Cuidadora

Profissão atual : CUIDADORA
(Virginia Celia)
"Só quem conhece alguém que sofre com a Doença de Alzheimer é capaz de mensurar a dor que se sente ao perceber que aos poucos uma história vai sendo apagada, sem deixar vestígios. E isso não se trata de uma dor física, mas uma dor emocional, que toma conta da gente e nos deixa impotentes diante de uma situação tão difícil. Se fosse para resumir o que a Doença de Alzheimer representa, poderíamos dizer que somente o corpo fica e a essência vai-se embora!".
"Uma pessoa com Alzheimer não pede nada além de uma mão para segurar, um coração que cuide dela e uma mente para pensar por ela quando não for mais capaz. Alguém para protegê-la à medida que entra em uma jornada não planejada, desconhecida e perigosa".
"Os ventos que às vezes nos tira algo que amamos, são os mesmos que nos trazem algo que aprendemos a amar. " (Casimiro de Abreu)
“O Mal de Alzheimer é talvez a mais cruel das doenças. Destrói a capacidade de ter lembranças, destrói os laços afetivos mais profundos, como aqueles que, geralmente, unem mãe e filho, pai e filha por toda a vida. Preserva funções vitais, mas mata a vaidade, o orgulho, a memória e a capacidade de amar. Nos último estágio, destrói conhecimentos instintivos, como o de mastigar e engolir. O doente pode morrer de inanição, pois não sabe o que fazer com sua fome... Para os parentes, os filhos, a mulher, o marido, os netos, é como se o Mal de Alzheimer tivesse levado a pessoa amada e deixado sua carcaça, como a provar que a crueldade da vida não tem limites. Em vez de chorar seu morto à beira da sepultura, após um enterro digno e uma despedida emocionada, vai-se despedindo dele todos dias, a cada por do sol”
CUIDADOR
"O contato íntimo e frequente com a dor e o sofrimento pode gerar tensão emocional crônica para o cuidador”. Todo aquele que cuida, também precisa se nutrir de cuidados e desenvolver recursos que o fortaleçam. “Os cuidadores devem investir no autoconhecimento, descobrir seus próprios limites, estabelecer pausas, dosar auto exigências e se permitir quaisquer e/ou pequenas alegrias, condizentes com seus sistemas de valores".
Doença de Alzheimer: superando com AMOR
“Solidariedade e carinho de parentes e familiares fazem a diferença para enfrentar os difíceis obstáculos impostos por esse distúrbio”.
‘Ver uma pessoa amada “desaparecer” aos poucos até virar uma lembrança do que já foi, embora permaneça presente fisicamente, aprender a lidar com a enxurrada de sentimentos que isso traz e não permitir que essa situação destrua a vida de quem cuida do paciente, é a dura realidade da DA”.
Metamorfoses

“O que importa na vida não é o ponto de partida, mas a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.” (Cora Coralina)
Como é viver com uma memória que vai nos abandonando, primeiro, no registro dos fatos mais recentes, até que o passado se torne um vazio translúcido? A memória nos define. É com ela que construímos nossa identidade. Sem ela, não temos consciência de quem somos e a que mundo pertencemos. A perda de memória por conta do Alzheimer se afigura a um livro que se despedaça ao vento. A cada página que se vai arrancada, um evento ou um personagem desaparece para sempre. É um fenômeno inverso ao que alguns filósofos empiricistas acreditavam ser a mente: uma folha em branco que a experiência vai preenchendo. Com a Alzheimer, as palavras vão sumindo até que a mente volte a ser uma folha em branco. E morremos vivos sem reconhecer a nós mesmos”.
Virginia Celia
"Cada marca no meu rosto é da longa caminhada que fiz em vida"
"Tenha sempre presente que a pele se enruga, o cabelo embranquece, os dias convertem-se em anos...Mas o que é importante não muda... a tua força e convicção não tem idade. O teu espírito é como qualquer teia de aranha. Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida." [ Madre Teresa de Calcutá ]


Para sempre Alice
Meus ontens estão desaparecendo e meus amanhãs são incertos. Então, para que eu vivo? Vivo para cada dia. Vivo o presente. Num amanhã próximo. Esquecerei que estive aqui diante de vocês e que fiz este discurso. Mas o simples fato de eu vir a esquecê-lo num amanhã qualquer não significa que hoje eu não tenha vivido cada segundo dele. Esquecerei o hoje, mas isso não significa que o hoje não tem importância.”


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