
Os sentimentos negativos que costumam acometer os cuidadores normalmente não são isolados e restritos, mas associados.
Os principais sentimentos que acometem são listados a seguir:
Culpa: esse sentimento está geralmente associado a uma possível negligência. O sentimento de não estar fazendo tudo o que deveria ser feito pode gerar sentimento de culpa. Falar com as outras pessoas envolvidas no processo, especialmente com o médico do paciente, costuma esclarecer as questões pendentes e pode solucionar o problema, para entender que uma palavra ríspida dirigida ao paciente pode ocorrer, e que isso não é o fim do mundo. Todos têm seus limites. Se errou, reflita, desculpe-se, abrace o paciente e continue sua missão.
Medo: verificar que, apesar de todos os cuidados prestados com esmero, carinho e competência, o paciente continua a piorar diariamente é uma experiência frustrante e aterrorizante. A incerteza de como será o amanhã leva o cuidador a temer o futuro, o que o aguarda, etc. Conhecer bem a doença e sua provável evolução é confortante e ameniza esse sentimento.A incerteza de como será o amanhã gera insegurança e medo. A informação sobre as questões relativas à doença de Alzheimer, com dados objetivos e concretos, é a grande aliada no combate a esse tipo de sentimento.
Vergonha :pacientes que necessitam ser constantemente advertidos em público, em virtude de comportamentos anti-sociais, causam tensão e embaraço ao cuidador. Entender que agem assim inconscientemente, de modo ingênuo e inocente é fundamental. Informar as pessoas estranhas sobre o que está ocorrendo ajuda e, por vezes, cria um ambiente favorável e até solidário.
Raiva: problemas de ordem financeira, pouco tempo para si, esgotamento físico e mental, condutas agressivas dos pacientes com insultos, a falta de reconhecimento e de um pouco de gratidão etc. geram irritação e raiva. A adoção de uma postura positiva e racional com a implementação das medidas expostas neste livro ajuda a contornar esse sentimento. Consulte o texto todas as vezes que encontrar um problema ou tiver uma dúvida.
Adotando uma atitude positiva
Se precisar, não hesite. Procure ajuda de familiares e amigos.
Não deixe de fazer as coisas que lhe dão prazer.
Um cuidador descansado desempenha suas obrigações com muito mais prazer e competência.
Mantenha-se saudável, alimente-se bem, repouse e faça exercícios físicos.
Não fume.
Beba café com moderação.
Reserve um local da casa apenas para você.
Leve para esse local seu livros, discos, CD, seu objetos de valor sentimental.
Não permita que esse local seja invadido.
Obtenha o maior número possível de informações.
Esclareça todas suas dúvidas com o médico.
Frequente as reuniões de associações de Alzheimer.
Use a internet, por exemplo, acesse endereço www.alzheimermed.com.br.
Participe do grupo sobre Alzheimer do Google
A informação correta associada à solidariedade ainda são as armas mais poderosas no enfrentamento dessa grave questão humana e de saúde pública.
Na Internet
Participe do nosso Fórum de cuidadores do Google:
http://groups.google.com/group/doencadealzheimer?hl=pt-BR
Alzheimermed
O site Alzheimermed foi construído exatamente para preencher essa lacuna definitivamente.
O Alzheimermed tem um compromisso inegociável com o tratamento correto da informação não apenas para médicos e profissionais de saúde mas também para familiares e cuidadores que precisam de ajuda.
Além das informações básicas sobre todos os aspectos da doença, facilmente acessadas por assunto, o Alzheimermed propicia e estimula a maior interação possível entre os que dominam a informação e aqueles que dela necessitam.
O Alzheimermed conta ainda com um poderoso instrumento: o fale com o especialista.
Você coloca sua dúvida e recebe prontamente uma orientação geral diretamente do Médico Doutor Norton Sayeg.
Enfim, a missão do Alzheimermed é de ajudar.
De sempre ser solidário.
De mostrar que existem pessoas que se importam, e que você não está só.
Acesse sempre! http://www.alzheimermed.com.br
AGS Ethics Committee. The care of dying patients: a position statement from the American Geriatrics Society. JAGS 1995;43:577-578.
Andrieu S, Bocquet H, Joel A, Gillette-Guyonnet S, Nourhashemi F, Salva A, Grand A. Changes in Informal care Over One Year for Elderly Persons with Alzheimer’s Disease. J Nutr Health Aging. 2005;9(2):121-126.
Back AL, Arnold RM. Dealing with conflict in caring for the seriously ill: “it was just out of the question”. JAMA. 2005 Mar 16;293(11):1374-81.
Barry PP. Iatrogenic disorders in the elderly: preventive techniques. Geriatrics 1986;41(9):42-47.
Ende J, Grodin MA. Do not resuscitate: an issue for the elderly. J Am Geriatrics Soc 1986;34:833-834.
Eng C, Pedulla J, Eleazer GP, et al. Program of all-inclusive care for the elderly (PACE): an innovative model of integrated geriatric care and financing. JAGS 1997;45:223-232.
Ferrell BA, Rubenstein LZ, eds. Geriatric home care (symposium). Clin Geriat Med 1991;7:645-892.
Fopma-Loy J, Austin JK. Application of an attribution-affect-action model of caregiving behavior. Arch Psychiatr Nurs. 1997 Aug;11(4):210-7.
Fowler FJ, Machisko FL. The geriatric continuum. Continuing Care 1997 Apr;23-25.
Galvin K, Todres L, Richardson M. The intimate mediator: a carer’s experience of Alzheimer’s. Scand J Caring Sci. 2005 Mar;19(1):2-11.
Gerdner LA. Use of individualized music by trained staff and family: translating research into practice. J Gerontol Nurs. 2005 Jun;31(6):22-30;quiz 55-6.
Gwyther LP. Family care and Alzheimer’s disease: what do we know? What can we do? N C Med J. 2005 Jan-Feb;66(1):37-40, 42.
Habermann B, Davis LL. Caring for family with Alzheimer’s disease and Parkinson’s disease: needs, challenges and satisfaction. J Gerontol Nurs. 2005 Jun;31(6):49-54.
Holmes SB, Adler D. Dementia care: critical interactions among primary care physicians, patients and caregivers. Prim Care. 2005 Sep;32(3):671-82.
Jablonski RA, Reed D, Maas ML. Care intervention for older adults with Alzheimer’s disease and related dementias: effect of family involvement on cognitive and functional outcomes in nursing homes. J Gerontol Nurs. 2005 Jun;31(6):38-48.
Kim KY, Yeaman PA, Keene RL. Practical Geriatrics: End-of-Life Care for Persons With Alzheimer’s Disease. Psychiatr Serv. 2005 Feb;56(2):139-41.
Kissane D. W., M. McKenzie, S. Bloch, C. Moskowitz, D. P. McKenzie, and I. O’Neill.
Family Focused Grief Therapy: A Randomized, Controlled Trial in Palliative Care and Bereavement. Am J Psychiatry, July 1, 2006; 163(7): 1208-1218.
Kitwood, T. (1997) Dementia Reconsidered: The Person Comes First. Buckingham: Open University Press.
Kremer, Michael, “Patents Buy-Out: A Mechanism for Encoraging Innovation.” Working Paper n. 6304, National Bureau of Economic Research, December 1994.
Kuipers E., P. Bebbington, G. Dunn, D. Fowler, D. Freeman, P. Watson, A. Hardy, And P. Garety.
Influence of carer expressed emotion and affect on relapse in non-affective psychosis.Br. J. Psychiatry, February 1, 2006; 188(2): 173 - 179.
Lanjouw, J. O. And Cockburn, I., “ Do Patentes matter?: Empirical Evidence After GATT ” Working Paper n. 7495, National Bureau of Economic Research, January 2000.
Macijauskiene J, Engedal K. Medicosocial care for persons suffering from Alzheimer’s disease and related disorders. Medicina (Kaunas). 2005;41(1):67-72.
Mahoney DF, Cloutterbuck J, Neary S, Zhan L. African american, chinese, and latino family caregivers’ impressions of the onset and diagnosis of dementia: cross-cultural similarities and differences. Gerontologist. 2005 Dec;45(6):783-92.
McCue JD. The naturalness of dying. JAMA 1995;273:1039-1043.
McKibbin CL, Ancoli-Israel S, Dimsdale J, Archuleta C, Von Kanel R, Mills P, Patterson TL, Grant I. Sleep in spousal caregivers of people with Alzheimer’s disease. Sleep. 2005 Oct1;28(10):1245-50.
Meyer GS, Gibbons RV. House calls to the elderly a vanishing practice among physicians. NEJM 1997;337:1815-20.
Sanders S. Is the glass half empty or full?reflections on strain and gain in caregivers of individuals with Alzheimer’s disease. Soc Work Health Care. 2005;40(3):57-73.
Schultz, R. & Williamson, G. H. (1991) A 2-year longitudinal study of depression among Alzheimer’s caregivers. Psychology and Aging, 6, 569-578.
Schulz R., A. O’Brien, S. Czaja, M. Ory, R. Norris, L. M. Martire, S. H. Belle, L. Burgio, L. Gitlin, D. Coon, R. Burns, D. Gallagher-Thompson, and A. Stevens.Dementia Caregiver Intervention Research: In Search of Clinical Significance.Gerontologist, 2002 Oct 1;42(5): 589 - 602.
Shaji K. S., N. R. A. Kishore, K. Praveenlal, A. Marriott, N. Tarrier, and A. Burns Information and education for carers of patients with Alzheimer’s disease Br. J. Psychiatry, 2001 Jan 1;178(1):83a-84.
Shen J, Iversen A. PACE: A capitated model towards long-term care. Henry Ford Hosp Med J 1992;40:297-301.
Sorensen S., M. Pinquart, P. Duberstein, and P. Duberstein. How Effective Are Interventions With Caregivers? An Updated Meta-Analysis.Gerontologist, 2002 June 1;42(3): 356-372.
Stuck AE, Aronow HU, Steiner A, et al. A trial of annual in-home comprehensive geriatric assessments for elderly people living in the community. NEJM 1995;333:1184-1189.
Teri L, McCurry SM, Logsdon R, Gibbons LE. Training community consultants to help family members improve dementia care: a randomized controlled trial. Gerontologist. 2005 Dec;45(6):802-11.
Thomas P, Lalloué F, Preux PM, Hazif-Thomas C, Pariel S, Inscale R, Belmin J, Clément JP.
Dementia patients caregivers quality of life: the PIXEL study. Int J Geriatr Psychiatry. 2005 Dec 2;21(1):50-56.
Vitaliano PP, Echeverria D, Yi J, Phillips PE, Young H, Siegler IC. Psychophysiological mediators of caregiver stress and differential cognitive decline. Psychol Aging. 2005 Sep;20(3):402-11.
Weissman, M., Markowitz, J. & Klerman, G. (2000) Comprehensive Guide to Interpersonal Therapy. New York: Basic Books.
Em destaque
loading...
0 comentários:
Postar um comentário